E apoio de prefeito influencia eleição de governador? Nem tanto
A saída de João Leão e o seu PP da base do governo e a caminhada do MDB no sentido oposto provocou implosões nos dois partidos, forçando prefeitos a eles ligados a tomar lado.
Leo de Neco, de Gandu, do PP, decidiu ser leal a Rui Costa. Já Zé Cocá, de Jequié, também do PP, ficou com Leão. E no MDB figuras tradicionais na sigla, como a família Hage, em Itapetinga, que hoje tem como prefeito Rodrigo, fecharam com ACM Neto.
Claro que tais movimentos turbinam o tititi do jogo político, mas prefeito influencia mesmo na eleição de governador? Segundo Ari Carlos, do Instituto de Pesquisa Séculos, é relativo.
— Se o prefeito for bom, bem avaliado, é claro que ajuda. Se for o inverso, pode até prejudicar.
Pelo deputado — Diz o deputado Alan Sanches (UB) que bem olhado talvez seja um pouco mais que isso.
— O prestígio do prefeito se mede é pela votação do deputado. Quanto mais voto o deputado apoiado por ele tiver, melhor para o jogo.
Já Vando, ex-prefeito de Uauá, no sertão baiano, vai na mesma pegada de Ari.
— O bom ajuda e o ruim atrapalha, eis a questão.
Mas ele ressalva que vez por outra acontecem fenômenos atípicos, como Waldir Pires em 1986 e na disputa de 2006, quando Paulo Souto, governador, contava com o apoio declarado de 370 dos 417 e perdeu. Seja como for, é sempre bom ter um bom do lado.
Mirela, a primeira a romper com o governo, diz que vai bem
A deputada Mirela Macedo, a primeira integrante da bancada governista na Assembleia a anunciar que estava debandando para a oposição, diz que se sente numa situação confortável ao lado de ACM Neto, para tentar a reeleição este ano.
— A maré está a favor.
Mirela, que em 2016 foi eleita vice-prefeita de Moema Gramacho, do PT, reeleita ano passado, em 2018 se lançou deputada estadual e ganhou e em 2020 disputou a prefeitura contra a própria Moema e Teobaldo (DEM), por acaso ex-marido dela, logrando um discretíssimo terceiro lugar com 9,12% dos votos (9.100), contra 50,77% de Moema e 34,28 de Teobaldo, vai para a empreitada deste ano dizendo-se mais tranquila porque o cenário do conjunto também ajuda.
— Toda eleição é um desafio e essa é mais um. Mas a gente percebe o clima favorável a ACM Neto.
Laerte, o que não mudou
Eleito em 2018 pelo pequeno PSC, junto com Tum, que agora está no Avante tentando uma vaga em Brasília, e Soldado Prisco, que migrou para o UB, Laerte de Vando é um dos poucos que não se mexeu para mudar de partido.
— Eu preferi ficar. Estou bem onde estou.
Laerte diz que vai tentar a reeleição este ano apoiando para federal Heber Santana, presidente do partido na Bahia. Ele acha que o PSC tem gás para sobreviver.
Taxa de embarque causa rebuliço na Ilha de Tinharé
Deu rolo do bom a briga entre a Prefeitura de Cairu e a Transportes Dattoli, que administra os terminais hidroviários de Morro de São Paulo e Gamboa do Morro, na Ilha de Tinharé.
A questão: uma lei municipal impõe a isenção da tarifa de embarque de R$ 1,80 para moradores, mas a Dattoli se recusa a cumprir argumentando que quem regula isso é a Agerba.
Resultado: ontem, Hildécio Meirelles (UB), prefeito de Cairu, detonou o contrato.
— Os terminais foram repassados pelo Estado para o controle do município. Vamos suspender as operações até que a empresa se ajuste à legislação do município.
O pior para a empresa é que no cenário traçado o prefeito tem o apoio de quase 100% do povo.
REGISTROS
Sertão verde
A chuvarada dos últimos dias causou muitos estragos pelo Brasil afora, mas produziu também um lado bom, segundo Paulo dos Anjos, ex-prefeito de Maracás:
— Rios, açudes, aguadas, todos cheios. E o sertão todo verdejante, provocando uma paisagem rara.
A força do rádio
Márcia Moreira, jornalista e escritora, acaba de lançar pelo selo editorial Bora Publicar, da P55 Edição, o ebook Manual de Como Fazer um Programa Eleitoral de Rádio. O trabalho é tão interessante quanto inédito. Apesar do crescimento das redes, a audiência do rádio só cresce.
São Pedro
No rastro do São João também vem o São Pedro. Em Iuiu, lá no Sudoeste baiano, o forró vai rolar no São Pedro. A mesma coisa é em Manoel Vitorino. O prefeito Silvany Barros (PSD) diz que lá a tradição é São Pedro e o povo já não aguenta mais dois anos sem forró.
Última vítima
Já no Oeste, a Diocese de Barreiras anunciou o cancelamento da tradicional Festa do Divino Espírito Santo, que acontece lá e em São Desidério. Motivo: ainda a pandemia.