Na briga contra droga, o combate armado mata mais que a própria
Combate às drogas, da forma como é, mata muito mais gente do que as próprias drogas
![Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontam que 50.033 pessoas foram vítimas de mortes violentas](https://cdn.atarde.com.br/img/Artigo-Destaque/1200000/724x500/Artigo-Destaque_01201837_00-ScaleDownProportional.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.atarde.com.br%2Fimg%2FArtigo-Destaque%2F1200000%2FArtigo-Destaque_01201837_00.jpg%3Fxid%3D5508387%26resize%3D1000%252C500%26t%3D1730957321&xid=5508387)
Marcelo Queiroga, ministro da Saúde, médico, receita nitazoxanida, um remédio contra protozoários, bactérias, vermes, vírus e afins para os que defendem a legalização de algumas drogas. Em suma, nem dizem que eles estão doentes, mas são a própria doença, pelo que se deduz da colocação.
Claro que Queiroga, do alto da autoridade de que dispõe, deveria apresentar uma solução para o problema das drogas. Hoje, do jeito que é, com a polícia eternamente caçando traficantes e estes armados até os dentes reagindo, criou-se a sensação de que a almejada harmonia social apodreceu. E o pior, cada dia fica pior.
Alvo errado — Se a receita de Queiroga fosse levada a sério iria pegar muita gente boa que em sucessivos debates, especialmente na Comissão de Direitos Humanos da Assembleia, com representantes de todos os segmentos institucionais (Justiça, Ministério Público, polícia civil e militar) alertam para um detalhe tão simples quando objetivo: o combate às drogas, da forma como é, mata muito mais gente do que as próprias drogas. Em suma, pelo que dizem eles, droga não é problema de polícia e sim de saúde pública.
Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2020 nada menos que 50.033 pessoas foram vítimas de mortes violentas. De confronto direto entre polícia e traficantes foram 198 policiais e 5.660 outros. Mas quando se soma as vítimas de guerras entre traficantes, dá muito mais que as 8.917 das drogas.
É por isso que alguns devolvem a Queiroga a receita da nitazoxanida. Dizem que cai melhor para o próprio.
Na Alba, a pauta está travada com jogo político e campanha
Se o governo quer mesmo ver aprovada pelo menos parte dos nove projetos que mandou para a Assembleia, vai ter que articular para reunir a bancada de 32 membros, a maioria.
Misturam-se campanha eleitoral e a má vontade da oposição e o mundo de dificuldades desaba. Dos nove projetos, seis saíram de pauta, entre eles um pedido de empréstimo de R$ 100 milhões na Caixa para fazer o acesso da nova rodoviária e outro de doação de terrenos.
Ficaram na pauta o que abre a possibilidade de consórcios municipais, o que mexe com as pensões dos militares e o que altera a Previdência. Esses, a oposição topa discutir, mas seja como for, o clima não é bom.
Por que não é bom? Por que há uma disputa estadual com o cenário ainda indefinido. Mas semana que vem tem nova convocação.
E Feira fica sem micareta
Colbert Martins (MDB), usou como argumento a nova onda da Covid e a varíola dos macacos para suspender a micareta que iria acontecer em setembro.
Colbert diz que além de prefeito, é médico e que prioriza a saúde pública.
Mas o pessoal que faz negócios com a micareta, jáparado há dois anos, não gostou muito. Um deles disse que Colbert já vai mal em popularidade e ficou pior.
Afundamento na BTS começa a dar bons frutos
O afundamento do ferryboat e um rebocador na Baía de Todos-os-Santos já está maduro para o que o ato se propunha, estimular o turismo de mergulho. Segundo o secretário de Turismo do Estado, Maurício Bacelar, as empresas de mergulho dão boas notícias.
— Esses afundamentos dão muito bons frutos em todas as vertentes. No fundo do mar, viram viveiros de animais marinhos, em nada poluem e ainda ajudam a preservar a memória das embarcações, que se lá não estivessem teriam ido para o ferro velho.
O governo tem engatilhado o afundamento de mais dois navios, o ferry Juracy Magalhães e um navio rastreador, mas ainda não sabe quando.