Geraldo Jr., entre o Uber e o táxi, uma guerra dos novos tempos

Presidente da Câmara de Salvador e vereador no terceiro mandato, Geraldo Júnior (SD), 50 anos, diz que vive um dos momentos mais difíceis de sua carreira. O dilema dele: encontrar (esta semana) uma solução que contemple as duas partes no projeto que regulamenta o uso de aplicativos como o Uber, em Salvador.
Missão impossível, óbvio. Até 2010, quando o Uber ainda engatinhava nos EUA, Salvador tinha 7.500 táxis, uma cota fixa, para atender os seus quase dois milhões de habitantes. Hoje, os tais enfrentam a concorrência de 50 mil motoristas do Uber e outros aplicativos.
Todos perdem — Como deixar as partes satisfeitas com tanta concorrência para o mesmo bolo?
– Eu já recebi em meu gabinete taxistas chorando. E também motoristas do Uber lamentando uma montanha de dificuldades. É a tarefa mais difícil da minha vida. Gostaria de contemplar a todos, mas não dá.
Com a pressão dos taxistas, contra, e a dos aplicativos, a favor, a regulamentação vai sair. Disso resulta que donos de táxis como antigamente, que sustentavam a família e formavam os filhos envelhecendo no ofício, são espécie em extinção, como outras profissões, a exemplo de alfaiate e sapateiro.
Fica a chiada. O Uber, por exemplo, é norte-americano, e leva para os EUA uma fatia da grana daqui sem bater um prego, ao contrário dos táxis, que são municipais. O pior: só resta o direito ao jus sperniandi.
Pela opção do tipo de parto
O deputado Roberto Carlos (PDT) apresentou na Assembleia projeto pelo qual as gestantes passam a ter o direito de escolher o tipo de parto que querem, se o normal ou a cesariana.
– Os médicos sempre preferem o parto normal, que, por incrível que pareça, é mais caro que a cesárea. Estamos sugerindo que no oitavo mês a mulher faça a opção.
E deputado estadual pode legislar sobre isso?
– Claro que pode.
As intrigas entre petistas
Embora as eleições internas do PT agora em setembro apenas vão eleger os delegados para as eleições dos diretórios estaduais e nacionais em outubro, o tititi, para manter a tradição, vitamina os bastidores dizendo que as divergências atingiram o alto escalão, botando Rui Costa de um lado e Jaques Wagner de outro.
O que se diz: Wagner quer emplacar Eden Valadares, em nome da renovação, e Rui fica com Josias Gomes, que quer Martiniano Costa.
Marcelo Nilo ataca governo
Circulando ontem pela Assembleia (para matar as saudades do local em que imperou 10 anos como presidente), o deputado federal Marcelo Nilo (PSB) não poupou adjetivos negativos ao ser concitado a fazer uma avaliação sobre o presidente Bolsonaro.
– Ele ultrapassou todos os limites da mediocridade. Despreparado como gestor e como político, já brigou com Noruega, França, Alemanha e com a própria direita via jornalista Merval Pereira.
‘Chuva de honestidade’ e Bolsonaro agitam Juazeiro
Por 11 votos a cinco, a Câmara de Juazeiro rejeitou segunda da semana passada o título de Cidadão Juazeirense para o cantor Flávio Leandro, natural de Bodocó, Pernambuco, autor da belíssima ‘Chuva de Honestidade’.
Lá se diz que foi retaliação. No início do mês, em entrevista em Brasília, o presidente Bolsonaro disse que ‘o Nordeste sempre precisou de uma chuva de honestidade’, numa referência à canção de Flávio. Como Juazeiro, hoje governada por Paulo Bonfim, eleito pelo antecessor Isaac Carvalho, que fez do município o principal feudo nacional do PCdoB, Flávio Leandro caiu em desgraça por tabela, apesar de o autor da proposta, Inaldo Loiola, ser do partido.
Como desagravo, a Câmara de Recife aprovou o título para Leandro.