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Mineração, a riqueza enterrada vai indo, mas podia ser bem melhor

Níquel em Ipiaú-Itagibá, o vanádio em Maracás e o cobre em Jaguarari: três nichos que andam bem

Publicado domingo, 31 de julho de 2022 às 05:45 h | Autor: Levi Vasconcelos
Setor hoje gera 15 mil empregos, com a Bahia ocupando o terceiro lugar no país
Setor hoje gera 15 mil empregos, com a Bahia ocupando o terceiro lugar no país -

Diz Antonio Carlos Tramm, presidente da Companhia Baiana de Pesquisas Minerais (CBPM), que na pandemia a Bahia ganhou no setor. O dólar caiu e a procura subiu, o que deu impacto positivo na grande maioria dos mais de 50 tipos de minérios que produzimos, mas poderia ser bem melhor se não houvesse um entrave no caminho, a falta de logística.

— É uma pena que a grande maioria dos nossos políticos ainda não entendeu a importância disso. Apega-se àquele princípio velho e caduco de que mineração não dá voto.

Falta, segundo Tramm, meios de transportar a produção, principalmente pela via mais barata, a ferroviária. E aí fica bem explícito o desserviço que o abandono da Ferrovia Centro Atlântica, administrada pela VLI, presta ao Estado. Ao invés de vetor do desenvolvimento, virou gargalo.

Minas —Segundo Tramm, o setor hoje gera 15 mil empregos, com a Bahia ocupando o terceiro lugar no país, superado por Minas e Pará, mas com uma perspectiva futurosa, como o vanádio de Maracás, única mina em toda a América do Sul, o níquel em Ipiaú/Itagibá, matéria prima básica para os carros elétricos.

Isso sem falar no ouro de Jacobina, no talco de Brumado, no grafite de Ipirá, na betonita de Vitória da Conquista, no cobre de Jaguarari e no ferro que a Bamin está tirando em Caetité.

— E a coisa só não é bem maior porque muita gente quer tirar o minério, mas não tem como transportar.

Uma pauta para os próximos governantes, lá e cá.

A privatização que não colou

A Ferrovia Centro Atlântica, que interconecta sete estados mais o Distrito Federal, vem com a desestatização da Rede Ferroviária Federal (RFFSA), em junho de 1996, e está sob o controle da VLI desde 2011.

É a maior do Brasil, principal via de integração entre as regiões Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste. É uma privatização que não colou.

Vanádio muda em Maracás

O vanádio, um minério muito utilizado na indústria farmacêutica, principalmente contra o diabetes, começou a ser explorado em Maracás em 2013, e segundo Paulo dos Anjos, ex-prefeito, sem dúvida fez a diferença.

— Com o vanádio Maracás pode dizer que tem antes e depois, tanto em arrecadação como em  empregos.

POLÍTICA COM VATAPÁ

Fernando Cuma 2

Fernando Gomes, ou Fernando Cuma, era sujeito de boa conversa, falastrão, tipo metralhadora giratória, que gostava de contar histórias e estórias para arrancar risos da plateia. Estava um dia numa roda de colegas prefeitos, já agora no último mandato, em encontro no Salvador Praia Hotel, em Ondina, num momento desses.

Contava ele que  certa feita ia passando na Avenida Cinquentenário, a principal de Itabuna, num carro no qual também estavam o ex-prefeito José Oduque e Carlito, um dos secretários, quando alguém da rua gritou: 

— Aí vão um corno, um viado e um ladrão!

E concluiu.

— Digo logo, o ladrão sou eu, que sou o prefeito.

Gargalhada geral. E nem bem os sorrisos tinham se esgotado, ele emendou:

—   Me adiantei logo em botar as coisas nos seus devidos lugares. Não dizem que todo prefeito é ladrão?! Usei o lado bom da história que mostra rabo sujo, mas não de quatro.

Mais gargalhadas.

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