Ditadura, jamais. Mas o modelo brasileiro precisa ser repensado
Para se ter ideia, o orçamento da segurança para país inteiro durante o ano é de R$ 5 bilhões
Veja a ironia. Bolsonaro que começou a sua trajetória presidencial demonizando o toma lá dá cá, não sabia que a prática por ele amaldiçoada é do jogo, não de agora e nem só aqui, e quando resolveu jogá-la, se esborrachou, deu até a alma. Foi daí que nasceu o Orçamento Secreto, R$ 19,8 bilhões para partilhar entre os aliados.
Para se ter ideia do tamanho da indecência, o orçamento da segurança para país inteiro durante o ano é de R$ 5 bilhões. E o pior, os arautos da causa, capitaneados pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não tiveram nenhum escrúpulo para pular de galho quando Lula ganhou. E agora, o que se vê, é Lula ameaçado de já começar o mandato tendo que se agachar para um Congresso que dita o que quer na base do primeiro o meu.
Centrão —Do jeito que o jogo é jogado, não de agora, mas desde que o Brasil retomou a sua trajetória democrática, o presidente da República fica refém do Congresso, onde impera o Centrão, o núcleo dos que dizem não ser nem de esquerda e nem direita, são de ‘centro’ (leia-se o próprio umbigo).
Aí é que se vê coisas esquisitas como o próprio Arthur Lira mudar de lado da noite para o dia como fosse a coisa mais natural do mundo, mesmo num cenário raivosamente polarizado.
É o chamado presidencialismo de coalizão, modelo único, no qual o presidente (todos) é refém de deputados Claro que os bolsonaristas ao clamarem pela volta da ditadura parecem rebeldes sem causa. Mas o nosso modelo, ao invés de fortalecer a democracia, serve mais para o bem bom de alguns. Isso tem de mudar. Ou muda ou racha.
Salvador e Camaçari lideram o PIB, mas a virada do jogo vem aí
Salvador, com R$ 63,9 bilhões, em 1º lugar e Camaçari com
R$ 25,6 bilhões em segundo, lideram o ranking dos 10 municípios baianos com maior Produto Interno Bruto (PIB), segundo o IBGE. O PIB total da Bahia foi de R$ 305,3 bilhões, com Feira de Santana em terceiro lugar (R$ 15,153 bilhões).
Esse desenho é o mesmo desde 2002.
No PIB per capta, São Francisco do Conde lidera no estado e aparece entre os 10 do país. O 2º maior da Bahia agora é Formosa do Rio Preto e o 3º, que era Camaçari, agora é São Desidério.
Os defensores da Fiol com o Porto Sul, como o ainda vice-governador João Leão (PP), dizem que a ferrovia juntamente com a ponte Salvador-Itaparica vai redesenhar o mapa econômico baiano.
— Salvador e RMS têm hoje mais de 70% do PIB e lá no outro lado, na Ilha de Itaparica, é 0,4%. Claro que vai mudar.
Força Invicta, nova direção
O Conselho Deliberativo da Força Invicta (Associação dos Oficiais Estaduais Militares da Bahia), elegeu o Cap PM Igor Rocha presidente da instituição para o triênio 2023-2025. O vice é o 1º Ten PM Alisson Soares.
Capitão Igor teve 20, ou 50% dos votos válidos. Em segundo o coronel Roberto Guimarães com 14 votos (35%) e em terceiro o Ten Cel PM Sílvio Correia. A data da posse ainda vai ser definida.
Em Maraú, se quer saber é para onde o dinheiro vai
No primeiro dia da cobrança do pedágio de R$ 20 na Península de Maraú, onde ficam as belas praias de Campinho, Barra Grande e Taipu de Fora, houve dois tipos de reações distintas, a dos moradores e a dos visitantes.
Os moradores querem saber do dinheiro arrecadado. Ontem, a península amanheceu cheia de cartazes dizendo quem paga, quem não paga e onde os recursos serão aplicados.
Os visitantes não gostaram. Ileuda Mendes, empresária de São Paulo que lá estava, dizia:
— Não tem cabimento. Nem é ilha.
Por isso, não. No Brasil e mundo afora, se cobra fora de ilhas. Na Bósnia, para ver as ruínas da guerra, são 10 euros.