Em tempo de preço alto, o cacau ganhou novo enredo, os bandidos
Confira a coluna de Levi Vasconcelos
A região do cacau, que nos tempos dos coronéis muito inspirou a literatura, com Jorge Amado à frente (ainda hoje tema de novela com a Renascer, da Globo), mergulhou nas profundezas do inferno astral com a tragédia da vassoura-de-bruxa e agora, com os preços em alta, vislumbra uma nova era... A dos bandidos assaltando produtores.
O deputado Patrick Lopes (Avante), produtor em Jitaúna, diz que, por conta da alta dos preços, assaltos para tomar sacas de cacau viraram rotina.
— Hoje só se transporta cacau com escolta. E ninguém ousa mais dormir nas fazendas. O clima é de medo.
E tudo indica que vai piorar. A safra temporã começa em junho. A regular, a partir de setembro.
— Ainda teremos muitas histórias para contar.
Pragas —Segundo Vanuza Barroso, presidente da Associação Nacional dos Produtores de Cacau (ANPC), o cenário que está posto parece positivo, mas tem imbricamentos bastante preocupantes.
O cacau está em alta porque Gana e Costa do Martim, maiores produtores mundiais, estão atacados por pragas que aqui não existem. E o governo nada faz para controlar a importação do cacau desses países. “Quem manda no Mapa (Ministério da Agricultura) é a indústria do chocolate, que quer o cacau africano, por ser mais barato, e é mais barato pelo trabalho escravo, e nada mais se faz”, diz.
Em suma, o cacau rende enredo para muitas novelas. Está faltando é escritor.
Colaborou: Marcos Vinicius
Protocolo para os jornalistas encarar casos de feminicídio
Protocolo Antifeminicídio - Guia de Boas Práticas para a Cobertura Jornalística.
O trabalho, idealizado e elaborado por jornalistas que gravitam na Associação Bahiana de Imprensa (ABI), vai ser lançado, lá, terça-feira 10h. A ideia, dizem os autores, é contribuir com uma cobertura jornalística responsável, para ajudar a sociedade a combater uma chaga moral que persiste nos nossos dias, a cultura da violência de gênero.
As jornalistas Suely Temporal, Simone Ribeiro e Sara Barnuevo também participaram da ideia do projeto, mas Amália Cabral, Catherine Ferreira, Jaciara Santos, Joseanne Guedes, Mara Santana e Suzana Alice, mais o jornalista Nelson Cadena, transformaram a projeção em fato.
A violência contra mulheres é tão encruada no Brasil que até as advogadas das vítimas sofrem agressões. O caso é seriíssimo.
Ilheús, Adélia e Wagner
E por falar em cacau, a presença do senador Jaques Wagner, ontem, no lançamento da candidatura a prefeita de Adélia Pinheiro, pelo PT, reforça o que já se suspeitava na terra de Gabriela: a base do governo, por enquanto, parece dividida.
O prefeito Marão apoia Bento Lima, ambos do PSD de Otto Alencar, que nada falou até agora, enquanto os opositores Valderico Júnior (UB) e Jabes Ribeiro (PP) estão adorando...
São Roque está em vias de voltar, apesar dos contra
O Estaleiro de São Roque do Paraguaçu, em Maragogipe, está em vias de retomar as atividades. A previsão é a de que nos próximos dias seja anunciada a construção de 400 barcaças para mineração e a expectativa é de que algumas sejam lá. Ainda não tem nada a ver com a Petrobras, mas pela audiência pública realizada anteontem na Câmara de Muritiba, com a presença de Sérgio Bacci, presidente da Transpetro, o cenário exposto é positivo. Até porque, segundo Sílvio Ataliba, ex-prefeito de Maragogipe, quando a Petrobras tirava 800 mil barris de petróleo por dia operava com 47 navios. Hoje tira quatro milhões de barris e opera com a metade dos navios, o resto é de fora.
— O bom senso vai vencer outros interesses.