Empate em eleição é difícil, mas tem, como em Canápolis
Confira coluna de Levi Vasconcelos deste domingo

Empate técnico em pesquisa eleitoral acontece todas eleições em todos os lugares, mas o empate propriamente dito, na urna, tem, mas é raridade. Nestes casos, dita a lei, ganha o candidato mais velho.
O último no Brasil foi em 2020, em Jardinópolis, Santa Catarina. Mauro Risso (MDB) e Antoninho Bevilacqua (PT) tiveram 748 votos, cada. Ambos tinham 50 anos, mas Mauro era 57 dias mais velho, levou.
Em 2008, em Dom Cavati, Vale do Aço, em Minas Gerais, Jair Vieira (DEM) e Pedrinho (PT) tiveram 1.919 cada. Jair, com 73 anos, era 31 anos mais velho, ganhou.
Novela baiana —Mas o precedente baiano é digno de um enredo novelesco. Também em 2008, em Canápolis, no oeste, Rubiê Oliveira (PRP) e Domingos Costa (PT) empataram com 3.128 votos para cada.
Mais velho, Rubiê já tinha sido prefeito duas vezes, foi declarado vencedor até o dia 31 de dezembro de 2008.
Ele conta que foi um momento muito triste na vida dele, a noite da véspera de assumir o terceiro mandato de prefeito, o que resultou num Ano Novo, o de 2009, totalmente sorumbático:
— Eu já estava me preparando para dormir, o paletó já pronto, quando chegou o oficial de justiça me comunicando que eu não seria o prefeito.
Problemas com contas de gestões anteriores.
novo capítulo —Rubiê só assumiu no fim do ano, quase um ano depois, quando a Justiça deu o ok. Mas a história não acaba aí. Em 2012, ele se reelegeu para um quarto mandato. A partir daí entra mais um ingrediente em novo capítulo.
Em 2020, ele foi candidato a um quinto mandato. E adivinhe quem foi o vice? Domingos, o que empatou com ele em 2008 e ficou um ano prefeito, mesmo sendo mais novo. Perdeu. A história não acaba aí. Este ano, Rubiê é candidato outra vez, agora sem Domingos, mas tendo como adversário Charles, um ex-fiel escudeiro. Em outubro sai o epílogo. Rubiê prossegue ou pendura as chuteiras?