Por que Neto descarta Moro? Porque seria mais encosto que apoio
E por que ACM Neto tanto abomina a possibilidade do ex-juiz Sérgio Moro ser candidato à Presidência da República pelo União Brasil?
Simples. Porque ao invés de somar, Moro mais tira votos. Ou seja, está mais para encosto do que apoio.
Moro desponta no cenário como uma fatia do eleitorado bolsonarista. Não tem tradição política, não tem aliados de sempre, não tem lastro. Ademais, pegaria um partidão como o UB de mão beijada, sem nenhum esforço, chegando lá num piscar, como deixou o Podemos.
O outro lado — Ora. Neto até tentou forjar uma liderança nacional competitiva, com Ciro Gomes. Não deu. Preferiu trilhar exatamente pelo lado oposto ao de Moro, construir um partido forte, ficar só na Bahia encarando o PT e Rui Costa, um governador bem avaliado, mais Lula, que são representados por Jerônimo.
Se vencer nessas circunstâncias, com certeza Neto começa a pavimentar o caminho rumo ao Planalto, mas o caminho dele, projeto em andamento, segundo os amigos. Até nisso, dizem os aliados, Sérgio Moro fica fora de tom. O que se teria a ganhar com um apoio a ele? Nada além de problemas.
Ademais, todas as pesquisas até agora realizadas na Bahia apontam ele, ACM Neto, na liderança para o governo, mas Lula para presidente. Ou seja, o desafio é justamente manter esse cenário. Também nisso Moro só faria prejudicar.
Pesquisas do Ipespe e Paraná mostram o mesmo cenário
Sempre se disse que Sérgio Moro, se candidato a presidente como vinha ensaiando, só tirava voto de Bolsonaro. Compreensível. Em 2018, os dois estavam ‘unidos’ no antipetismo (Mor0 incubado, claro).
As pesquisas do Ipespe-XP e do Instituto Paraná divulgadas esta semana, após a desistência de Moro, mostram precisamente isso.
No Ipespe Bolsonaro pulou de 26% para 30%, enquanto Lula manteve os 44%. Já no Paraná, Bolsonaro saltou de 30% para 35,3% enquanto Lula ficou nos 41%.
As pesquisas mostram também que devagar e sempre Bolsonaro só vem crescendo, mas os especialistas advertem que Lula também tem uma base sólida: fica ali em torno de 40%, o que não é pouca coisa.
Seja como for, esse é o cenário da pré-campanha de 2022. Óbvio que a campanha pode mudar o tom. A questão é até onde.
Leo Prates, o único no PDT
Samuel Júnior foi para o Republicanos, Roberto Carlos para o PV e Euclides Fernandes para o PT. Eis aí o destino de três dos quatro deputados estaduais do PT após o fechamento das janelas partidárias.
O único a permanecer na bancada foi Leo Prates, que passou o mandato todo como secretário de Saúde em Salvador. Ontem, ele foi lançado candidato a deputado federal em festa que contou com a presença de Carlos Lupi, o presidente nacional da sigla.
Baixaria não é só em Acajutiba. Em Feira também
Você vê nas redes a troca de tapas entre vereadores de Acajutiba (norte da Bahia). É fichinha diante do que se passa em Feira de Santana, a segunda maior cidade da Bahia.
Ontem, o vereador Pedro Cícero (CD) arremessou uma cadeira contra o colega Zé Carneiro (MDB), este um crítico ferrenho dos movimentos da APLB, o sindicato dos professores. Sabe-se lá se por acaso ou não, logo após o incidente três PMs estavam na Câmara.
Um tempinho atrás, o vereador Luiz Augusto de Jesus, o Lulinha (DEM), disse que estava sendo ameaçado pelo colega Jurandir Carvalho (PL), que o acusava de estar invadindo seu território eleitoral em Ipuaçu, ou Distrito João Durval. Em Acajutiba ou em Feira, até parece que estamos involuindo.
REGISTROS
Domingos Montagner
Lembra do ator Domingos Montagner, que em 15 de setembro de 2016 morreu afogado no Rio São Francisco, em Canindé do São Francisco, Sergipe, enquanto gravava a novela Velho Chico? O Ministério Público culpa o secretário de Turismo de Canindé, José Dimas dos Santos Roque. Motivo: não sinalizou bem a área mostrando o perigo.
Vítimas fatais
Zé Rocha, ciclista e morador de livramento de Nossa Senhora, lá no Sudoeste, bomba nas redes sociais da Chapada por ter registrado dois acidentes com mortes. Num, a vítima foi uma jiboia, e noutro uma onça jaguatirica, ao longo da BA-148.
Xuma Gomes
Cantor e compositor conhecido e aplaudido no oeste baiano, Anfilófio de Sena Gomes, o Xuma Gomes, deixou Barreiras triste ontem. Faleceu, aos 59 anos. O nome Xuma era uma homenagem ao compositor alemão Robert Schumann.
Porto Seguro capital
Que tal transferir a sede do governo federal para Porto Seguro no dia 22 de abril? É isso que João Roma está tentando viabilizar com os filhos de Bolsonaro. O prefeito Jânio Natal (PL) diz que a ideia é muito boa.