Direita e esquerda duelam nas redes por conta da guerra carioca
Confira coluna de Levi Vasconcelos desta quinta-feira, 30

Nelson Rodrigues, o escritor, já dizia: “A direita é contra o aborto, mas é a favor que mate o cara quando ele dá errado. A esquerda é a favor do aborto, mas contra que se mate quando ele dá errado”.
Assim o é que o deputado Diego Castro (PL), bolsonarista raiz, se apressou em divulgar que protocolou, ontem, na Alba, uma Moção de Aplausos ao governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), pela ação que resultou em 121 mortos.
O próprio Cláudio Castro se regozijou do feito:
– A operação foi um sucesso. De vítimas, só os policiais.
Na outra banda, Jerônimo disse que “a polícia é para proteger vidas, e não tirar”, enquanto o senador Jaques Wagner (PT) afirmou que “uma operação com mortos jamais será exitosa”.
Fuzis –Fica a pergunta: a operação no Rio, a mais letal de todos os tempos, segundo dizem os jornalistas lá, acaba com o crime organizado?
Claro que não. Em Salvador, por exemplo, a sensação que se tem é a de que o tecido social apodreceu.
Os tiroteios em bairros antes sossegados, envolvendo policiais e supostos bandidos, têm feito uma caravana de vítimas inocentes. E, agora, lá no Rio, um grupo de baianos está no lado dos criminosos, alguns presos, outros mortos.
Também fica a sensação de que não é na bala que vai se resolver. E já que não é por aí, qual seria o caminho? Não se vê no horizonte nada que indique uma alternativa. No meio da briga, o interesse público, o bem maior, é a primeira vítima.
A julgar pelos governadores, o Rio nada tem a nos ensinar
Dos 49 governadores que a Bahia já teve no período republicano, temos oito vivos, João Durval, Nilo Coelho, Paulo Souto, César Borges, Jaques Wagner e Rui Costa, os de mandato integral, e Antonio Imbassahy e Otto Alencar, os interinos. Todos andam por onde bem entendem, a hora que querem.
No Rio de Janeiro, a história recente é campeada por ex-governadores presos ou enroscados com a Justiça. Foi de lá que o crime organizado saiu e contaminou o Brasil. Os exemplos de lá nos deixam lições.
A primeira: no lado bom, nada eles têm a nos ensinar. A segunda: no lado mau, nos deixam um exemplo horripilante na má conduta ética, e por aí turbinaram o crime organizado, com o Comando Vermelho já organizado em 26 estados, o DF incluso.
O fato é que o crime organizado parece estar muito mais organizado do que o aparato institucional da segurança.
Ibirataia e a energia falha
Moradores de Ibirataia, na região do cacau, se dizem indignados com a Coelba. Nos últimos dias, tem sido frequente a oscilação da energia, quando não falta.
Uma moradora disse que em bairros como Nova Ibirataia, Mirassol, Alto do Mirante e Massaranduba, além do centro da cidade, casas comerciais e também órgãos públicos sentem o descaso.
– É um absurdo vergonhoso deixar a cidade no escuro.
Aldinho Mendonça adorna Alba: ‘As Cores da Bahia’
Nestes dias de muitos feriados seguidos, quem impera no salão Josaphat Marinho, a entrada da Alba, é Aldinho Mendonça, que por acaso é o coordenador de artes do Legislativo baiano.
Ele, também artista plástico, apresenta a exposição As Cores da Bahia, tudo em preto e branco, segundo ele, deliberadamente.
– As obras retratam as festas, as belezas da Bahia, a arquitetura, religiosidade e o povo. Aqui não entram outras cores, é tudo o preto sobre o branco ou o branco sobre o preto.
Ele expõe 15 obras, todas produzidas com a tinta nanquim, um contraste marcante com as telas coloridas com as quais ficou conhecido.
– É uma nova fase, a do preto no branco.
REGISTROS
Velhos colegas
Um grupo de estudantes do antigo Colégio Estadual, em Feira de Santana, se reúne neste sábado para celebrar os velhos tempos. Diz o jornalista Wilson Mário, 75 anos, que no grupo tem juiz, médico, engenheiro, economista, odontólogo e professor universitário, todos com a mesma queixa: tiraram o nome de Colégio Estadual.
Mérito Jurídico
O empresário Joaci Góes receberá, próximo 5/11, a Medalha do Mérito Jurídico Ruy Barbosa, da presidente do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA), desembargadora Cynthia Maria Pina Resende. A honraria é uma das mais altas do TJ.
‘1942 de Cairu’
Filho e apaixonado por Cairu, no Baixo Sul, Isaías Ribeiro lançará domingo (10h), no D. Gregório Café, Casa Shopping Cidade, no Itaigara, o livro 1942 de Cairu – Traços Históricos. Diz ele que se tratam de fatos importantes num município que tem relevância histórica.
Xô, trem!
Fabrício Abrantes (Avante), prefeito de Brumado, diz estar se articulando com o ministro Rui Costa (Casa Civil) para ver acontecer o projeto que tira da cidade uma linha férrea. Diz ele que os trens passam, normalmente carregados de minérios, causando muitos transtornos.
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