Fábio Vilas-Boas encara a maldição da regulação. Está vencendo a briga
A regulação, o patinho feio do governo na última campanha eleitoral, apresentada como a fila da morte, virou sinônimo de maldição.
Ela veio em 1999 para indicar ao paciente o local onde tinha vaga e assim acabar a práxis de então, em que as pessoas em busca de socorro morriam nas portas dos hospitais depois de perambular por vários. Não funcionou. As pessoas passaram a morrer por aí, na espera. Na última campanha ela apareceu como o patinho feio do governo. E era.
Nova ordem — Fábio Vilas-Boas, o secretário da saúde do Estado, montou um esquema para virar o jogo.
Ele instalou uma central no Hospital Roberto Santos com software que dá a condição do paciente, o que ele já recebeu de assistência, em todos os cantos do estado, conectado aos 58 hospitais da rede pública, que dita exatamente o número de vagas existentes. Até pelo celular vê tudo o que se passa.
Fábio diz que a regulação recebe 500 pacientes em média por dia. Em setembro, quando começou o novo modelo, havia dois mil na fila. Hoje são 1.200, com o tempo de espera caindo em todas as especialidades.
— A meta é receber 500 e atender 500 no mesmo dia.
Na própria Sesab montou um grupo, junto do gabinete dele, para os casos em que a espera é longa. E constrói um novo prédio, atrás da Sesab, só para isso. É uma boa notícia de fim de ano
O software e o primeiro flagra
Fábio Vilas-Boas conta que a pretensão inicial era trazer o software do Incor. Os interessados em vender (R$ 20 milhões) foram à justiça dizendo que a Fundação Zerbini, que cuida do Incor, estava abrindo mão de um patrimônio. Pegou o da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares.
Às 1h30 da última sexta resolveu dar uma olhada na regulação pelo celular, usando o dispositivo. Luzes apagadas, todo mundo dormindo. Agora a luz fica acesa direto.
Na Sefaz, a velha guerra
Os fazendários ligados ao Sinsefaz parecem não ter digerido bem o acordo que o governo fez com os auditores fiscais (no qual não se envolveram).
Tanto que o secretário Manoel Vitório, aos quais atribuem a paternidade do acordo (na verdade foi a PGE e o secretário Bruno Dauster), passou a ser alvo de ataques.
Vitório assumiu logo após a saída de Carlos Martins, com auditores e fazendários em guerra. Vai recomeçar?
De Ibirapuã, o exemplo
Da pequena Ibirapuã, lá no extremo sul da Bahia, com apenas nove mil habitantes, vem um exemplo de austeridade nestes tempos de crise. A Câmara, que recebe
R$ 129 mil mensais, vai devolver agora, no fim do ano, R$ 350 mil, uma baita ajuda para quem arrecada mensalmente R$ 1,3 milhão. O presidente Gilmar Oliveira (PP) diz que ano passado já devolveu R$ 150 mil:
– Vereador aqui não tem assessor. Pra quê?
Otto Filho quer o fim dos privilégios na Previdência
Otto Filho (PSD), filho do senador Otto Alencar, deputado federal eleito, diz que em fevereiro vai desembarcar em Brasília com uma linha a seguir no mandato já bem definida:
– Tudo o que eu julgar bom para a Bahia e para o Brasil, voto a favor. O que não for...
Ele prevê que Bolsonaro vai enfrentar momentos difíceis, até porque grande parte dos projetos que pretende aprovar depende de mudanças na Constituição, o que requer dois terços, ou 308 votos, no mínimo.
– Veja a reforma da Previdência. Ela tem três vertentes, a pública, a privada e a social. A privada banca a social. E quem vai bancar os privilégios da Previdência pública? Aí é que está, se não acabarem tais privilégios, sou contra.