Não faltou pescado, mas na pesca nem tudo na Bahia é um mar azul
Confira a coluna de Levi Vasconcelos

Na Semana Santa, nos quatro cantos da Bahia, não faltou pescado. A honra da tradição de só se comer peixe está mantida, mas convém uma ressalva: grande parte do que aqui se consome vem de fora, do Pará e Santa Catarina principalmente.
Por que, se o litoral baiano tem1.100 km, o maior do Brasil, e mais 1.500 dos 2.830 kms do Rio São Francisco? Com a palavra Raimundo Costa, deputado federal (Pode) e presidente da Federação Bahiana da Pesca.
– No mar baiano, as águas são quentes, os cardumes de peixes não moram, apenas passam. Não se vê aqui grandes empresários investindo em pesca. E por aí nossa pesca é toda artesanal.
SETOR SOFRIDO – Raimundo diz que até tentou fazer um censo para saber o número de pescadores na Bahia, mas o IBGE não aceitou. Resolveu mapear o cenário mostrando a situação de cada um, chegou a 45 mil, um dos 130 mil cadastrados, mas o número é maior, fica em torno dos 200 mil.
– Os problemas são no varejo, mas generalizados. A grande maioria das embarcações, por exemplo, é velha, antiga.
Por isso ele diz estar tentando abrir linha de crédito especial para a aquisição de barcos de fibra e alumínio com oito anos de carência e mais oito de prazo para pagar.
Ele diz que não há a pretensão de competir comos grandesdo norte e do sul,mas entender os cenários da pesca artesanal e buscar soluções por aí.
Raimundo lembra que se na Semana Santa todos querem o peixe, entre os pescadores o jogo é outro, é dar a vara de pescar. E o barco também.
Alba vai a Irecê para discutir a seca. Lá, o estrago é grande
A Comissão de Agricultura da Assembleia vai se reunir em Irecê, também com representantes do Inema, Coelba e Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), para discutir a seca.
Entre os quase 80 municípios baianos que já decretaram situação de emergência, a região de Irecê é das mais castigadas. O deputado Ricardo Rodrigues (PSD), que é da área, diz que o cenário é desolador.
– Em novembro plantamos 180 mil hectares de milho, perdemos 100% da produção. Em janeiro voltamos a plantar e mais uma vez perdemos. Estamos perdendo tudo. Não estamos conseguindo produzir nem a pilhagem para alimentar o rebanho. Os empregos estão indo embora.
O deputado federal Leo Prates (PDT), que é presidente da Comissão Especial de Prevenção de Desastres Naturais, também estará lá.
E o Benjamim está voltando
Construído em1913nos EUA, o vapor Benjamim Guimarães, que por quase um século fez o trajeto entre Pirapora, Minas, e Juazeiro, na Bahia, nas águas do Velho Chico, está voltando.
Foi completamente recuperado pela Prefeitura de Pirapora com a supervisão da Marinha e dia 28 estará de novonavegando como antes. Diz Maurício Dias, o Mauriçola, poeta em Juazeiro, que ‘em Minas ele é um orgulho e cá pra nós também’.
PDT com um pé na mão de Jerônimo. Só falta carimbar
Carlos Lupi, ministro da Previdência Social e presidente de honra do PDT, vem a Salvador no início de maio e vai conversar com Jerônimo. Pauta: 2026.
Dá-se como certo que o partido vai fechar com Jerônimo, embora hoje tenha o deputado federal Leo Prates, o estadual Penalva e a vice-prefeita de Salvador, Ana Paula Matos, todos ligados a ACM Neto e Bruno Reis, opositores top do governo; o deputado federal Félix Mendonça Jr, presidente estadual, diz que o partido ainda não decidiu, mas admite que há conversas.
– ACM Neto não cumpre palavra.
Entre as queixas, a de que Leo Prates tentou tomar o partido dele e a cooptação pelo de Débora Régis, hoje prefeita de Lauro de Freitas.