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Levi Vasconcelos
Jerônimo e Neto, um deles será fenômeno
A peleja baiana 2022 já começou, o cenário está configurado e os atores principais definidos. E por aí já dá para perceber um fato diferenciado: no duelo entre Jerônimo Rodrigues e ACM Neto, um dos dois protagonizará algo fenomenal na história da política baiana.
Se Jerônimo vencer será a história de um ilustre desconhecido que nunca disputou mandato eletivo e ancorado em Lula e na boa avaliação do governador Rui Costa e chegou lá. Se vencer Neto, que só tem a grife herdada do avô e os bons níveis de acertos como prefeito de Salvador, será vitória tipo só contra tudo e contra todos, inclusa a questão federal.
Lula cá — Lula veio a Salvador justamente turbinar Jerônimo, numa reação à perda de João Leão. O PT bateu pé firme que é o protagonista do jogo e diz que vai operar novo milagre, como Jaques Wagner em 2006 e Rui Costa em 2014. Ou seja, dizem já estar acostumados a sair atrás com um desconhecido e chegar na frente. O terceiro milagre vai sair ou Neto vai decretar o fim da hegemonia petista?
As malas — Nas urnas de 2002 Paulo Souto teve 53% dos votos e Jaques Wagner 38,4%, mesmo Lula tendo 61% contra 38% de José Serra. Neste ano, ACM até declarou apoio a Lula no segundo turno, mas em 2006, resolveu bater em Lula, federalizou a disputa e Jaques Wagner pegou o trono.
Em 2006 Paulo Souto, o governador de ACM, liderou todas as pesquisas até a boca de urna e na hora H perdeu no primeiro turno para Wagner, de 52,8% contra 43,3%. Nessa eleição, ACM bateu em Lula e se deu mal. É disso que Neto está fugindo.
Seja como for, o jogo só está começando. E com o tempero das malas de Geddel.
Marinho também quer a vice
Para fechar as chapas que vão duelar nas urnas de 2022 só falta ACM Neto escolher o vice (ele só tem Leão no Senado).Estão no páreo o deputado Félix Júnior, do PDT, Zé Ronaldo, ex-prefeito de Feira, Marcelo Nilo, que se filiou ao Republicanos, e o deputado Márcio Marinho, presidente do Republicanos afirma a postulação do partido em ter a vice, mas para ele próprio:— Me sinto qualificado.
POLÍTICA COM VATAPÁ
Momento histórico
Imortalizado nacionalmente por Chico Anysio, que em homenagem a ele criou o Coronel Limoeiro, na maior parte dos seus 89 anos (falecido em dezembro de 1974), o “Coronel” Francisco Heráclio do Rêgo deu as cartas em Limoeiro, sertão de Pernambuco, que com ele também se desenvolveu, e também nas vizinhanças, com o trio coação, fraude e favor sempre para eleger Chiquinho, um dos filhos, deputado estadual e Heraclinho, federal, além dos prefeitos da região.
Conta Sebastião Nery que lá um dia ele resolveu lançar um amigo candidato a prefeito de Limoeiro, falou com o tal e a resposta:
— Coronel, não dá. Já sondei o partido e está complicado. Entre 20 votantes a gente perde de 17 a 3,
— Mas é você e vamos lá.
Foram, ele convocou o partido, tocou a votação, bateu. O preferido dele perdeu de 17 a 3. Ele suspendeu o braço do amigo derrotado e bradou:
— Meninos, vocês vão presenciar agora um momento único na história do Brasil! Será a primeira vez que o derrotado leva!
E levou mesmo.
