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Levi Vasconcelos

Por Levi Vasconcelos

ACERVO DA COLUNA
Publicado domingo, 30 de junho de 2024 às 6:00 h | Autor:

Porto Seguro, onde a natureza é bela, mas sem a recíproca humana

Costa do Descobrimento é de área nitidamente turística e cuidados deveriam ser redobrados

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Imagem ilustrativa da imagem Porto Seguro, onde a natureza é bela, mas sem a recíproca humana
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E já que o papo no planeta é trilhar o rumo do meio ambiente limpo nestes tempos de desequilíbrio climático, a quantas andam as águas de Porto Seguro e cercanias, as mesmas que aqui acolheram o português Pedro Álvares Cabral?

Não tão bem. Lá, no ano 2000, quando o Brasil completou 500 anos, Fernando Henrique Cardoso, presidente, inaugurou sistemas de tratamento de água e esgoto top. O presente presidencial foi abandonado.

Quem expõe o cenário é o professor Marcos Eduardo Cordeiro Bernardes, ou Marcos Bernardes, formado em Oceanologia pela Fundação Universidade Federal do Rio Grande (FURG), doutor em Marines Sciences pela University of Plymouth (Reino Unido) e professor da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB).

Desmatamento

Marcos, que também é presidente do Comitê das Bacias dos rios dos Frades, Buranhém e Santo Antonio e coordenador adjunto do Forum Baiano do Comitê de Bacias Hidrográficas, é o maestro da observação científica na área da Terra Máter.

Ele cita que os problemas da área são reflexos de uma teia que deveria andar afinada, o que nem sempre acontece. E exemplifica: em Porto Seguro a cobertura de esgotos chega a 70%, mas na vizinha Eunápolis é apenas 10%.

Perto do mar, menos mau, mas mais para o continente, as águas são sujas. E também tem a supressão da mata no cerrado e da mata atlântica, um problema sério.

Turismo

Marcos lembra que a Costa do Descobrimento, com Porto Seguro à frente, é uma área nitidamente turística e por isso os cuidados deveriam ser redobrados. Mas nem sempre é assim.

Os esgotos também contaminam a areia das praias e isso pode transmitir doenças, é óbvio. Isso é ruim numa área cuja economia é muito associada ao turismo.

Desembocadura do Rio Buranhém, em Porto Seguro
Desembocadura do Rio Buranhém, em Porto Seguro | Foto: Reprodução

A pressão imobiliária na área também contribui para a formação de um meio ambiente não lá tão bom. Marcos cita o caso de Caraíva, em Porto Seguro, onde as pessoas fazem fossas e também poços artesiasnos.

É evidente que as fossas contaminam o lençol freático e os poços acabam produzindo uma água comprometida.

Se assim o é, um mau exemplo bem estampado vem de Coroa Vermelha, em Santa Cruz de Cabrália, onde os índios pataxós mantêm um Centro de Artesanato que é uma das grandes atrações do trecho. O Rio Mutari que lá deságua é um esgotão.

Marcos diz que uma das esperanças é o Marco Legal do Saneamento, que prevê até 1933 o Brasil com 99% de água tratada e 90% de esgoto. A julgar pelo que se passa na terra em que o Brasil começou, um sonho.

POLÍTICA COM VATAPÁ

Massa e Plebe

Ditadura e censura são irmãs siamesas, andam irremediavelmente juntas. Início dos anos 40, a ditadura de Getúlio Vargas tinha um dos seus tentáculos na redação do jornal O Estado da Bahia, apoquentando a vida do jornalista e médico Ruy Santos, secretário de redação (depois seria prefeito de Salvador, deputado federal cinco vezes e senador). Indagava ele ao censor:

—Me explique, amigo. Por que eu não posso usar a palavra ‘massa’?

— O termo é suspeito.

— Nem numa reportagem sobre padarias?

—Em lugar algum. Massa pressupõe agitação. Se vocês pensam que me enganam com esses ardis, bateram na porta errada.

Ruy franziu o cenho, olhou o censor, ironizou:

— O nome do nosso endereço telegráfico é plebe. Só espero que vocês não queiram tirá-lo também.

E o censor, com ares de quem descobriu a pólvora:

— Menino, eu não tinha visto isso! Até nos endereços eles se infiltram... Plebe envolve agitação, é a mesma coisa de massa! Você vai tira-lo e é já

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