Fábio Vilas-Boas encara a maldição da regulação. Está vencendo a briga | A TARDE
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Fábio Vilas-Boas encara a maldição da regulação. Está vencendo a briga

Publicado terça-feira, 11 de dezembro de 2018 às 13:47 h | Atualizado em 11/12/2018, 13:52 | Autor: [email protected] | Foto: Leonardo Rattes | GOVBA
Fábio Vilas-Boas: ‘Estamos na briga para resolver isso’
Fábio Vilas-Boas: ‘Estamos na briga para resolver isso’ -

A regulação, o patinho feio do governo na última campanha eleitoral, apresentada como a fila da morte, virou sinônimo de maldição.

Ela veio em 1999 para indicar ao paciente o local onde tinha vaga e assim acabar a práxis de então, em que as pessoas em busca de socorro morriam nas portas dos hospitais depois de perambular por vários. Não funcionou. As pessoas passaram a morrer por aí, na espera. Na última campanha ela apareceu como o patinho feio do governo. E era.

Nova ordem — Fábio Vilas-Boas, o secretário da saúde do Estado, montou um esquema para virar o jogo.

Ele instalou uma central no Hospital Roberto Santos com software que dá a condição do paciente, o que ele já recebeu de assistência, em todos os cantos do estado, conectado aos 58 hospitais da rede pública, que dita exatamente o número de vagas existentes. Até pelo celular vê tudo o que se passa.

Fábio diz que a regulação recebe 500 pacientes em média por dia. Em setembro, quando começou o novo modelo, havia dois mil na fila. Hoje são 1.200, com o tempo de espera caindo em todas as especialidades.

— A meta é receber 500 e atender 500 no mesmo dia.

Na própria Sesab montou um grupo, junto do gabinete dele, para os casos em que a espera é longa. E constrói um novo prédio, atrás da Sesab, só para isso. É uma boa notícia de fim de ano

O software e o primeiro flagra

Fábio Vilas-Boas conta que a pretensão inicial era trazer o software do Incor. Os interessados em vender (R$ 20 milhões) foram à justiça dizendo que a Fundação Zerbini, que cuida do Incor, estava abrindo mão de um patrimônio. Pegou o da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares.

Às 1h30 da última sexta resolveu dar uma olhada na regulação pelo celular, usando o dispositivo. Luzes apagadas, todo mundo dormindo. Agora a luz fica acesa direto.

Na Sefaz, a velha guerra

Os fazendários ligados ao Sinsefaz parecem não ter digerido bem o acordo que o governo fez com os auditores fiscais (no qual não se envolveram).

Tanto que o secretário Manoel Vitório, aos quais atribuem a paternidade do acordo (na verdade foi a PGE e o secretário Bruno Dauster), passou a ser alvo de ataques.

Vitório assumiu logo após a saída de Carlos Martins, com auditores e fazendários em guerra. Vai recomeçar?

De Ibirapuã, o exemplo

Da pequena Ibirapuã, lá no extremo sul da Bahia, com apenas nove mil habitantes, vem um exemplo de austeridade nestes tempos de crise. A Câmara, que recebe

R$ 129 mil mensais, vai devolver agora, no fim do ano, R$ 350 mil, uma baita ajuda para quem arrecada mensalmente R$ 1,3 milhão. O presidente Gilmar Oliveira (PP) diz que ano passado já devolveu R$ 150 mil:

– Vereador aqui não tem assessor. Pra quê?

Otto Filho quer o fim dos privilégios na Previdência

Otto Filho (PSD), filho do senador Otto Alencar, deputado federal eleito, diz que em fevereiro vai desembarcar em Brasília com uma linha a seguir no mandato já bem definida:

– Tudo o que eu julgar bom para a Bahia e para o Brasil, voto a favor. O que não for...

Ele prevê que Bolsonaro vai enfrentar momentos difíceis, até porque grande parte dos projetos que pretende aprovar depende de mudanças na Constituição, o que requer dois terços, ou 308 votos, no mínimo.

– Veja a reforma da Previdência. Ela tem três vertentes, a pública, a privada e a social. A privada banca a social. E quem vai bancar os privilégios da Previdência pública? Aí é que está, se não acabarem tais privilégios, sou contra.

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