Encontro de ex-governadores, caso único na história da Bahia
Confira a coluna de Levi Vasconcelos desta terça-feira
Desde que os portugueses aqui chegaram, há 474 anos, com Tomé de Souza à frente, a Bahia já teve 158 governadores, 62 no período colonial, 50 no império e 46, com Jerônimo incluso, na República.
Oito estão vivos: Nilo Coelho, hoje prefeito de Guanambi, Antonio Imbassahy, Paulo Souto (dois mandatos), César Borges, Otto Alencar, Jaques Wagner (dois mandatos) e João Durval.
No sábado passado Jerônimo praticou um ato inédito. Homenageou eles com a Comenda 2 de Julho. Imbassahy, Nilo Coelho e Rui Costa estiveram ausentes.
Sem má fama —Se do ponto de vista financeiro a Bahia vai bem, outro detalhe a destacar: com a ressalva de que santo aqui na Bahia não tem, só santa, e o endereço é único, o Largo de Roma, convém ressalvar que nenhum deles agregou má fama aos seus currículos.
É uma circunstância historicamente positiva, muito diferente do Rio de Janeiro, que nos últimos tempos viu cinco dos seus ex-governadores presos (Anthony Garotinho, a mulher dele, Rosinha Garotinho, também ex-governadora, Moreira Franco, Luiz Fernando Pezão e Sérgio Cabral) e um afastado, Wilson Witzel.
E como Paulo Souto (que ontem estava num podcast com Zé Eduardo no Bnews) reage a uma homenagem prestada por Jerônimo, um governador que é adversário?
— Eu aproveito o ensejo para agradecer. Mas veja o que é a nossa cultura. Porque a homenagem vem de um adversário, todo mundo estranha, quando deveria perguntar se merecemos ou não.
De José Sérgio Gabrielli: ‘Eu voltei a ser um homem de bens’
Quem desfilou no 2 de Julho feliz da vida foi o professor José Sérgio Gabrielli. Com os bens indisponíveis desde 2016, em ações em que a única coisa concreta é ‘indícios de sobrepreço’ por ter sido presidente da Petrobras, finalmente viu o seu caso julgado no STF, com a liberação dos bens.
Melhor que isso, o julgador do caso foi o ministro Nunes Marques, que lá está indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, portanto absolutamente insuspeito.
Gabrielli encontrou o jornalista Ernesto Marques, presidente da ABI, de quem é amigo, e ao falar do assunto levou na gozação:
— Eu voltei a ser um homem de bens!
Ele brinca, mas ressalva que o caso foi sério. Nada provado, mas além de terem mexido no apartamento, também tentaram bulir no salário que ele ganha como professor aposentado da UFBA.
E Lula fica entre amigos
Na sua estadia em Ilhéus, o presidente Lula ficou hospedado na casa do empresário Nilton Araújo, um velho militante do PT.
Ele desembarcou anteontem em Ilhéus dizendo que queria ‘aproveitar o dia para tomar um banho de mar’.
Bastou isso para cair nas redes: “Banho de mar no inverno? Ou ele realmente está muito ansioso por um banho ou é jogada de marketing fazer apologia ao mar no inverno”.
‘É encantador ser vizinha da cabocla’, diz D. Margarida
Quem pensa que o 2 de Julho se resume ao desfile está enganado. Da Lapinha ao Campo Grande, a festa dura o dia inteiro, com a mistura do cívico e do profano, um momento especial, segundo D. Margarida Cachoeira, 69 anos, três filhos, cinco netos, moradora do Largo da Lapinha, bem em frente à casa onde fica a cabocla.
— Para mim morar aqui até parece um encanto. Todo mundo o tempo inteiro ansioso pelo desfile, outros querendo saber o que a cabocla representa, eu adoro.
Margarida conta que é policial aposentada e antes ia ao desfile forçada, como polícia feminina, 15 anos atrás passou a morar lá, se apaixonou pelo que já muito gostava.