No agro vai tudo bem, apesar das pragas que infestam o caminho
Coluna de Levi Vasconcelos deste domingo, 21

O agronegócio, um conjunto que agrega agricultura e pecuária da produção até a comercialização, tem na Bahia um quase paraíso, segundo Humberto Miranda, presidente da Federação da Agricultura da Bahia (Faeb).
Diz ele que palco e cenário são beleza pura (ou quase). Com um território quase do tamanho da França, possui três biomas, caatinga, mata atlântica e cerrado turbinando 19 culturas com a preciosa participação das ciências agrárias.
– Só na banda mais chuvosa do semi-árido temos 700 mil produtores. E um potencial hídrico fantástico. A maior parte do Rio São Francisco é na Bahia, temos o Paraguaçu e dois grandes aquíferos, Tucano e Urucuia. E somos o segundo maior produtor de frutas do Brasil. E se tirar a laranja, onde São Paulo domina, somos o primeiro.
POINTS – Humberto lista os pontos da Bahia em que o agronegócio é forte.
1–OESTE – É o maior polo baiano hoje e também onde o agro mais cresce, tendo na ponta culturas como soja e algodão.
2–EXTREMO SUL – A mata atlântica convive bem com a pecuária e a indústria de laticínios pipoca, e tem também as florestas plantadas, alémde cultivar comforça cacau, mamão e melancia.
3–CHAPADA – O sol forte e o clima ameno livra as plantas de um monte de doenças, e por isso o cultivo de morango, uva e mirtilo só cresce, com sucesso.
4–VALE DO VELHO CHICO – O Vale do São Francisco é por si só fortíssimo potencial e é no entorno dele que a fruticultura se dá bem, especialmente como cultivo de manga na região de Juazeiro.
GARGALOS – Tudo está bem, mas estaria bem melhor se no caminho não houvesse alguns gargalos de peso.
1–ENERGIA – A Bahia já é grande produtora de energia eólica e solar, tanto que sobra. Mas não chega na ponta, faltam redes de distribuição para grandes e pequenos.
2–RODOVIAS – Lembra Humberto que a BR-242 é palco de sucessivos acidentes fatais e ninguém mexe.
– E nós também não conseguimos entender por que a BR-101 é duplicada em todo o Brasil, na Bahia, nada. Ele lembra que as ferrovias, e nossa estrutura quando existe é precária, baixariam muito os custos.
3–CONECTIVIDADE – A conectividade precária prejudica a difusão de conhecimento, além de ações mais ágeis na saúde e educação.
4–INSEGURANÇA – Aí o problema é sério. Nas fazendas, ninguém mais dorme, por medo, sem falar que os produtos seguem escoltados. E também tem a insegurança jurídica.
– Por que não se estabelece em definitivo as áreas indígenas? Do jeito que é, fica difícil.
POLÍTICA COM VATAPÁ
Dor de corno Teófilo Sena, filósofo popular de Valença, representante comercial, ou ‘caixeiro-viajante’, como ele próprio preferia, vivia soltando suas tiradas sobre a vida sempre com o tom do bom humor. “Todo político promete como sem falta e falta como sem dúvida”.
“Santo na Bahia não tem. Santa você ainda acha, mas o endereço é único, o Largo de Roma’. E eis que lá um dia ele estava numa roda quando chega um cidadão queixando-se de ter apoiado e votado em Ricardo Moura, o prefeito, e estar vivendo uma grande decepção.
E Teófilo:
– Eu lhe entendo, amigo. Dor de corno dói muito.
– Dor de corno, Teófilo? Assim você me ofende.
– Mas não se ofenda não, é isso mesmo. Na política é como na vida, tem gente que casa e é feliz para sempre e tem gente que toma corno. Você tomou corno!
– Quer dizer que eu sou corno, Teófilo?
– Você e quase metade da cidade que votou nele, aquele traidor!
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