E Mataripe volta para a Petrobras ou fica com os árabes? Eis a questão
Confira a coluna de Levi Vasconcelos deste sábado
A Acelen, a empresa que controla a Refinaria de Mataripe, anunciou ontem novo preço para os combustíveis, consequência da alta do petróleo no mercado internacional. A Petrobras, dona e controladora das demais refinarias no país, tomou outra posição: vamos esperar um pouco mais.
Resultado: em postos de Salvador em que a gasolina comum estava de R$ 5,94 o preço pulou para R$ 6,23. Já em Belo Horizonte estava em R$ 5,59 e assim ficou.
Disso fica a sensação de que temos dois brasis, o das refinarias privatizadas e o da Petrobras, um obedecendo as regras de mercado externo e outro fazendo o seu próprio preço.
Monopólios —Resulta que antes tínhamos o monopólio estatal, com a Petrobras, e agora temos o estatal e o privado, onde se inclui a Refinaria de Mataripe. Walter Tanus, presidente Sindicombustíveis-Ba, diz ter aí um aspecto muito intrigante:
— Por que a Petrobras não vende (petróleo) para as refinarias privadas pelo mesmo preço que vende às dela?
Aí entra em cena o ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia) anunciando que a Petrobras vai recomprar as três refinarias vendidas.
Tanus, que é a favor da concorrência no setor, diz que não é algo tão fácil assim.
— O Grupo Mubadala pagou por Mataripe R$ 1,63 bilhão. O preço vai ser o mesmo?
Ele ressalva que desta forma o Brasil sinaliza que não quer o pessoal de fora cá e também que não quer concorrência.
— É uma pena, a classe política está devendo essa. Não tem feito debates sobre o assunto.
A agressão que não houve
Filho do ex-deputado Daniel Gomes, irmão do advogado Dinailton Oliveira e ex-secretário de Administração em Itabuna, o empresário Dinailson Oliveira passou um bom perrengue esta semana.
Foi preso, acusado de ter agredido a mulher. Depois, ela mesmo, a denunciante, foi na polícia e disse que foi tudo mentira, agiu motivada ‘pelo ciúme e pelo álcool’. A justiça revogou a medida protetiva que havia concedido a ela.
Ademi vai coletar sangue
A 15ª edição do Salão Imobiliário, que acontece de 5 a 8 próximos no Centro de Convenções de Salvador, vai ter uma novidade.
A Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi-Ba) fez parceria com o CCS e o Hemoba vai mandar para lá o Hemóvel, para fazer coleta de sangue durante o evento. A ação faz parte do projeto CCS Experience, que visa oferecer tais vivências a congressistas.
Cedraz já de barriga cheia
O jornalista Humberto Cedraz, diretor do jornal Folha do Estado, de Feira de Santana, que é ligado ao deputado Binho Galinha, líder do Patriotas na Bahia, foi esta semana à festa de filiação no MDB quando alguém perguntou:
— Veio comer o caruru dos irmãos Geddel e Lucio?
— Não. Eu já vim de barriga cheia.
Ok, mas em Feira se desconfia que debaixo desse caruru tem carne.
Leo Prates dos Animais não é invenção, já está aí
Ao induzir o PDT, seu partido, a formar um grupo para cuidar da causa animal e das pessoas com deficiência, o deputado federal Leo Prates entrou no tititi político como candidato a tornar-se ‘Leo Prates dos Animais’, mas tirou de letra ao ser abordado sobre o assunto:
— Tenho a honra de ter sido o primeiro secretário de Proteção Animal de Salvador, em 2019. Tomamos uma série de medidas sobre isso, ACM Neto gostou e criou essa condição.
Leo diz que nas eleições do ano passado os setores ligados à causa animal próximos de ACM já votaram nele. Os dois candidatos a proporcionais mais votados em Salvador foram ele, com 88.092 votos, e a estadual Olivia Santana (PCdoB), com 56.119.
POLÍTICA COM VATAPÁ
O porrete
Newton Macedo Campos, ex-deputado e ex-vereador em Salvador, era a grande enciclopédia do folclore baiano. Eis uma dele, sobre o amigo Octávio Mangabeira.
1945, fim da II Guerra Mundial, uma onda de democratização varreu o Brasil, angustiado com 15 anos da ditadura Vargas. Octávio, candidato a governador (venceria o pleito), foi a Serrinha fazer comício com o intuito de voltar e dormir em Feira de Santana. Não deu, teve de pernoitar por lá mesmo.
Chegou à casa em que ficaria hospedado, perguntou discretamente onde ficava o sanitário. O anfitrião encheu-se de dedos:
— O Senhor sabe, né? Aqui todo mundo se vira no quintal. Mas vou dar um jeito.
Minutos depois, voltou com uma vela acesa, um jornal e um porrete.
Incrédulo, indagou:
— Amigo, me esclareça uma coisa. A vela, eu entendi, é para iluminar o caminho. O jornal, também entendi. Mas pra que esse porrete?
-— Ah, esqueci de lhe explicar, Dr. Octávio. É para o senhor espantar um porco abusado que fica por aí rondando.