E algo muda no TCM com a saída de Paolo e a chegada de Pelegrino? | A TARDE
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E algo muda no TCM com a saída de Paolo e a chegada de Pelegrino?

Publicado sábado, 04 de setembro de 2021 às 06:03 h | Autor: [email protected]
Paolo Marconi, o que sai, e Nelson Pelegrino, o que entra | Foto: Ascom TCM | Divulgação e Luciano Carcará | Ag. A TARDE
Paolo Marconi, o que sai, e Nelson Pelegrino, o que entra | Foto: Ascom TCM | Divulgação e Luciano Carcará | Ag. A TARDE -

Nelson Pelegrino, sete vezes deputado federal pelo PT baiano a partir de 1998, agora licenciado na Secretaria de Desenvolvimento Urbano do Estado, vai ser sabatinado segunda pela CCJ da Assembleia, o primeiro passo do ritual para levá-lo ao Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), na vaga do jornalista Paolo Marconi.

O caminho dele até o TCM está completamente pavimentado. O último buraquinho na pista, o deputado Fabrício Falcão (PCdoB), que ensaiou uma reação, já foi convencido a desistir. E a oposição ligada a ACM Neto fechou com ele. Eis a questão: e Pelegrino no TCM vai mudar algo nos humores da corte que julga as contas dos prefeitos? A aposta é que sim.

Resolução — O foco é a resolução baixada em 2019 pelo próprio TCM que deixava de contabilizar, para efeito de gasto com pessoal, os funcionários que servem em programas federais, como a vacinação. Pela lei, o limite hoje é de 54%. Um bom alívio para os prefeitos.

Aí, o xis da questão: Paolo Marconi sempre foi contra a resolução. E sempre perdia de 4 a 2 porque Fernando Vita também sempre o acompanhou.

É dado como favas contadas que Pelegrino fica com a resolução. E se lá estivéssemos também, com a ressalva: nós, que conhecemos Paolo desde os tempos em que ele era um jornalista que ‘jornalistava’, podemos dizer que por onde ele passou e também no TCM deu o melhor dos recados, como diz Mário Sérgio Cortella, o filósofo: ‘A decência ética é difícil, mas é possível’.

Na festa do contrato da Fiol, o tom da reza foi com João Roma

Junto com Bolsonaro em Tanhaçu ontem, João Roma perfilou lado a lado com o ministro Tarcísio Freitas (Infraestrutura), embora no palco também estivesse o deputado federal Jonga Bacelar (PL), bolsonarista assumido.

E quem mais lá estava entre os atores principais da política baiana? O deputado Cláudio Cajado, do PP de João Leão, o também deputado Paulo Azi, presidente do DEM de ACM Neto, e o deputado Alex Santana, do PDT de Ciro Gomes, que justificou a ausência. Politicamente, diz pouco.

João Roma foi o que mais falou, até porque teve que cumprimentar um a um. E destacou que ano passado só na Bahia Bolsonaro botou no bolso do povo R$ 25 bilhões em auxílio emergencial.

Mas a cereja do bolo veio com o pastor Silas Malafaia. Ele disse que Rui Costa nomeou ‘um ladrão’, Carlos Gabas, para comprar os respiradores na mão da ‘turma da maconha’.

A passagem em Conquista

O avião presidencial trazendo Bolsonaro e os ministros Tarcísio Freitas (Infraestrutura) e João Roma (Cidadania) pousou em Vitória da Conquista às 8h30, e de lá a comitiva seguiu de helicóptero para Tanhaçu.

Em Conquista, alguns apoiadores o esperavam no aeroporto, mas lá dizem que após a morte do prefeito Herzem Gusmão, em março, vítima da Covid, os bolsonaristas perderam gás. Ana Sheila (DEM), a prefeita, não curte ele, não.

E Firmino Alves fervilha na disputa extra para prefeito

Firmino Alves, na região do cacau, pouco mais de cinco mil habitantes, na escala de repasses do FPM 0.6, o menor, pulula. O TRE marcou para 3 de outubro a nova eleição para prefeito e vice, já que o eleito do ano passado, o Padre Agnaldo (PDT), ganhou, mas não levou.

Ele disputou a eleição sub judice, foi indeferido. Teve 2.092 votos contra 2.000 de Samuel Pereira (PSD), que agora é candidato de novo. Vai enfrentar Fabiano Sampaio (PDT), que ano passado se elegeu vereador, com 182 votos, virou presidente da Câmara, assumiu a prefeitura como interino, tomou gosto e quer ficar. Ele tem o apoio do Padre Agnaldo.

Lá, a disputa é à la antiga, de porta em porta. Agora, com o tempero da fofoca nas redes.

POLÍTICA COM VATAPÁ

Abuso fonético

Dono de um vozeirão bonito, bem-falante, radialista a vida inteira, Herzem Gusmão, o prefeito de Vitória da Conquista que se reelegeu em novembro do ano passado e em março morreu vítima da Covid, perto de completar 73 anos, era o primeiro-suplente da oposição (e acabaria assumindo o mandato) de deputado estadual, mas, para se segurar, rebolou. A Justiça Eleitoral indeferiu a candidatura dele nas eleições de 2014 e, por tabela, anulou os votos a ele conferidos. O motivo é que foi absolutamente inédito, absolutamente sem precedentes na história das disputas eleitorais baianas: abuso de microfone.

E foi aproveitando a ponga que Geraldino Lima, leitor, dedicou a ele o seguinte epigrama:

Oh senhor não me abandone

Pois é só o que sei fazer

Por causa do microfone

Não posso me eleger?

Se o que fiz foi abuso

Neste ano eleitoral

Desse crime não me acuso

Tá no Código Eleitoral?

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