Nas obras da Santa Dulce, doações também fazem parte das bênçãos
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E eis que, lá um dia na rua, Irmã Dulce pediu uma ajuda a um cidadão. Ele coçou o bolso, passou qualquer coisa equivalente a R$ 100. Ela agradeceu, abençoando o doador, mas ele ficou com uma pulga atrás da orelha. Poderia ter dado mais, por que deu tão pouco?
Como a pulga sempre lhe atazanava a consciência, em 2020 chamou Maria Rita Lopes Pontes, sobrinha da Santa Dulce e desde sempre a condutora das obras que ela deixou, e comunicou: queria doar um prédio.
– Eu até pensei que era um daqueles prédios velhos cheios de problemas para resolver, mas que nada. Era um prédio grande, com tudo certinho no lugar.
O cidadão em apreço é o empresário Edilton Celestino da Silva, e o tal prédio, uma construção de quatro pavimentos e dois anexos em sete mil metros quadrados numa área de 12 mil metros. Mais: em Patamares, bairro nobre, área cara.
Na consciência –Lá, hoje funciona uma unidade das Obras de Irmã Dulce, onde operam um Centro Especializado em Reabilitação e o Centro de Pesquisa Clínica, e, quem sabe, o berço de uma futura faculdade de medicina.
Convidado a dar uma entrevista, Edilton recusou. Entende-se. Não jogou para a plateia e, sim, para a consciência. O prédio era o maior patrimônio dele, e a família consentiu.
Maria Rita ressalva que doações, seja lá qual for o tamanho, sempre são bem-vindas, têm um peso respeitável na obra, com custo de algo em torno de R$ 6 milhões por mês. Edilton apenas deu a maior.
Alba volta aos trabalhos com recuo do governo nos cartórios
Os deputados baianos retomam os trabalhos para valer mesmo terça-feira, com uma sessão quase solene para celebrar a volta e a presidente Ivana Bastos (PSD) dizendo que quer ‘produzir muito mais’.
Mas na pauta só um fato, o veto do governo ao projeto dele mesmo que reduzia os repasses ao Fundo Especial de Compensação da Bahia, ameaçando fechar cartórios deficitários em 224 cidades.
Mas nos bastidores a coisa será bem mais quente. A eleição 2026 entra em contagem regressiva e o tititi do caso também. Dos 63 deputados estaduais pelo menos cinco, Vítor Bonfim (PV), Alan Sanches (UB), Robinho (UB), Manoel Rocha (UB) e Raimundinho da JR (PL), são candidatos a deputado federal.
O tititi rola sobre as chances de cada um. Os atuais federais estão empoderados com R$ 50 milhões de emendas.
OAB-Ba marca o Agosto Lilás
O Agosto Lilás, mês de conscientização e combate a violência contra a mulher, será marcado pela OAB Bahia nesta segunda (18h30) com o lançamento oficial do projeto ‘OAB por Elas: Formação em Ação’.
Daniela Borges, presidente da OAB-Ba, diz que os esforços para enfrentar a violência contra a mulher é um dever de honra.
– Nosso propósito é interiorizar as ações, encarar essa triste situação de frente.
Na abertura da festa, os pagadores de promessas lá
Embora o Largo de Roma, onde fica o santuário da Santa Dulce, esteja em obras, o que o deixa nos dias atuais com jeito de espaço mais esculhambado do que sagrado, a presença do público, ontem, foi forte na missa solene de abertura dos festejos dela, que chegam ao ponto alto dia 13. Jonas Miranda, morador de Escada, pescador, que há cinco anos bate pé lá, pagando a gratidão por ter escapado com a mulher e duas filhas ileso de um tiroteio, diz que o movimento só aumenta.
– Na pandemia, todo mundo se encolheu. Quem quis rezar, rezou em casa. Mas agora a coisa está ganhando vulto. Vêm os pagadores de promessas e cada mais gente nova.
POLÍTICA COM VATAPÁ
Lembrando Ulysses
Ulysses Guimarães nasceu em 6 de outubro de 1916 em Itirapina, São Paulo, e morreu em 12 de outubro de 1992, seis dias após completar 76 anos, em Angra dos Reis, no Rio (o corpo nunca foi encontrado).
Foi deputado federal por São Paulo 11 vezes consecutivas, até virar presidente do Congresso na Constituição de 1988. O Centro de Convenções de Brasília, que leva o nome dele, prepara grande festa para ele em outubro. Algumas frases:
‘Trair a Constituição é trair a Pátria’
‘O segredo da felicidade é fazer do seu dever o seu prazer”
‘Na política, e em certos aspectos, os mortos governam os vivos...’
‘O inimigo mortal do homem é a miséria. Não há pior discriminação do que a miséria. O estado de direito, consectário da igualdade, não pode conviver com o estado de miséria. Mais miserável do que os miseráveis é a sociedade que não acaba com a miséria’.