Enfim, o projeto Baixios de Irecê começa a operar, 40 anos depois | A TARDE
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Enfim, o projeto Baixios de Irecê começa a operar, 40 anos depois

Publicado sábado, 23 de novembro de 2019 às 06:00 h | Autor: [email protected]
Questiúnculas políticas à parte, o fato é que a obra não é pouca coisa | Foto: Codevasf | Jorge Serejo
Questiúnculas políticas à parte, o fato é que a obra não é pouca coisa | Foto: Codevasf | Jorge Serejo -

Gustavo Canuto, ministro do Desenvolvimento Regional, foi ontem ao povoado de Boa Vista, em Xique-Xique, e autorizou o início da operação do projeto Baixios de Irecê. Detalhe: lá estavam os deputados federais Elmar Nascimento, Paulo Azi e Arthur Maia, do DEM, mais Adolfo Viana (PSDB), e ninguém do governo do estado, apesar de ter sido convidado.

Questiúnculas políticas à parte, o fato é que a obra não é pouca coisa. Presente no ato, Reinaldo Braga, ex-deputado, lembrou que o projeto foi pensado e concebido em 1979 por Delfim Neto, então ministro da Agricultura, e ACM, em 1979, no governo do presidente João Figueiredo, 40 anos atrás. E custou em torno R$ 1 bilhão.

Empregos — Diz Reinaldo que a etapa inicial vai contemplar 16 mil hectares e gerar 20 mil empregos:

 – O projeto começou mesmo no governo de Fernando Henrique. Ficou um tempão hibernando, e no governo de Temer reacenderam a chama. Mas fico feliz porque 40 anos atrás, quando foi concebido, eu era prefeito. E vem acontecer agora, quando o prefeito é meu filho (Reinaldo Braga Filho).

O projeto tem como base a irrigação (rio São Francisco e afluentes) e significa uma grande expectativa de expansão do agronegócio na Bahia.

 – Aqui chove pouco. Muito sol elimina pragas. E a pouca chuva não atrapalha a irrigação, o que permite mais de uma safra por ano.

Enfim, é o início de um tempo novo no sertão.

Com medo de atrasar salários, o Mato Grosso trava os gastos

Pelo que se viu no encontro dos deputados estaduais encerrado ontem em Salvador, o medo de cabo a rabo no Brasil é o de inviabilizar as contas públicas, com a folha de inativos sempre crescente.

No Mato Grosso, o presidente da Assembleia, Eduardo Botelho (DEM), diz que a trava foi feita, com a aprovação de uma Lei de Responsabilidade Fiscal que proíbe o aumento de gastos em todos os poderes.

O Estado tem uma receita de R$ 18 bilhões e paga R$ 1,3 bilhão aos inativos, com previsão de chegar a R$ 2 bilhões em dois anos.

– Lá a ordem é: está proibido gastar. E ponto.

E quando as pessoas vão se aposentando, como se faz a reposição?

– Não faz. Nós temos cinco anos para avaliar. O que não dá é deixar as finanças entrarem em colapso.

No Rio Grande do Sul, os salários atrasados desde agosto são pagos parcelados. O medo geral é chegar a isso.

Metrô andou, mas nem tanto

Falando ontem no encontro dos deputados, Augusto Nardes, ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), lembrou que acompanhou de perto o caso do metrô de Salvador.

– Hoje fico feliz em ver que ele está andando.

É, mas tem uma banda podre até hoje não explicada. A parte que começou custando R$ 240 milhões acabou em R$ 1,185 bilhão e nunca andou.

Vai ficar assim, é?

Política tradicional está com os dias contados

Apresentado aos deputados no encontro de Salvador como estrategista político, o espanhol Antônio Sola fez ontem a palestra  ‘Política tradicional, a extinção’. Falou bonito, dizendo que os modelos de ação política em vigor estão com os dias contados, por necessidade:

– Imagine que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada 40 segundos acontece um suicídio no mundo. Veja você, a cada 40 segundos um suicídio no Brasil. Há que se acabar o tempo em que políticos defendem a máfia, que acham  um saco de feijão com açúcar, água e leite suficiente para se comprar um voto. Temos que aprender a criar uma nova democracia, uma nova linguagem.

Eis a questão: certo ele está. Mas sonhando.

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