Na briga contra droga, o combate armado mata mais que a própria | A TARDE
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Na briga contra droga, o combate armado mata mais que a própria

Combate às drogas, da forma como é, mata muito mais gente do que as próprias drogas

Publicado sexta-feira, 29 de julho de 2022 às 06:30 h | Autor: Levi Vasconcelos
Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontam que 50.033 pessoas foram vítimas de mortes violentas
Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontam que 50.033 pessoas foram vítimas de mortes violentas -

Marcelo Queiroga, ministro da Saúde, médico, receita nitazoxanida, um remédio contra protozoários, bactérias, vermes, vírus e afins para os que defendem a legalização de algumas drogas. Em suma, nem dizem que eles estão doentes, mas são a própria doença, pelo que se deduz da colocação.

Claro que Queiroga, do alto da autoridade de que dispõe, deveria apresentar uma solução para o problema das drogas. Hoje, do jeito que é, com a polícia eternamente caçando traficantes e estes armados até os dentes reagindo, criou-se a sensação de que a almejada harmonia social apodreceu. E o pior, cada dia fica pior.

Alvo errado — Se a receita de Queiroga fosse levada a sério iria pegar muita gente boa que em sucessivos debates, especialmente na Comissão de Direitos Humanos da Assembleia, com representantes de todos os segmentos institucionais (Justiça, Ministério Público, polícia civil e militar) alertam para um detalhe tão simples quando objetivo: o combate às drogas, da forma como é, mata muito mais gente do que as próprias drogas. Em suma, pelo que dizem eles, droga não é problema de polícia e sim de saúde pública.

Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2020 nada menos que 50.033 pessoas foram vítimas de mortes violentas. De confronto direto entre polícia e traficantes foram 198 policiais e 5.660 outros. Mas quando se soma as vítimas de guerras entre traficantes, dá muito mais que as 8.917 das drogas.

É por isso que alguns devolvem a Queiroga a receita da nitazoxanida. Dizem que cai melhor para o próprio.

Na Alba, a pauta está travada com jogo político e campanha

Se o governo quer mesmo ver aprovada pelo menos parte dos  nove projetos que mandou para a Assembleia, vai ter que articular para reunir a bancada de 32 membros, a maioria.

Misturam-se campanha eleitoral e a má vontade da oposição e o mundo de dificuldades desaba. Dos nove projetos, seis saíram de pauta, entre eles um pedido de empréstimo de R$ 100 milhões na Caixa para fazer o acesso da nova rodoviária e outro de doação de terrenos.

Ficaram na pauta o que abre a possibilidade de consórcios municipais, o que mexe com as pensões dos militares e o que altera a Previdência. Esses, a oposição topa discutir, mas seja como for, o clima não é bom.

Por que não é bom? Por que há uma disputa estadual com o cenário ainda indefinido. Mas semana que vem tem nova convocação.

E Feira fica sem micareta 

Colbert Martins (MDB), usou como argumento a nova onda da Covid e a varíola dos macacos para suspender a micareta que iria acontecer em setembro.

Colbert diz que além de prefeito, é médico e que prioriza a saúde pública.

Mas o pessoal que faz negócios com a micareta, jáparado há dois anos, não gostou muito. Um deles disse que Colbert já vai mal em popularidade e ficou pior.

Afundamento na BTS começa a dar bons frutos 

O afundamento do ferryboat e um rebocador na Baía de Todos-os-Santos já está maduro para o que o ato se propunha, estimular o turismo de mergulho. Segundo o secretário de Turismo do Estado, Maurício Bacelar, as empresas de mergulho dão boas notícias.

— Esses afundamentos dão muito bons frutos em todas as vertentes. No fundo do mar, viram viveiros de animais marinhos, em nada poluem e ainda ajudam a preservar a memória das embarcações, que se lá não estivessem teriam ido para o ferro velho.

O governo tem engatilhado o afundamento de mais dois navios, o ferry Juracy Magalhães e um navio rastreador, mas ainda não sabe quando.

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