E a polarização federal chegou na Alba da pior forma. Quase sai tapa
Confira a coluna de Levi Vasconcelos
Claro que os esquerdistas do entorno de Lula e os direitistas arregimentados por Bolsonaro sempre tiveram jeito de fogo e pólvora caminhando juntos, mas ontem na Assembleia o debate esquentou de tal forma que não saiu tapa, mas empurrões, sim. E a sessão teve de ser suspensa até a coisa serenar.
O estopim foi o discurso da deputada Olívia Santana (PCdoB) contra o projeto que considera o aborto depois de 22 semanas de gestação homicídio.
— Os deputados extremistas dessa casa devem parar de defender práticas machistas e atuar pelos verdadeiros ensinamentos de Jesus e de Deus, que é a derrubada do PL do Aborto.
Feriu os brios do deputado Leandro de Jesus (PL), o bolsonarista mais extremado da Alba, que tentou partir para cima dela. Diego Castro (PL), que partilha com ele a condição de bolsonarista raiz, também reagiu, o deputado Marcelino Galo (PT) deu um empurrão nele.
Conselho — O deputado Zé Raimundo (PT) suspendeu a sessão por 15 minutos, mas depois Diego Castro ainda voltou a repicar que não vai aceitar a forma como os bolsonaristas são tratados.
Como alguns entenderam que o rififi passou dos limites, até foi perguntado: seria o caso de acionar o Conselho de Ética, uma vez que Leandro ameaçara Olívia, uma mulher? Em princípio, disseram que o caso não vai chegar a tanto, mas houve quem alertasse que a polarização federal tomou corpo na Casa com ingredientes raivosos...
Colaborou: Marcos Vinicius
Deputados dizem que risco de acidentes no São João é maior
Se a frota de veículos da Bahia em 2010 era de 2,3 milhões de veículos e hoje, 14 anos depois, é de 5,3 milhões, e a estrutura viária é a mesma, claro que agora o risco de acidentes é bem maior. Esse foi o tom de três discursos distintos, ontem, na Assembleia sobre o mesmo assunto, a ViaBahia, um dos raros casos em que deputados de todos os lados se unem, contra. Tiago Correia (PSDB), Robinson Almeida (PT) e Hassan (PP) bateram na mesma tecla: o risco de acidentes no São João este ano é bem maior. Como falou Hassan:
— A ViaBahia deveria duplicar a BR- 116, fazer mais duas pistas, uma em cada sentido, na BR-324, e nada fez. A frota de veículos cresce, ela aumenta o faturamento e nada faz.
A ViaBahia ganhou na Justiça o direito de nada fazer, argumentando que o governo não cumpriu sua parte.
Defensores na espera
A Alba aprovou, ontem, a LDO e o reajuste no Plano Plurianual, e deixou para a semana que vem o projeto que reestrutura a Defensoria Pública, motivo de uma paralisação na instituição que já dura mais de 30 dias.
Será que vai rolar? São João é segunda, terça é ressaca, só vão restar quarta e quinta, uma vez que na segunda, 1º de julho, a casa entrará em recesso. Os defensores públicos se dizem injuriados.
Hassan refuta e ideia de Jequié como cidade violenta
A divulgação do Atlas da Segurança do ano passado colocou Jequié como cidade mais violenta do Brasil, o que provocou intensa reação lá. Ontem, na nova versão (com base nos dados de 2022), o primeiro lugar em nível nacional ficou com Santo Antonio de Jesus, Jequié caiu para a vice, mas nem por isso a indignação foi menor.
— Isso é mentira. Jequié é uma cidade tranquila, tem problemas como todas as outras, mas essa de estar entre as mais violentas não procede, são dados ultrapassados.
Hassan ressalva que ‘a pecha de mais violenta causa muitos estragos, como afastar visitantes e principalmente investidores.