Essa história da junção do UB com o PT, de tão primária, parece piada | A TARDE
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Essa história da junção do UB com o PT, de tão primária, parece piada

Uma união dos dois seria poderosa. Onde haveria ponto de convergência sobre esse interesse fora disso?

Publicado sábado, 30 de julho de 2022 às 05:45 h | Autor: Levi Vasconcelos
Félix Júnior, o desafeto de Marcelo Nilo não o perdoa
Félix Júnior, o desafeto de Marcelo Nilo não o perdoa -

Veja você. Primeiro se divulgou que o PT estava tentando botar no seu time o União Brasil, ou UB, o de ACM Neto. Depois se disse que o UB toparia, desde que Jerônimo abrisse mão da candidatura para apoiar Neto. Por último vem uma nota do partido dizendo que conversas sobre a Bahia, tem. Mas a candidatura de Luciano Bivar, nas pesquisas, é irreversível.

Se procurarmos pé e cabeça para essa história, só há uma vertente. A junção do PSL com o DEM resultou no UB, que se tornou o maior do Brasil em dinheiro e tempo de rádio e tevê. E o PT é o segundo. Ou seja, uma união dos dois seria poderosa. Onde haveria ponto de convergência sobre esse interesse fora disso?

Guerra é guerra —Aí esse casamento passaria por Jerônimo  renunciar à disputa para apoiar ACM Neto? Tão ingênuo e pueril que mais parece piada, não? Simplesmente a Bahia é o maior estado do Brasil governado  pelo PT, já com 16 anos no poder, e com Lula líder em todas as pesquisas entregar o poder  assim, sem briga, sem nada, de mão beijada, simplesmente não existe. Conversa tem sim. Mas abarcando Pernambuco, a terra de Bivar.

Aliás, convém evocar o jornalista australiano Phillip Knightley, correspondente de guerra no Vietnã que voltou de lá vivo e fez um belíssimo livro intitulado A Primeira Vítima.

Diz ele logo de saída que quando pipoca uma guerra a primeira vítima é sempre a verdade. E campanha eleitoral é guerra, agora com os canhões das redes sociais que a mídia, se não tomar cuidado, embarca. O cheiro dessa história entre UB e PT na Bahia vem disso.

Cruz das Almas festeja os 125 anos entre troca de alfinetadas

A sessão solene dos 125 anos de Cruz das Almas ontem na Câmara do município reuniu gente de todos os matizes e acabou em troca de alfinetadas. André Eloy (MDB), presidente da Câmara, virou-se para João Roma (PL), presente no ato, e disse:

— João Roma, você não vai ganhar a eleição, mas ganhará uma grande experiência.

O prefeito Ednaldo Ribeiro (Republicanos), aliado de Roma, refutou com André:

— Você é um ingrato.

Os dois estão rompidos. O deputado Rosemberg Pinto (PT), líder do governo na Assembleia, também presente, dirigiu-se a Roma:

— Roma, você não vai ganhar, mas no segundo turno estaremos juntos.

Na sua vez de falar, Roma disparou a frase que respondeu tanto a André como a Rosemberg:

— Eu vou ganhar e é no primeiro turno!

Bolsonaro e as pesquisas

Embora perdendo nas intenções de voto de 45 a 29, aliados de Bolsonaro vislumbraram nesgas  de melhoras na pesquisa do Datafolha divulgada esta semana. Acham, por exemplo, que a rejeição das mulheres ao presidente caiu significativamente e atribuem o fato à participação de Michele.

Mas é mais que isso. Antes, Bolsonaro e cia execravam as pesquisas, especialmente as do Datafolha. Já acreditam?

Marcelo Nilo e Félix Jr. no caminho de ACM Neto

 ACM Neto vai ter mais problemas para indicar o vice do que se supõe, segundo político que acompanha o caso de perto. 

A questão: o deputado Marcelo Nilo já dispensou as lideranças que o apoiavam para deputado federal na expectativa de integrar a chapa majoritária, mas essa operação não é tão mansa e pacífica assim. O também deputado federal Félix Júnior, presidente estadual do PDT e aliado de Neto de primeira hora, é um velho desafeto de Nilo e diz a todos que não o aceita ‘de jeito nenhum’. E mais: se Neto insistir na opção, vai ‘detonar’. Isso sem falar que Zé Ronaldo, ex-prefeito de Feira, também está de olho na vaga e bate o pé que tem direito.

POLÍTICA COM VATAPÁ

Fernando Cuma 1

Vamos dedicar esse espaço aqui, hoje e amanhã, a Fernando Gomes, o ex-prefeito de Itabuna (cinco vezes) que esta semana nos deixou, primeiro do que diziam dele, figura pouco letrada, aloprado, e depois o que o próprio contava.

E contam que certa vez ele foi visitar uma obra e deu um  faniquito ao ver a placa. 

— O que é isso? Eu gasto um dinheiro da zorra e vocês botam aí a placa da Emobras?! E quem é essa Emobras?! Tira, tira! E ainda vão dizer que eu estou fazendo trambique!

— Não é isso não, prefeito. A placa ali está escrito ‘Em obras’.

—Ah, bom. Diga isso.

Outra: em 2016, quando o escritor Fernando Caldas lançou o livro “Fernando Gomes – Uma vida por Itabuna’,  os adversários cairam matando fazendo piadas nas redes sociais:

1 — Será que ele vai confessar tudo?

2 — E será que ele já aprendeu a ler?

Na gênese do apelido Fernando Cuma, evocavam um fato. Um dia alguém o chamou, ele retrucou:

— Cuma?

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