Menu
Pesquisa
Pesquisa
Busca interna do iBahia
HOME > colunistas > LEVI VASCONCELOS
COLUNA

Levi Vasconcelos

Por Levi Vasconcelos

ACERVO DA COLUNA
Publicado sábado, 10 de setembro de 2022 às 5:30 h | Autor:

Que triste, a política do ódio cada vez ganha mais espaço no Brasil

Os laços que unem Trump e Bolsonaro são mais que mera amizade

Ouvir Compartilhar no Whatsapp Compartilhar no Facebook Compartilhar no X Compartilhar no Email
Os dois são citados sempre pela imprensa nacional como arautos da política do ódio
Os dois são citados sempre pela imprensa nacional como arautos da política do ódio -

O jornal inglês The Economist referiu-se a Bolsonaro anteontem como O homem que queria ser Trump. E ontem, Donald Trump, o ex-presidente dos EUA que em 2020 perdeu a reeleição para Joe Biden, anunciou apoio total e completo a Bolsonaro.

Em suma, os laços que unem Trump e Bolsonaro são mais que mera amizade. Os dois são citados sempre pela imprensa nacional como arautos da política do ódio, aquela que xinga em nome da liberdade de expressão e mata em nome de uma justa causa.

Eis que em 10 de julho, em Nova Iguaçu, no Paraná, o policial bolsonarista José Jorge Guaranho invadiu a casa de Marcelo Arruda, simpatizante de Lula, que comemorava o seu aniversário, e o matou. Ontem, em Confresa, Mato Grosso, Benedito Cardoso, bolsonarista, matou o petista Rafael de Oliveira. Isso, sem falar em brigas que cada vez mais se repetem.

Capitólio —No livro recém lançado, O ódio como política - A reinvenção das direitas no Brasil, coordenado por Esther Solano, com 17 autores, a conjuntura é tratada como ‘direitas’, ‘novas direitas’, ‘reacionarismo’, ‘onda conservadora’, ‘facismo’, ‘reacionarismo’, ‘neoconservadorismo’.

Trump e Bolsonaro se encaixam em qualquer um. Se nos EUA os partidários do presidente perdedor viu os seus partidários invadirem o Capitólio, o Congresso de lá, episódio que resultou em 10 mortes, cá Bolsonaro afronta ostensivamente ministros do STF dando sinais de que quer ganhar nem que seja no pau. É a contramão de tudo o que se quer, a construção de uma sociedade justa e harmoniosa. Que triste.

Na boca do povo, às vezes Elizabeth II vira Isabel

Olga Leiria, nossa colega fotógrafa, mora na Rua do Paraíso, a que faz a conexão entre a Mouraria e a Avenida Sete. E eis que ontem ela ia chegando em casa quando Leo, o guardador de carros, a cumprimentou:

—Oi, A TARDE (como ele a chama)! Você sabia que a Princesa Isabel morreu?

— Princesa Isabel? Amigo, a Princesa Isabel já morreu há muito tempo (1921). Não foi a Rainha da Inglaterra?

— Ah... Foi essa mesmo.

E enquanto isso, pescador do povoado de Nagé, em Maragogipe, João Amâncio, 69 anos, vendo o intenso noticiário sobre a morte da Rainha Elizabeth se confessou surpreso:

— E eu pensando que esse negócio de reis e rainhas já tinha acabado...

Seja lá como for, o fato é que a morte da rainha roubou a cena. Bateu mais forte do que a campanha eleitoral.

A empresária da intolerância

No embalo do ódio que campeia no jogo político brasileiro, apareceu em cena a empresária Roseli Vitória D’Agostini Lins, de Luís Eduardo Magalhães, lá no oeste da Bahia, entrou em cena.

Ela aconselhou o empresariado a ‘demitir sem dó quem votar em Lula’. O caso bateu nas redes como ‘assédio eleitoral’, mas é muito mais que isso. É simplesmente o desdobramento do ódio no jogo eleitoral.

Rainha Elizabeth II, doce memória no Clube Inglês

Com 148 anos de fundado, o Bahia British Club ou Clube dos Ingleses, em Salvador, viveu 54 anos atrás um dos seus momentos mais sublimes, recebeu a visita da Rainha Elizabeth II e do marido, o Príncipe Philip. E ganhou de presente uma foto do casal assinado pelos dois, até hoje exposta lá como relíquia.

Lá, a notícia da morte da rainha soou forte. Os associados presentes só beberam scott, a bebida preferida dela. E o presidente Fernando Santana externa os sentimentos que o fato causou:

— Estamos de luto pelo falecimento da rainha Elizabeth. Ela ainda é lembrada por nós aqui na sua vinda à Bahia, em 1968, quando visitou a sede do nosso Clube Inglês e sensibilizou a todos pela afabilidade do tratamento pessoal.

POLÍTICA COM VATAPÁ

Eparrê, queen

A passagem da Rainha Elizabeth II por Salvador, em 3 novembro de 1968, rendeu muito boas histórias, ao menos com os personagens do entorno da festa.

Contam nos meios jornalísticos que o ícone da ilustre visita ficou sendo o fotógrafo Raimundo Vigota. Escalado pelo Jornal da Bahia para fazer a cobertura da presença da Rainha no Mercado Modelo, ficou feliz e bradava aos quatro cantos:

— A Rainha Elizabeth II vai receber o melhor clic que ela já viu na vida!

A visita estava marcada para as 9h. Às 6 da matina ele já estava lá, a postos. Todo animado, conversando com colegas amigos, pediu uma batida, duas, três, quatro, perdeu a conta, quando a rainha chegou, por volta das 10h, esqueceu o clic, correu em direção dela, se ajoelhou frente a frente, cara a cara, e bradou:

— Eparrê, minha rainha! A senhora é a libertadora de todos nós!

Confundiu com a Princesa Isabel. Vigota não gostava quando contavam o caso.

Compartilhe essa notícia com seus amigos

Compartilhar no Email Compartilhar no X Compartilhar no Facebook Compartilhar no Whatsapp

Assine a newsletter e receba conteúdos da coluna O Carrasco