Lula poderia rezar por Bolsonaro. Se ele acabar, acaba a era do PT
Confira coluna de Levi Vasconcelos desta terça-feira, 28

Lula completou 80 anos ontem. Ganhou de presente o encontro com Trump na Malásia, o que deixou os bolsonaristas-raiz desalentados. Morreu aí a última esperança que eles nutriam de chegar em 2026 com expectativa de destronar o petista.
Curioso é que Lula vinha mal, com a aprovação do governo e as intenções de voto despencando nas pesquisas. Veio o tarifaço e o jogo virou. Mais curioso ainda é que o tal presente veio justamente dos que mais o odeiam.
Dizem em Brasília que Lula e Bolsonaro se retroalimentam, um vitamina o outro. É a tal da polarização, que no interior baiano tem exemplos lapidares, como Boca Preta e Boca Branca, em Campo Formoso; Jacu e Beija-Flor, em Santo Antônio de Jesus; Jacu e Macaco, em Ipirá.
Na história – A política obedece o mesmo ciclo da vida, nascer, crescer, viver e morrer, sendo que, no jogo político, ele é obviamente bem mais curto. Lula, no quarto mandato presidencial, é o ícone da era do PT no poder. Já dava sinais de fadiga, mas os fatos estão provando que ele é um idoso que goza de boa saúde.
O gás que ele ganhou vem, justamente, da polarização turbinada pelo bolsonarismo, com os herdeiros, Eduardo Bolsonaro, deputado federal pelo Rio, e o irmão Flávio, senador por São Paulo, na ponta.
Eles inventaram o tarifaço e, de lá para cá, Lula só sobe nas pesquisas. Eduardo diz que só abre mão da candidatura presidencial se for para os irmãos Flávio e Carlos. Lula agradece.
Até a direita caiu o queixo com disparates dos Bolsonaro
Alguns setores da direita admitem: os que mais atrapalharam o surgimento de uma alternativa plausível a Lula foram os filhos de Bolsonaro, além do próprio. Um dos direitistas baianos confidenciou alguns fatos.
– Imagina você que, logo após Trump baixar o tarifaço, Eduardo avisou: “Fiquem atentos porque Trump tem bombas atômicas”. Ele achou que Trump iria jogar uma bomba atômica no Brasil só porque o pai estava preso? Foi um delírio, não?
Outro lembrou que, agora, com Trump bombardeando navios na Venezuela em nome do combate ao narcotráfico, Flávio, o filho do senador, chegou a dizer que “morria de inveja” disso.
– Aí caíram matando, dizendo que ele queria um bombardeio de navios na Baía de Guanabara.
Em suma, vezes pareceu que os Bolsonaro deliravam.
Celso Sabino, rebeldia no UB
Mesmo ameaçado de expulsão do União Brasil (UB), o ministro Celso Sabino não deixou o governo como queriam o presidente nacional e o vice, Antonio Rueda e ACM Neto. E diz que quer estar é mais perto de Lula.
Resultado: ele está negociando filiação ao PT, partido pelo qual deve disputar uma vaga ao Senado no Pará. Na Bahia, os petistas gostaram. Dizem que fragiliza mais ACM Neto.
Indústria quer baianos na internet mais para vender
A Bahia compra mais do que vende pela internet. Isso foi exposto, ontem, na 5ª edição do Fórum da Indústria, realizado pela Fieb, com foco da reversão desse jogo, usando também a Inteligência Artificial.
Fala Carlos Henrique Passos, presidente da Fieb.
– O mercado mudou a forma de vender. Deixou de ser apenas físico. A indústria baiana precisa compreender que o mercado extrapolou fronteiras. É fundamental que as empresas estejam preparadas para se posicionar e competir no meio digital.
Raul Menezes, do Sindicato da Indústria de Cosméticos, vai no mesmo tom.
– Antes, havia uma grande dificuldade de chegar ao consumidor, mas agora podemos falar diretamente com ele.
REGISTROS
Dia do Médico
A Associação Bahiana de Medicina celebrará, nesta quinta, 88 anos de criação, e também o Dia do Médico. Em solenidade à noite, os doutores Raymundo Paraná, Jedson dos Santos Nascimento, Dalmar Perciliano, Otávio Marambaia e Enéas da Silva de Carvalho Filho (in memoriam) receberão a Medalha do Mérito Médico.
Mutirão de glaucoma
A Fundação Lar Hamonia realizará, domingo, das 7h às 14h, na sede em Piatã, a 23ª edição do Mutirão de Glaucoma e Catarata. Serão realizados 150 atendimentos gratuitos. Inscrições já estão abertas, para homens e mulheres a partir dos 50 anos.
Festa japonesa 1
Sob as bençãos da Associação Nippo-Brasileira de Taperoá, no Baixo Sul, a cidade realizou, no fim de semana, mais um festival da cultura japonesa, com apresentações artísticas, culinária e artes marciais. “É bom demais”, disse Yumiko Souza, descendente de japoneses, que mora lá.
Festa japonesa 2
No Brasil, há diversas organizações nipo-brasileiras, em São Paulo, centenas. Na Bahia, em Salvador, além do consulado, seis; em Mata de São João, duas; e em Juazeiro e Taperoá, também.
*Colaborou Marcos Vinicius
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