Honorato, Colbert e Márcio, três erros memoráveis da PF na Bahia
O leitor Juliano Rios Correia, da Pituba, pergunta por que ontem, falando do caso do deputado Zé Cocá, afirmamos que a PF não merece tanta fé, que o digam Colbert Martins e Antônio Honorato. Porque a PF cometeu três atos indignos das melhores tradições da boa polícia, envolvendo baianos.
1 – Honorato — Em 22 de novembro de 2007, Antônio Honorato, conselheiro do TCE, então presidente, figura de trajetória ilibada, foi preso, passou 11 horas algemado, levado para Brasília, onde ficou quatro dias detido, acusado de integrar uma organização criminosa que fraudava licitações. Só sete anos depois foi julgado e declarado inocente.
2 – Colbert — Colbert Martins, hoje prefeito de Feira de Santana, também figura de reconhecida conduta ilibada, era secretário do Ministério do Turismo, foi preso em São Paulo no dia 9 de agosto de 2011, levado algemado a Macapá, por ter assinado pagamento em caso que vinha sendo investigado desde 2009, quando ele só tinha três meses no cargo. Até hoje ele espera ser julgado.
3 – Márcio — Na Operação Aratu, cujo alvo era uma quadrilha que desviava cargas no Porto de Aratu, em um prédio do Condomínio Parque das Orquídeas, em Pau da Lima, a PF foi prender um dos acusados, que morava no 104. Bateu na porta errada, do 04, e acabou matando o morador, o motorista Márcio Neri Santos, 35 anos, que nada tinha a ver.
Entendeu, Juliano?
Sexta Santa porém talvez
O prefeito de Canavieiras, Roberto Almeida, o Dr. Almeida (PPS), deu uma boa contribuição para o anedotário político nesta Sexta Santa. Olhe o decreto que ele fez para determinar o ponto facultativo:
Considerando a coincidência do feriado em comemoração à Paixão de Cristo deste ano, dia 19 de abril, ter caído numa sexta-feira...
Quer dizer que lá Sexta Santa pode cair numa segunda, terça etc. Pode?
Lula lá e a militância cá
No encontro que reuniu integrantes do MST acampados no CAB ontem no auditório da Assembleia, o deputado Valmir Assunção (PT), ao discursar, lembrou que a última vez que Lula esteve em Salvador foi ali, naquele mesmo lugar:
– Temos que ir às ruas gritar o Lula livre!
Pois é, e cadê gente nas ruas? Lula está preso e os defensores só nos gabinetes ou nas redes. Líderes petistas dizem que fazem a autocrítica.
O feriadão no tempero
O governo teve dificuldades esta semana para formar quórum na Assembleia, o que reforçou o tititi das insatisfações na base.
Rosemberg Pinto (PT), líder da bancada governista, que tem 45, minimizou. Disse que o feriadão foi o responsável pela evasão de boa parte.
– Não há essa insatisfação que estão dizendo.
O feriadão ajudou a fuga, mas que há insatisfação, há. A cobrança é em cima do terceiro escalão, que não saiu.
O empréstimo da Embasa e o tiroteio na Assembleia
O empréstimo de R$ 260 milhões que a Assembleia aprovou para a Embasa tomar ao banco alemão KFW Entwicklungsbank rendeu um bom tiroteio entre governistas e oposicionistas.
Rosenberg Pinto (PT), líder do governo, diz que o dinheiro será para a construção de uma estação de tratamento envolvendo a área de Camaçari, Dias D’Ávila e adjacências, que permitirá a reutilização do esgoto tratado como água limpa no Polo Petroquímico:
– De quebra, ainda vai produzir biogás.
Targino Machado (DEM), líder da oposição, diz que a história é outra:
– O governo está querendo pavimentar o caminho da privatização da Embasa.
E aí? Provavelmente os dois estão certos.