Enquanto ACM Neto acelera cá, Wagner está de olho em Lula lá | A TARDE
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Enquanto ACM Neto acelera cá, Wagner está de olho em Lula lá

Publicado quarta-feira, 06 de outubro de 2021 às 06:03 h | Autor: [email protected]
O quadro demonstra precisamente o cenário da disputa de 2022 | Foto: Divulgação
O quadro demonstra precisamente o cenário da disputa de 2022 | Foto: Divulgação -

Leitores como Alex Ribas, de Lauro de Freitas, perguntam como Jaques Wagner está se movimentando para 2022. Numa palavra, ele, como João Roma, faz um jogo de lá e cá, enquanto ACM Neto, sem maiores referências lá, aposta tudo por cá.

Pois que no último fim de semana, a um ano das eleições, dois fatos distintos, mas imbricados, são curiosos, se cruzados. Enquanto ACM Neto circulava pelo interior, Jaques Wagner estava em Brasília num almoço com Lula.

O quadro demonstra precisamente o cenário da disputa de 2022. Para Wagner, quanto mais federalizar a questão colado com Lula, melhor, da mesma forma que Roma, como a ponta baiana de Bolsonaro. Para Neto o jogo é estadualizar.

Erro tático — Em 2006, quando Paulo Souto, governador, tentava a reeleição e Wagner surpreendentemente ganhou, Lula era o presidente e dizem que ACM, o velho, cometeu um erro tático. Começou a bater em Lula, federalizou a disputa, caiu no que o PT queria. É o que Neto quer evitar.

É difícil separar os embates federais dos estaduais. Na Bahia, a questão federal já atingiu Neto agora, com João Roma, um ex-amigo com quem rompeu por ter aceitado ser ministro de Bolsonaro.

Mas cá, enquanto Neto está sem grilos, Wagner ainda vai ter trabalho para acomodar Otto Alencar e João Leão e Roma para encontrar aliados. Mas os desdobramentos já serão cenas dos próximos capítulos.

João Dourado, uma nova eleição com dois candidatos, os mesmos

João Dourado, município da região de Irecê, vai às urnas em 7 de novembro numa nova eleição, mas numa situação única na história do Judiciário: Diamenson Costa Cardoso Dourado, o Di Cardoso (PL), e Abimael Dourado Lima Júnior, o Juninho (PSD), são os mesmos do ano passado.

Di Cardoso teve 7.635 votos (52,35%), contra 6.950 (47,65%) de Juninho. Aí vem o enredo da anulação, também único. Adriano Alves Neves, o vice eleito em 2016, morreu em 2017. Em setembro do ano passado, morreu o prefeito Celso Loula Dourado (PT), candidato à reeleição. A mulher dele, Rita de Cássia Amorim, a Rita de Dr. Celso (PT), presidente da Câmara, assumiu. Depois ela se candidatou a vice de Di Cardoso e a justiça julgou que ela estava inelegível, anulou o pleito.

Lá se diz que os candidatos são os mesmos, mas o cenário é outro. O PT rachou, uma banda está com Juninho, mas Rita com Di.

O pleito que divide a base

Aliás, a disputa em João Dourado reverberou ontem na sessão da Assembleia. O deputado Jacó (PT) levantou para dizer que Juninho é o cara. A deputada Fabíola Mansur (PSB), rebateu dizendo que grande parte do PT, inclusive a viúva de Dr. Celso, está com Di Cardoso.

Rosemberg Pinto (PT), líder do governo, tentou apagar o fogo amigo:

— Eu pediria aos nobres colegas que não tragam as querelas municipais para cá.

Alex Lima, fora reeleição, diz que prefere se cuidar

Aos 38 anos, no segundo mandato, o deputado Alex Lima (PSB), um dos mais fortes aliados de Rui Costa com ação maior no Litoral Norte da Bahia, já vinha dizendo a amigos da intenção de ficar fora do pleito deste ano e ontem, em coletiva a imprensa, oficializou o anúncio.

Ele afirma que sofre com depressão, diz estar ‘sofrendo muito’, e prefere se cuidar. E quem vai herdar o espólio que em 2018 lhe rendeu 82 mil votos? Ele diz não saber:

— Os meus amigos, são relações pessoais entre eu e eles. Deixei todos à vontade. Preferi não me arriscar a garantir por alguém.

Apesar de fora do embate, Alex diz que estará firme na campanha ao lado de Jaques Wagner e também fazendo política na terra dele, Esplanada.

Divina Proteção

Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, embarcou ontem para Roma a fim de ver o Papa (literalmente) Francisco. Na comitiva está também o deputado Cláudio Cajado (PP). Dizem em Brasília que como Bolsonaro já tem o apoio dos evangélicos,  Lira está tentando abrir outros canais com o alto.

Ancelmo em cena

A notícia de que o Coronel Ancelmo Brandão, ex-comandante da PM, pretende disputar um mandato de deputado federal ano que vem bateu forte em Juazeiro, a terra dele. Ano passado ele já tinha sido citado como prefeiturável. Outro Coronel Anselmo, o Bispo, também de lá, disputou a prefeitura pelo DEM e perdeu.

Fé na vacina 1

O trade turístico de Itacaré, cidade que fica na desembocadura do Rio de  Contas, um dos destinos mais procurados da região do cacau, está confiante de que no feriadão do Dia da Criança vai dar tudo certo.  O que anima é a notícia de que o município está há cinco semanas sem nenhum caso ativo de Covid.

Fé na vacina 2

Aliás, Antonio de Anizio (PT), o prefeito lá, diz que a única apreensão no momento é por conta da variante Delta.

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