O turismo, onde Rui Costa ficou devendo, é uma aposta de Jerônimo
A disposição de o governador casa bem com o momento que a Bahia vive no setor
Rui Costa saiu do governo deixando mágoas num segmento, o do turismo, especialmente por conta da queda sem resposta do Centro de Convenções da Bahia, em Salvador, mas Jerônimo está trilhando caminho inverso (até parece que é para compensar).
Aonde vai reafirma que o turismo é uma das suas prioridades. E sexta na Assembleia bateu na tecla:
— Vamos apostar no turismo, sim. E isso inclui o turismo religioso. Uma das coisas que faremos é a Passarela da fé, em Bom Jesus da Lapa. Eu sei que não é fácil, mas vamos lá.
Não é fácil e é cara. A ideia é limpar o entorno do morro onde fica o Santuário de Bom Jesus, o que implica em desapropriar 70 casas, que não são casebres. Eures Ribeiro (PSD), ex-prefeito e agora deputado estadual, diz que a ideia já vem sendo discutida há algum tempo:
— É um compromisso de Jerônimo. Ele já falou isso lá e agora fala cá também.
Bombando —A disposição de Jerônimo casa bem com o momento que a Bahia vive no setor, segundo o secretário Maurício Bacelar, um momento fora de série.
— Havia uma demanda reprimida por conta da pandemia, mas tem também a vocação da Bahia. 120 navios de cruzeiro vão passar por Salvador, Ilhéus e Porto Seguro neste verão, o que equivale a 400 mil cruzeiristas.
Ele diz que essa situação tende a melhorar muito porque Salvador deixará de ser só um ponto de passagem dos cruzeiros e passará a ser também de embarque. No trade, a palavra de ordem é esperar.
No embalo dos bons ventos, baianos miram vaga no STJ
Fala-se nos meios políticos que os ventos favoráveis que sopram da Bahia para Brasília e vice-versa também contaminaram os meios jurídicos, e agora os baianos também querem emplacar um ministro no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Pesam a favor das expectativas baianas dois fatos tidos como relevantes:
1 — Nenhum dos 33 ministros que compõem a corte hoje saiu da Bahia.
2 — Nos próximos dias vão sobrar nada menos que cinco vagas no STJ.
Nesse contexto, dois desembargadores baianos aparecem como fortes candidatos a voar para Brasília. Um é Nilson Castelo Branco, o atual presidente do TJ-Ba. O outro é Roberto Frank, também o atual presidente do TRE-Ba.
Os ministros do STJ são escolhidos pelo presidente da República após passar pelo crivo do Senado.
Lídice trava luta com o PT por João Carlos na Ceplac
A deputada federal Lídice da Mata está travando uma batalha com o PT para tentar emplacar na direção geral da Ceplac João Carlos Oliveira, ex-secretário (Meio Ambiente e Agricultura).
A bancada do PT do Pará, com apoio do federal baiano Josias Gomes e do ex-presidente do PT, Everaldo Anunciação, quer Aliomar Arapiraca, baiano de Feira, mas residente em Belém.
João Carlos tem o apoio dos prefeitos de Ilhéus e Itabuna, do reitor da UESC e de todas as entidades representativas da cadeia produtiva. Além disso, diz Lídice, ‘a concorrência’ se sustenta numa mentira:
— Eles dizem que o Pará é o maior produtor de cacau do Brasil. Mentira. A Bahia produziu ano passado 130 mil toneladas e o Pará 49 mil.
O bacana da farinhada
E por falar em turismo, o crescente sucesso da chef Tereza Paim, no Rio Vermelho, na exportação de farofa, é um dos nichos que tende a se expandir.
Abdias Meira, o Meirinho, filho de Nazaré das Farinhas, diz que a música Nóis é Jeca mas é jóia, do goiano Juraildes Cruz, vai acabar tombada.
— Ela diz: “Se farinha fosse americana, mandioca importada / Banquete de bacana, era farinhada”.
POLÍTICA COM VATAPÁ: Feliz xingamento
1º de fevereiro de 1971, Luiz Góes Teles, que na véspera havia tomado posse como prefeito de Valença, foi chamado pelo amigo Joel Andrade, no bairro do Pitanga, logo na entrada da cidade para quem vinha da BR-101.
Confusão no trecho. Chovia, na pequena ladeira local, toda calçada com pedra cabeça de negro, lisinhas, ninguém passava, os carros deslizavam. Joel chamou o prefeito para mostrar.
Os dois papeavam na casa comercial do anfitrião, uma padaria, quando entra o deputado Barbosa Romeu, amigão de ACM, dono de uma casa na praia do Guaibim, querendo passar, sem poder. Sentou e bradou:
— Esse prefeito daqui é um grande filho da puta!
Góes Teles levantou, calmamente falou:
— Deputado, o prefeito sou eu. Ressalvando a parte da minha mãe, eu até aceito. Mas isso pra mim é uma herança maldita.
Barbosa Romeu se derramou em pedidos de desculpas e embora Góes Teles fosse do MDB autêntico, abriu as portas do governo para ele, e no meio veio o asfalto da ladeira.