Em São Francisco do Conde, terra da refinaria, a arrecadação desaba
Confira a coluna de Levi Vasconcelos
Algo vai muito errado com as finanças de São Francisco do Conde, a terra da Refinaria Landulpho Alves, atual Acelen. A receita do município, que ostenta (ou ostentava) a condição de maior PIB per capita entre os 417 municípios baianos e o 18º entre os 5.570 do país, está desabando.
Segundo o prefeito Antonio Calmon (PP), o município está perdendo algo em torno de R$ 17 milhões a
R$ 20 milhões por mês, uma pancada forte para quem tem uma receita que gira em torno de R$ 50 milhões.
— Estamos correndo atrás da Secretaria da Fazenda do Estado. Achamos que há algo errado nessa conta. Há algum equívoco no cálculo.
ITIV —E será que a receita foi mesmo erro, ou a base da coisa é a questão operacional da Acelen? Lá se diz que a empresa já não refina petróleo em Mataripe, como fazia a Landulpho Alves. Compra a gasolina pronta.
Calmon diz que espera a posição do governo para saber exatamente o que se passa, mas revela outro detalhe curioso. Até agora a Acelen se recusou a pagar o Imposto de Transferência de Imóveis (ITIV) referente ao terreno em que a refinaria está instalado.
— A Acelen diz que comprou açõe, e não imóveis. Entendemos que não é bem assim. É uma propriedade que mudou de dono.
A bagatela aí é algo que vai em torno dos R$ 150 milhões. Calmon diz que está tentando um entendimento com a diretoria da Acelen e vai rolar. Pelo menos a conversa.
Colaborou: Marcos Vinicius
E a Lava Jato entra no debate da Alba, mas só a parte política
Após as decisões do ministro Dias Toffoli, do STF, que anulou os atos da Lava Jato contra o empresário Marcelo Odebrecht, o assunto virou debate no plenário da Alba. Fala o deputado Zé Raimundo (PT):
—A Lava Jato foi uma perseguição a Lula e ao PT.
Rebate o deputado Samuel Júnior (Republicanos):
— Lá pelos anos de 1960 Juca Chaves já fez uma música que diz: ‘A polícia vai e prende, a justiça vai e solta’.
Zé Raimundo retruca:
— O que houve foi a utilização da lei para perseguir adversários.
E quem está certo? Os dois. Mas nesse debate está faltando a banda mais perversa a história. A Lava Jato detonou 17 grandes empreiteiras do país, entre elas as baianas Odebrecht e OAS, o que derrubou 4 milhões de empregos e esvaziou as faculdades de engenharia. Se o preço da moralidade é esse, melhor passar o calote.
O Recomeço, como Itabuna
O Recomeço, programa lançado por Lula para ajudar as vítimas da enchente no Rio Grande do Sul, é uma cópia do modelo adotado em Itabuna, segundo o prefeito Augusto Castro (PSD).
Em 2021 Itabuna sofreu forte enchente no Rio Cachoeira e a solidariedade veio, recebeu doações de todo o país.
— Juntamos as doações e complementamos com dinheiro da Prefeitura. Foram 3.500 famílias beneficiadas.
Brito diz estar confiante na disputa pela Câmara
O deputado federal Antonio Brito (PSD), que está entre os que querem o lugar de Arthur Lyra (PP-AL) na presidência da Câmara (com o também baiano Elmar Nascimento, do UB), diz estar bastante confiante na possibilidade de chegar na frente.
Na largada, ele já ostenta um trunfo:
— Sou o candidato do meu partido..
Semana passada ele recebeu um afago do presidente de honra do MDB baiano, Lúcio Vieira Lima, que disse ver a candidatura dele com muita simpatia, com a ressalva:
— Eu apoio, mas não tenho voto.
O presidente do PSD, o partido de Brito, é secretário do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e tenta o apoio do PL de Bolsonaro.