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Levi Vasconcelos

Por [email protected]

ACERVO DA COLUNA
Publicado domingo, 10 de abril de 2022 às 6:04 h | Autor:

Mulheres na política avançam, mas ainda é muito pouco

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Dayane Pimentel, a ex-bolsonarista que virou alvo de Eduardo Bolsonaro; Lídice da Mata: ‘O que queremos é cotas específicas para as mulheres’; Alice Portugal: ‘A discriminação contra  nós, as mulheres, é secular’
Dayane Pimentel, a ex-bolsonarista que virou alvo de Eduardo Bolsonaro; Lídice da Mata: ‘O que queremos é cotas específicas para as mulheres’; Alice Portugal: ‘A discriminação contra nós, as mulheres, é secular’ -

Nas quatro últimas eleições, de 2006 para cá, a participação das mulheres na política baiana patina. Um levantamento feito pelo jornalista Luiz Fernando Lima mostra que em 2006 foram quatro deputadas federais e 8 estaduais, em 2010 as federais foram apenas uma, Alice Portugal, mas as estaduais foram 11, o recorde, em 2014 três federais e 11 estaduais e 2018 o recorde, três federais (Lídice da Mata – PSB: Alice Portugal – PCdoB; e Dayane Pimentel – UB) e 10 estaduais, além de 53 prefeitas o ano passado (o recorde foi 56).

São números acanhados. Entre 192 países do planeta o Brasil ocupa a 140ª posição em matéria de participação feminina na política. Na América Latina só Paraguai e Haiti ficam atrás. E no planeta, até o Afeganistão está na frente.

Avanço — Esta semana a Câmara dos Deputados carimbou uma velha aspiração das mulheres, motivo de intensa movimentação: a partir deste ano 30% dos recursos do Fundo Partidário e também do eleitoral irão para as mulheres. Resolve?

A deputada Lídice da Mata, que já foi vereadora em Salvador, prefeita da capital baiana, duas vezes deputada estadual, senadora e duas vezes federal, diz que é um avanço, mas ainda distante do ideal.

— O que queremos ver é vagas específicas para mulheres, cotas nos parlamentos. Até março tínhamos quatro, eu, Alice Portugal (PCdoB), Dayane Pimentel (UB) e Tia Eron (Republicanos, suplente de João Roma). Isso é 10% de 39.

Dayane — Alice Portugal, duas vezes deputada estadual, vai na mesma pegada, com a ressalva de que os avanços são muito lentos.

— Historicamente a mulher sempre foi discriminada. Só ganhou o direito de votar em 1932. Hoje, por exemplo, temos 71 deputadas federais, um recorde. Isso dá um pouco mais de 13%. Isso é resultado de barreiras seculares. A alternativa que nos resta é encarar a briga.

Já a deputada Dayane Pimentel, que se elegeu em 2018 pelo PSC no embalo da onda Bolsonaro com 136.742 votos, a quarta maior votação entre os 39 eleitos, rompeu com o ex-lider e ironicamente tornou-se alvo do colega e ex-aliado Eduardo Bolsonaro, que postou um alvo de tiro tendo como pano de fundo o rosto dela.

Sem ideologia — Dayane, que está nos EUA acompanhando Sérgio Moro, recebeu a solidariedade unânime das mulheres da Câmara.

Robustece a tese, recorrente entre as 10 deputadas estaduais baianas, quando o assunto é a defesa dos interesses da mulher, a começar pela integridade física, a união é geral, independente de ideologias. Como diz a deputada Fabíola Mansur (PSB):

— Ô! Tem que ser, não?

POLÍTICA COM VATAPÁ

Cota no contraponto

Nos oito anos dos dois mandatos de Jaques Wagner no comando do governo baiano o radialista Gilberto Antonio, vozeirão bonito e brancão, imperou absoluto como mestre de cerimônias em todas as solenidades oficiais.

Era quem abria, anunciava o evento e apresentava os ilustres presentes, depois chamando-os um a um, para o uso da palavra.

Em maio de 2011, festão na Avenida Jorge Amado, no Imbuí. Era a solenidade inaugural do Emissário Submarino da Boca do Rio, a nata da governança e seus satélites em peso lá, Gilberto aproximou-se de um grupo de jornalistas e comentou, queixoso:

— Veja só o que o pessoal do PT está me arranjando. Está dizendo que o mestre de cerimônias deve ser um negão para fazer um contraponto com Wagner, que também é brancão.

Um dos jornalistas interveio:

— Só vejo uma saída para você, Gilberto. Se declare gay e reivindique a cota.

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