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Levi Vasconcelos

Por Levi Vasconcelos

ACERVO DA COLUNA
Publicado domingo, 10 de novembro de 2024 às 4:30 h • Atualizada em 10/11/2024 às 6:53 | Autor:

Maragogipinho, capital da cerâmica, pede passagem para a Rota do Barro

Confira a coluna de Levi Vasconcelos

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Imagem ilustrativa da imagem Maragogipinho, capital da cerâmica, pede passagem para a Rota do Barro
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E já que estamos no mês da Consciência Negra, em que o papo principal é ancestralidade, convém a ressalva: quando os portugueses aqui chegaram os povos originários não sabiam processar metais e fazia suas panelas e adornos com barro.

Os negros, para cá trazidos como bichos, foram na mesma pegada. O espelho maior dessa cultura está em Maragogipinho, em Aratuípe, a Capital da Cerâmica na América Latina, que prepara-se para seu momento maior no ano: de quinta a domingo desta semana realiza o Festival da Cerâmica.

Sandra Sá estará por lá, e vai fazer show. São peças de barro puro, produzidas por 200 olarias no entorno das quais, incluindo o pessoal das lojas do artesanato de barro, são a razão do viver dos pouco mais de três mil habitantes que lá residem. Aratuípe tem 8.500 habitantes, segundo o IBGE.

Três mulheres –A inclusão da Rota do Barro no roteiro turístico baiano virou ponto de honra para três mulheres, Patrícia Araújo, dona da Pousada Maragogipinho, a única do lugar, Naiara Araújo, dona de uma casa de artesanatos, e Milena Figueiredo, as duas primeiras filhas da terra, ela nazarena casada com um filho da terra.

Fala Patrícia:

– Aqui 80% da população economicamente ativa vive diretamente do barro. Os outros 20%, como eu, vivem das benesses que isso traz.

Ela conta que recebe muitos visitantes, inclusive estrangeiros. Na pousada, sempre tem no mínimo dois hóspedes por dia, o pessoal que chega para comprar artesanato. Mas num detalhe as três batem carimbo: podia ser bem melhor.

– Nunca um ônibus de passeio turístico parou aqui.

Para quem gosta de um ponto com todos esses atrativos, tem mais. Naiara bota uma pitada poética.

– Eu todo dia agradeço a Deus por ter nos dado esse cantinho de céu. Aqui é uma delícia.

Depois, a Flita –E ela tem razão. A beleza da natureza pura num ponto rodeado de manguezais fica estampada no show que as garças dão às 5 da manhã e no final das tardes bem em frente ao povoado. Elas sobem e descem em revoadas, vezes param no manguezal em frente.

Até parece mesmo um cantinho de céu, mas Naiara diz que tem mais, a Festa dos Sabores Afetivos, que promove a culinária local. E dá uma dica do tempero:

– Cozinhar para alguém é fazer cafuné na alma.

Milena sintetiza o sentimento que move o grupo.

– Depois do Festival da Cerâmica temos a Flita, Festa Literária de Aratuípe. É por isso que dizemos, aqui é bom, mas pode ficar bem melhor, se as autoridades nos olharem mais.

Colaborou: Marcos Vinicius

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