Deputados que já foram prefeitos querem voltar. Por quê?
Dos 63 deputados estaduais baianos, 14 se declaram pré-candidatos a prefeito
Dos 63 deputados estaduais baianos, 14 se declaram pré-candidatos a prefeito e destes, quatro já ocuparam o cargo: Robinho (UB) em Nova Viçosa, Cláudia Oliveira (PSD) em Porto Seguro, Eures Ribeiro (PSD) em Bom Jesus da Lapa e Eduardo Alencar (PSD) em Simões Filho.
Pergunta a Robinho: o que é melhor, prefeito ou deputado?
— Deputado.
E por que você quer voltar a ser prefeito?
— Porque ser deputado de oposição é dar murro em ponta de faca.
Robinho já foi prefeito de Nova Viçosa, município hoje governado pela mulher dele, a prefeita Luciana Rodrigues (PP). Agora está mirando o município vizinho, Mucuri, onde tem o apoio do prefeito Roberto Costa, o Robertinho (UB).
Na Lapa —Mucuri é colado com a divisa da Bahia com o Espírito Santo, por isso grande parte dos seus 42 mil habitantes é capixaba, mas corre três vezes mais dinheiro que Nova Viçosa, principalmente o imposto que a Suzano, indústria de celulose gera. É nessa pegada que Robinho está.
— É melhor que ficar aqui só sofrendo com o PT,
Mas tem deputado que é governista, não dá murro em ponta de faca e quer. Um deles é Eures Ribeiro (PSD), ex-prefeito de Bom Jesus da Lapa. Após oito anos de uma administração bem avaliada, em 2020 lançou e apoiou Fábio Nunes com quem agora rompeu e vai duelar nas urnas de outubro.
— Tô indo forçado pelas circunstâncias. Eu estava mesmo era me preparando para ser deputado federal, mas nem sempre é como a gente quer.
NO DNA —Outra que não está dando murro em ponta de faca e quer é a deputada Cláudia Oliveira (PSD). No caso dela, a questão é de DNA. Ela e o marido, o também ex-deputado Robério Oliveira, se elegeram prefeitos de Porto Seguro e Eunápolis em 2012 e ficaram até 2020. Agora, querem voltar.
— Deputado ou prefeito é sempre uma honra.
Já o irmão do senador Otto Alencar (PSD), Eduardo Alencar (PSD), foi prefeito de Simões Filho duas vezes e este ano vinha se colocando, mas admite que pode ficar fora.
— Eu estava apanhando demais. Resolvi dividir as pancadas com o Edson.
Edson Almeida é o aliado duas vezes prefeito. Ou seja, deputado é mais tranquilo.
Bancada evangélica pede espaço, mas sem radicalismo
Arregimentados pelo colega Jurailton Santos (Republicanos), pastor ligado a Igreja Universal, os sete deputados evangélicos da Assembleia se uniram para formar a Frente Parlamentar Evangélica da Alba. São eles, além de Jurailton, Zé de Arimatéia (Republicanos), Kátia Oliveira (UB), Samuel Jr (Republicanos), Hassan (PP), Leandro de Jesus e Diego Castro, ambos do PL.
Mas Jurailton faz a ressalva, nada de radicalismo e nem de exacerbação conservadora.
— O que nós queremos é dialogar e defender os pont0s a favor dos evangélicos.
Ele já está organizando, na Alba, um encontro estadual de líderes evangélicos e tem um projeto, a criação do Museu do Evangelho.
POLÍTICA COM VATAPÁ
Primeiro milagre
Prefeito de Catu entre 1989 e 1992, o médico Orlando Dantas, figura afável, ainda hoje bem lembrado pelos conterrâneos (falecido em 2016), tinha também um costume notável, o gosto por bebidas, o que lhe dava a fama de ‘biriteiro’.
Contam que lá um dia estava ele discutindo os preparativos da festa de Nossa Senhora de Sant’Ana, que acontece em 26 de julho, a padroeira da cidade, sempre antecedida de muito rebuliço com a clássica mistura do sacro e profano.
Sentado ao lado do padre, Orlando degustava um vinho. Início da segunda garrafa, o pároco olhou para ele e disse:
— O senhor gosta de um vinhozinho, não é?
E ele, todo sério:
— Padre, o senhor entende mais das coisas sagradas do que eu. E sabe muito bem que o vinho foi o primeiro milagre de Jesus Cristo.
O padre franziu o ceno, retrucou firme:
— Mas não foi esse vinho aí não!
E Orlando:
— Ora, padre. Quem sou eu para ter a pretensão de degustar um vinho feito por Jesus Cristo! Já que não dá, vai do peba mesmo.