Entre as mentirinhas e as ‘fakes’: Bolsonaro perde na lei da calúnia
Certa vez perguntaram a Paulo Maluf, então governador de São Paulo, o que ele achava da mentira na política. Resposta:
– Quem disser que não mente já está mentindo.
De fato, a mentira para levar vantagem, uma doença da alma, no jogo político ganha a exata dimensão da sua imensidão, que vai das picuinhas até as agressões virulentas, passando obviamente pelo estelionato das promessas fajutas.
Vetos caídos — O que antes se manifestava no tititi agora nestes tempos de sociedade em rede ganhou até nome gringo, fake news.
Em 2010 dois cidadãos, Naldinho e Tafarel, apareceram em vídeo comprando votos a R$ 50 em Itajuípe, apresentando aos eleitores os nomes de Félix Mendonça Jr., federal, e Paulo Câmera, estadual. Na Justiça, ficou provado: era armação.
Mas ainda com o processo correndo, em 2011, Félix apresentou na Câmara projeto prevendo pena de dois a oito anos de prisão para tais crimes, a lei das fake news.
– Eu quis pegar grandes grupos, marginais profissionais, com grandes interesses no jogo político.
A Câmara aprovou a lei, mas Bolsonaro sancionou vetando o aumento da pena, argumentando que fere o interesse público. E eis que esta semana, ao apreciar os vetos, o Senado derrubou por 48 a 6 e a Câmara por 326 a 84.
– Foi uma surpresa.
Ou seja, os políticos abominam tais práticas. Bom para os advogados. Trabalho não vai lhes faltar.
Guerra entre bolsonaristas
A derrubada dos vetos à lei da calúnia no Congresso abriu uma guerra entre bolsonaristas. O senador Eduardo Bolsonaro, filho do presidente (0 candidato a embaixador), disparou contra os que ficaram contra o veto, entre eles o deputado Kim Kataguari (DEM-SP), líder do MBL, um dos arautos da campanha de Bolsonaro.
Kim devolveu pesado. Chamou Eduardo de ‘leãozinho de Twitter’ e também de ‘rato e covarde’.
Everaldo agora é ‘paz e amor’
Após 13 anos em postos de comando do PT baiano, os últimos como presidente, num mandato que se finda em outubro, Everaldo da Anunciação diz que está trabalhando para ‘construir a unidade no partido’.
Para o futuro, quando deixar a presidência, já tem uma estratégia definida, se afastar das pendengas baianas.
– Vou dar a minha contribuição em Curitiba.
Ou seja, pretende engordar o time do Lula Livre.
Camamu vai às urnas hoje
Camamu, no baixo sul, vai às urnas hoje numa eleição suplementar, com o tempero da política estadual.
Quarta, a ex-prefeita Ioná Queiroz (PT), derrotada no TRE, desistiu, dizendo que não ia apoiar ninguém. Mas ACM Neto foi lá dar apoio a Luizinho de Tapuia (DEM) e buliu com os brios do PT, que desembarcou na cidade pedindo apoio total para Irmão Enoc (Patriota), presidente da Câmara e prefeito em exercício. A disputa é trincada.
Em Camaçari, ajuda para Elinaldo parte de Caetano
Dá para imaginar que Luiz Caetano, ex-prefeito e ex-deputado, principal adversário do prefeito Antônio Elinaldo (DEM), que deletou do poder o grupo dele em 2016, esteja hoje praticando atos e fatos que dão uma grande ajuda ao inimigo?
Segundo Ademar Delgado, também ex-prefeito e ex-aliado de Caetano, sim. É justamente nessa direção os movimentos que ele vem fazendo.
A questão: principal cabo eleitoral da oposição lá, Caetano, que já foi casado com a ex-deputada Luiza Maia, decidiu à revelia dos aliados que quer emplacar como candidata a prefeita a atual mulher, Ivoneide.
Segundo Adhemar, é tudo que Elinaldo quer:
– Ela não tem nenhuma tradição política. Assim está uma beleza para ele (Elinaldo).