Leão vai à Justiça contra a tarifa da bandeira vermelha na energia
João Leão, vice-governador, secretário do Planejamento e presidente do PP na Bahia, despiu-se da sua representatividade para tornar-se cidadão e assim entrar na Justiça contra a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) por ter instituído também na Bahia a bandeira vermelha na conta de energia.
Diz ele que não tem cabimento a Bahia produzir mais de 100% da energia que consome, principalmente por conta dos investimentos em energias eólica e solar, embora a Aneel possa fazer a distribuição independentemente da origem:
– É injusto. Nós estamos pagando pelos erros dos outros. A Bahia tem 196 parques eólicos em operação, outros 29 de energia solar. A eólica produz 54,6% do consumo e a solar, 6,7% (outros mais de 40% vêm da hidráulica). Por que São Paulo, o Paraná e os outros não fazem isso?
Avanço — O preço da bandeira vermelha é salgado. Salta de R$ 1,343 para cada 100 kWh consumidos da bandeira amarela, a normal, para R$ 4,169 pelo mesmo consumo.
Diz Leão que há 57 parques eólicos em construção e outros 80 prestes a iniciar. Na solar, mais 12 estão em construção e outros 84 iniciando.
– Tudo isso significa investimentos de R$ 54,1 bilhões. É muito dinheiro e é evidente que não caiu do céu. É fruto de trabalho.
Leão diz que a Bahia já é exportadora de energia, e isso só vai se ampliar. Não pode ter o mesmo tratamento de quem está sujeito a crises hídricas.
Morro de São Paulo, um upgrade no destino top
Cairu, onde fica Morro de São Paulo, o terceiro maior destino turístico da Bahia, só superado por Salvador e Porto Seguro, está em vias de passar por um upgrade. O governo federal carimbou o resultado da visita feita por técnicos dos ministérios da Economia e do Turismo que incluiu o Morro no programa Belas Praias, junto com outras três: Maragogi, em Alagoas; Angra dos Reis, no Rio de Janeiro; e Florianópolis, em Santa Catarina.
Uma das ideias do projeto é transformar a Fortaleza do Morro de São Paulo, de 1630, em um centro náutico, com uma marina, que também será receptivo de cruzeiros. Hildécio Meirelles (DEM), o prefeito, aposta tudo nisso:
– Estamos caminhando para transformar o Morro no melhor destino da Bahia.
Na pandemia, o obituário
E por falar no labor jornalístico, a leitora Gildete Meira, da Ribeira, nos pergunta se não é algo esquisito estar noticiando tantas mortes em sequência.
Esquisito porque é funestamente inédito, espaços de colunas como o nosso às vezes ficar parecendo um obituário, mas justo, ao registrar pessoas que marcaram nosso tempo em algum lugar partindo.
A questão é pandemia, que mata em larga escala.
Nessa, o MP avaliou mal
Deu para entender essa do Ministério Público querer barrar prioridade da vacina para jornalistas? Das duas uma, ou não acha a atividade tão importante assim ou não conhece a sistemática de funcionamento.
Sempre assim, não de agora: um time vai a campo, outro fica na retaguarda para burilar o material. Óbvio que todos estão em risco. Quase 200 jornalistas já morreram no país. Quer ver mais?
No tiroteio da Faroeste
Citado numa reportagem da revista Crusoé pela desembargadora Ilona Márcia Reis, presa na Operação Faroeste e até hoje lá, como suposto intermediário do pagamento de R$ 1 milhão para evitar a prisão, o advogado César Oliveira soltou carta aberta se defendendo.
Cita que, como advogado, recebeu a desembargadora. Mas não aceitou defendê-la nem indicar ninguém. Só. Promete que na próxima semana vai processá-la pela acusação.
Política com vatapá
Herzém Gusmão (MDB), prefeito de Vitória da Conquista quem novembro se reelegeu, em dezembro se internou e em março tornou-se o único da Bahia até agora a morrer de Covid (era admirador de Bolsonaro, também negacionista), ganhou notoriedade pela profissão, a de radialista.
Muito deveu do sucesso ao vozeirão bonito, da hora que pegou o microfone pela primeira até quando o embolou com a política. Assim foi que em 2014, ele candidato a deputado estadual, ficou na suplência, ganhou o direito de assumir, mas se embaraçou com a justiça eleitoral, que chegou a anular os votos com argumento inédito, abuso de microfone. Por conta disso, Geraldino Lima, leitor, dedicou a ele o seguinte epigrama:
Oh senhor não me abandone
Pois é só o que sei fazer
Por causa do microfone
Não posso me eleger?
Se o que fiz foi abuso
Neste ano eleitoral
Desse crime não me acuso
Tá no Código Eleitoral?