E como vai Marcos Medrado em Valença? Bem, obrigado
Confira a coluna de Levi Vasconcelos

Quem me conhece sabe que sou de Valença e nas andanças em Salvador, em todos os ambientes, a pergunta é automática: e como está Marcos Medrado lá?
Compreensível. Medrado, aos 79 anos, que é filho de Mucugê, na Chapada, fez a sua trajetória em Salvador, a partir de São Tomé de Paripe, deputado estadual a partir de 1987, duas vezes federal, vice-prefeito de Salvador nos oito de Antonio Imbassahy, vereador e mais duas vezes federal, agora é o prefeito.
E a resposta também é automática: bem. Ele tem três grandes vantagens: o apoio de Lula, de Jerônimo e a herança de um município esculhambado, com 12 anos e três administrações (Juscélia Nascimento, Ricardo Moura e Jairo Batista) desastradas (nenhum se reelegeu).
A virada – Disso resulta prédios públicos caindo, o santuário da padroeira, Nossa Senhora do Amparo, virou boca quente, no cemitério já não tem mais velório porque os bandidos não deixam e o Rio Una apodrecendo com esgotos.
Medrado ganhou a eleição do ano passado com 30% dos votos, numa disputa com cinco candidatos. Ressalva: o então prefeito Jairo Batista (PDT) disputou e ficou em quinto. Ele começou a virar o jogo. As pesquisas o apontam com 70% de aprovação.
Não só o município está esculhambado, mas a Prefeitura também, por isso não pode tomar dinheiro para saneamento, por exemplo. Ele está se articulando com Jerônimo para sanear o Rio Una, mas via SAAE. E o próprio Jerônimo brada:
– Não dá para ver Valença jogando esgoto no mar.
Sexta última, Jerônimo ao lado de Rui Costa esteve lá, para dar o start na construção do Hospital Regional da Costa do Dendê. E Medrado não se conteve:
– Em 2022 ACM Neto ganhou aqui. Em 2026 vamos golear.
Segurança
No mix de obras previstas estão também a construção de uma Ceasa no povoado de Entroncamento, a recuperação dos prédios históricos, para já, a pavimentação das estradas vicinais e a instalação de duas sub-prefeituras na zona rural com retro-escavadeiras e caminhões, além da transformação da Cia da PM, que antes tinha 320 homens para cinco municípios e hoje são 180 para 10 municípios, num Batalhão.
A Prefeitura tem receita de R$ 56 milhões, mais emendas de deputados e apoios federal e estadual, movimenta mais de R$ 2 bilhões. Isso tudo acompanhado de uma determinação:
– Aqui, tá todo mundo avisado, ninguém rouba. Quem roubar vai para a polícia.
Política com Vatapá - Martinho e o avião
Martinho Fonseca, engenheiro, filho de Aloísio Fonseca, rico fazendeiro de Valença, tinha uma paixão singular, a aviação. Desde jovem pilotava um avião particular e dividia o gosto com o amigo Érico Leite, de Ituberá, outro amante da aviação.
De tempos em tempos Martinho desmontava todo o avião, para olhar peça por peça. Numa dessas ele soube a trágica notícia: o prefeito João Cardoso, adversário político, já que ele era aliado de Luis Góes Teles, o líder da oposição, começou a construir uma escola bem no meio da pista do campo de aviação. Soltou o verbo:
– Analfabeto, ignorante!
Aí começou a corrida contra o tempo. Ele remontava o avião, as paredes da escola subiam e quando já estavam com um metro e meio de altura, o avião ficou pronto. Tinha que decolar em meia pista, os amigos foram ao aeroporto ver em meio a imenso tititi, se ia dar ou não. Martinho convidou Góes Teles.
– Vem comigo?
Góes Teles olhou um lado, outro, falou:
– Martinho, é melhor você ir sozinho. O avião fica mais leve...
Gargalhada geral.
*Colaborou: Marcos Vinicius