Eleições federais e estaduais, municipais e os resultados
Análises mostram que Neto pode vencer a disputa deste ano sem estar coligado com nenhum presidenciável

O histórico das eleições em Salvador nos últimos 20 anos mostra que a capital baiana fica meio lá meio cá nas eleições. Nas federais e estaduais só deu PT, mas assim como nos tempos do carlismo, com o prefeito da capital baiana sempre do contra, seja qual for o mandante da vez.
Aliás, tem uma exceção. ACM mandou na Bahia por 40 anos, mas em Salvador a única vez que logrou ter o prefeito aliado foi com Antonio Imbassahy, de 1997 a 2005. E só. E também tem outra coisa. O comportamento do eleitorado muda conforme a eleição, se municipal ou estadual.
Assim o é, por exemplo, como em 2006. Wagner derrotou Paulo Souto, então governador, mas em 2008 o eleito a prefeito de Salvador foi João Henrique, que começou como aliado e acabou como inimigo. Já em 2018 Rui Costa obteve 72,18% dos votos em Salvador, contra 23,62% de Zé Ronaldo, o candidato de Neto, mas em 2022 Bruno Reis, o candidato de Neto a prefeito, teve 64,20%, contra 22,62% da Major Denice, a candidata de Rui.
Era Neto — Essas análises são feitas pelo pessoal do entorno de ACM Neto para mostrar que ele pode, sim, vencer a disputa deste ano sem estar coligado com nenhum presidenciável.
Eles lembram dois pontos:
1 — Neto nas pesquisas aparece melhor do que Lula.
2 — Esse negócio de passar voto, como o time de Jerônimo espera que Lula faça, e o de João Roma idem, idem com Bolsonaro, é relativo. E a ideia de botar um candidato desconhecido também (vide Major Denice).
Ademais, em 2002 ACM, o avô, se esquivou da pendenga federal e ganhou. Em 2006 federalizou o discurso e se deu mal. O negócio é estadualizar o debate.
O PTB deixa João Roma só
O PTB do ex-deputado Roberto Jefferson, que deletou o ex-deputado Benito Gama do comando do partido na Bahia para se colocar a serviço de Bolsonaro, anunciou o apoio a ACM Neto para o governo, embora mantenha o apoio a Bolsonaro.
Nos meios políticos se diz que esta era a única chance que restava a João Roma para obter apoio fora do PL.
Cachoeira e a queixa de Rui
Embora tenha ido sábado a Cachoeira e participado do desfile do 2 de Julho lá, e do lançamento, pelo Correios, do selo do Bicentenário da Independência, Rui Costa vai se despedir do governo sem deixar muitas saudades por lá.
Dizem que Jaques Wagner desde 2007 ia todos os anos fazer a transferência simbólica do governo. Rui Costa só foi este ano.
Wenceslau com Amado Batista
Depois que viu a sua popularidade desabar após o cancelamento do São João, o prefeito Carlos Liotério dos Santos, o Kaká (Republicanos), de Wenceslau Guimarães, corre atrás prejuízo.
Contratou Amado Batista para cantar na festa do aniversário da cidade, dia 18 deste mês. Dizem lá que sem forró quem dança é ele, politicamente, claro.
As ilhas de Cairu perdem Mané Ché, o Rei da Piaçava
Morreu ontem Manoel Palma Ché, 82 anos (completaria 83 em 8 de agosto) , duas vezes prefeito de Cairu, 7 filhos, 16 netos e 6 bisnetos, amigão de Antonio Carlos Magalhães, grande produtor de piaçava, por isso chamado de Rei da Piaçava. Figura afável, brincalhão e às vezes folclórico.
Era ele quem abastecia ACM de mariscos. Um dia ACM brincou:
— Ché, a Prefeitura lhe fez bem, não foi? Você quando começou era magrinho, já está com essa barriguinha bem adiantada, né?
E Ché, batendo na barriga de ACM:
— Imagine o senhor, que é o estado todo.