Luigi Rotunno, um gringo no tiroteio da peleja na Terra Mater | A TARDE
Atarde > Colunistas > Levi Vasconcelos

Luigi Rotunno, um gringo no tiroteio da peleja na Terra Mater

Publicado domingo, 11 de outubro de 2020 às 06:00 h | Atualizado em 11/10/2020, 08:48 | Autor: [email protected]
Porto Seguro, a Terra Máter do Brasil, ganhou um tic de briga entre o europeu colonizador com os nascidos cá na disputa eleitoral deste ano
Porto Seguro, a Terra Máter do Brasil, ganhou um tic de briga entre o europeu colonizador com os nascidos cá na disputa eleitoral deste ano -

Porto Seguro, a Terra Máter do Brasil, onde os portugueses chegaram em abril de 1500, ganhou um tic de briga entre o europeu colonizador com os nascidos cá na disputa eleitoral deste ano.

Lá tem seis candidatos a prefeito, a disputa é polarizada entre o deputado federal Uldurico Júnior (Pros), que tem o apoio da prefeita Cláudia Oliveira (PSD) e o deputado estadual Jânio Natal (PL), ex-prefeito, mas a cena que se completa com os outros parece emblemática.

Está em cena Luigi Rotunno, luxemburguês com dupla nacionalidade, italiana e brasileira, sócio e diretor do Resort La Torre, top da Costa do Descobrimento. Até aí tudo bem. Agora vem o caso do gringo que como empresário deu show e como político desastrou.

Gatos e índios —Rotunno, que já foi secretário de Turismo na gestão de Jânio Natal, chegou ao Brasil logo após a festa dos 500 anos, com fama de craque da gastronomia. Provou que era mesmo. Tornou-se sócio, junto com outros italianos, do La Torre, e o lugar virou referência.

Tudo bonitinho até o início deste ano, quando Rotunno se enroscou em escândalo de repercussão nacional, acusado de maltratar gatos e filhotes no fundo do hotel.

Semana passada, ao falar sobre uma pendenga de terras indígenas em vídeo gravado ameaçou. ‘Eles que venham para minha área’. O vice de Lívia Bittencourt (PT) é Cacique Alfredo (DC). Começou a apanhar por aí.

Mais mulheres na política. E Salvador é boa estampa

As cotas para mulheres em candidaturas e fatias do fundo eleitoral estão surtindo efeito. Dos 545.452 candidatos a prefeito, vice e vereador, 180.799 são mulheres, número (do TSE) três vezes maior que em 2000. O de candidatas a prefeita é bem menor, 2.496, ou 13%, contra 174.284 vereadoras (34%). Na Bahia, 188 mulheres são candidatas a prefeita, 275 a vice e 12.783 a vereadoras, também recorde.

Em Salvador, o painel, com Major Denice (PT) e OIívia Santana (PCdoB), na cabeça das chapas, e Eleuza Coronel (PSD) como vice de Isidório (Avante) e Ana Paula (PDT) de Bruno Reis (DEM), dá um bom quadro. Mas não lá tanto maior assim. Em 2016 foram 7 candidaturas a prefeito (hoje são 9) duas mulheres a prefeita (Alice Portugal e Célia Sacramento) e uma a vice (Dinamenes Meirelles).

De Olindina a Washington

Nas redes sociais do sertão baiano Donald Trump, presidente dos EUA, imperou absoluto semana passada. Segunda ele recebeu alta após a infecção pela Covid dizendo ter passado ‘apenas uma gripe’.

Em Olindina, o prefeito Vanderley Caldas (PP), candidato a reeeleição como Trump, está internado no Hospital São Rafael, em Salvador, há quase 60 dias. Brincadeira? Trump virou maldição para quem já viu a Covid de perto por lá.

Emergências ao triplo

A decretação por Rui Costa de estado de emergência em 73 municípios atingidos por incêndios florestais, nos territórios das bacias do Paramirim, do Rio Corrente, do Rio Grande, Velho Chico e Chapada, criou uma situação única nesses municípios.

Eles já estão em situação de emergência por conta da pandemia, a maioria também por causa da seca e agora por conta dos incêndios. Neles, se pode dizer com certeza: as campanhas estão quentes.

Comoção lá em Juvenília

Juvenília, um pequeno município lá do extremo norte de Minas Gerais, pouco mais de cinco mil habitantes, coladinho aos baianos Carinhanha, Malhada e Feira da Mata, a 803 quilometros de Belo Horizonte e 800 de Salvador, foi palco de consternação geral na ‘terra dos baianeiros’: morreu a primeira vítima de Covid, um homem de 46 anos.

Lá tem 28 casos, 13 curados, 14 ativos, mas a comoção foi regional. É a Covid espalhando medo nos grotões.

POLÍTICA COM VATAPÁ

Entre baixinhos

Marcell Moraes, deputado estadual pelo PSDB, em 2018 obteve 9.277 votos (5,84%) em Vitória da Conquista, em nome da causa animal. São votos pessoais, mas só ficou atrás dos da terra, Zé Raimundo (PT), Lúcia Rocha (DEM) e Fabrício Falcão (PCdoB). E foi mordido pela mosca, transferiu o título e quis se candidatar a prefeito.

O PSDB lá, que apoiou Herzem Gusmão (MDB), o prefeito candidato a reeleição (tem como principal adversário Zé Raimundo), e participa do governo, não aceitou, o pau quebrou.

O problema veio para Salvador, parou em uma reunião com ACM Neto, o consenso: respeitar o diretório de Conquista. Marcell não gostou, atacou Neto:

— Você é um pequeno!

Quase sai tapa. Um presente comentou:[

— Não entendi ele chamar Neto de pequeno. No tamanho, os dois dá empate. E na política, Marcell é beeeemmm menor!

Correção —Ontem dissemos que o ex-deputado Jorge Medauar faleceu em 2003. Erramos. Ele está vivo, para alegria de familiares e amigos. Nossas desculpas.

Publicações relacionadas