O tarifaço atinge em cheio a pesca, mais os criadores de tilápia
Confira a Coluna de Levi Vasconcelos deste domingo, 24

Jurandir Santos, o Jura, um pescador que vive em Cacha Prego e garante seu sustento nas águas da Ilha de Itaparica, diz não entender a repercussão de que o "tarifaço" afeta a pesca. "Aqui, nem eu, nem nunca vi ninguém se queixar. A gente só sabe pela televisão", afirma.
Para Raimundo Costa (Pode), deputado federal e presidente da Federação Bahiana da Pesca, a questão é mais fácil de entender. "Primeiro, não se trata só da pesca, é pesca e aquicultura. O pescador artesanal, na sua grande maioria, abastece o mercado interno mesmo. A exportação, uma escala bem maior, vem da criação de peixe em cativeiro, principalmente a tilápia", explica.
Segundo Costa, o pescador artesanal, que usa canoa ou um barco pequeno para ir ao mar, já enfrenta muitos problemas no dia a dia. "Pescar é sempre uma aventura", diz. Já a criação de tilápia, embora seja mais planejada, é também mais cara, especialmente devido aos custos de energia.
A Bahia ocupa apenas 3% do seu potencial na aquicultura, com 8.981 viveiros espalhados por todo o estado, principalmente no oeste, nos arredores de Itaparica e no sertão (como Glória, Canudos, Cabaceiras do Paraguaçu, Correntina e Barreiras). No entanto, o setor continua em crescimento. "Mas o impacto do tarifaço é forte. Quase metade da produção baiana, de 34 mil toneladas, vai para os EUA", finaliza.
Bobô tenta sensibilizar colegas contra o fechamento de bancos
Entre 2020 e maio deste ano, 134 agências bancárias do Itaú, Santander e Bradesco foram fechadas na Bahia, o que representa o fechamento de uma agência a cada 15 dias.
O deputado estadual Bobô (PCdoB) chama a atenção para o problema e pretende sensibilizar seus colegas sobre a gravidade da situação. "Quem é do interior sabe que grande parte das pessoas está habituada e prefere o atendimento presencial para receber seu dinheiro e pagar as contas. Com a nova situação, tem gente aí que para fazer isso tem que viajar até 100 km", afirma.
Além do impacto para os clientes, a situação gera um segundo problema: a demissão dos bancários. "Muitos são demitidos e recontratados como pessoa jurídica, perdendo direitos trabalhistas. É a 'pejotização' dos bancos", explica Bobô, classificando a prática como desumana em alguns casos.
O plástico em debate na Alba
O Seminário Plástico e Políticas Públicas, promovido pela Braskem e pelo Sindicato da Indústria de Material Plástico da Bahia (Sindiplasba), terá como foco a problemática do plástico nos rios e mares.
O evento conta com o apoio do deputado Radiovaldo Costa (PT), que considera o tema fundamental nos dias atuais. "Vamos discutir soluções para impulsionar a reciclagem do plástico e fortalecer a economia circular", afirma o deputado.
Del Carmem anuncia que em 2026 vai se aposentar
A baiana de coração Maria Del Carmem, nascida em La Caniza, na província de Pontevedra (Espanha), anunciou que se aposentará da vida política em 2026, aos 77 anos. A decisão vem após quatro mandatos como deputada estadual e um como vereadora em Salvador, sempre pelo PT.
No entanto, ela não quer abandonar a política e planeja passar o bastão para seu filho, André Fidalgo. "Pela minha vontade, vou passar a minha bênção, o meu mandato parlamentar, para o meu filho André. Agora, só depende saber se o povo vai querer abençoar ele também", afirmou.
Nos últimos tempos, Maria Del Carmem enfrentou problemas de saúde que a obrigaram a se afastar do mandato.
POLÍTICA COM VATAPÁ
Docinho de buriti
O ex-jornalista Everildo Pedreira, que nos deixou em 2020, costumava contar uma história hilária sobre o ex-prefeito de Catolândia, João da Cruz.
Certo dia, o prefeito entrou no gabinete do governador João Durval carregando um saco. Ele abriu o saco, revelando diversos tabletes de docinho de buriti. Ao apresentar o doce ao governador, disse: "Olha aqui, governador. O senhor come um pedacinho de manhã, antes do café, outro meio-dia, antes do almoço, e outro no fim da tarde, antes do jantar. Depois me diga! D. Ieda que se cuide! Isso é bom pra tesão!".
A plateia emudeceu, e o prefeito, percebendo o deslize, se corrigiu rapidamente: "Desculpe, governador. Tesão não, potência!". Foi o bastante para que todos caíssem na gargalhada.
Anos depois, o jornalista encontrou João Durval, que logo se adiantou, rindo: "Seu Levi, aquela história do docinho de buriti é mentira, mas eu assumo!".
*Colaborou Marcos Vinicius.
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