São Roque do Paraguaçu, o recanto que a Lava Jato jogou na miséria
Confira a coluna de Levi Vasconcelos
São Roque do Paraguaçu, em Maragogipe, reza de dedos cruzados para todos os santos, orixás e afins clamando pela volta do Estaleiro Enseada, que empregava cinco mil pessoas e hoje está parado, com a anunciada retomada a partir da construção de 80 barcaças da Petrobras.
Luciano Muniz, dono do Mercadinho Dois Trevos, diz que lá a situação é de terra arrasada. Em 2015, a Lava Jato detonou a Petrobras, e a Odebrecht com o estaleiro foi junto, espalhando miséria na área.
– Pra gente comprar remédio ou pagar um recibo de luz, tem que ir a Nazaré, a passagem custa R$ 17, ida e volta R$ 34.
Ele conta que instalou o negócio em 2013, com o estaleiro ainda a pleno pique. Em 2015 a bagaceira começou.
– Teve um dia em 2017 que eu abri 8h e fechei às 18h. No caixa só tinha R$ 2. Só vendi uma água mineral.
Dique seco –A retomada do estaleiro com a construção das barcaças é um recomeço, ainda tímido. Vai empregar 500 pessoas, no tempo em que construía plataformas eram 5 mil. A população, que era de quase 10 mil pessoas, caiu para 5.500.
Há a expectativa de que a Novonor, o novo nome da Odebrecht, dispute a licitação de navios, agora em dezembro vão ser mais quatro. Lá, se construía plataformas, navios exige o chamado dique seco. Vai ter?
Especialistas dizem que o investimento é em torno de R$ 150 milhões. Depende se o contrato compensar. Em 2013 a Petrobras chegou a elaborar o projeto para a construção de 6 navios sonda da 7 de Abril. A Lava Jato abortou. Agora, tudo é esperança.
Colaborou: Marcos Vinicius
Pombal recebe expedição da LB
Ribeira do Pombal será a primeira cidade a receber, de amanhã a domingo, a Expedição Reinventado Futuros, iniciativa itinerante que vai percorrer todo o Nordeste promovendo a economia circular e criativa.
A expedição é realizada pela LB Cultura Circular, chancelada pelo Movimento Reinventando Futuros. O ponto é o ônibus adaptado cenograficamente que vira plataforma móvel de aprendizado para ser visitado.
Marighella, a homenagem que gerou polêmica, 55 anos depois
Carlos Marighella, baiano, guerrilheiro marxista, morto numa emboscada policial em São Paulo no dia 4 de novembro de 1969, recebeu uma homenagem da bancada do PT ontem na Assembleia, pela passagem do 55º aniversário da sua morte.
Como estamos em tempo de polarização entre esquerda e direita, o fato gerou controvérsias. Diego Castro (PL), que é bolsonarista, criticou os colegas pela homenagem:
– Ele tentava implantar uma ditadura comunista no Brasil. Não merece reconhecimento como democrata.
Já o deputado Robinson Almeida (PT) acha o inverso:
– Sou favorável à luta democrática e ao legado de Carlos Marighella, que nos inspira na defesa da democracia.
Fora da bancada petista só um deputado apareceu na homenagem, Hilton Coelho (PSOL), que é contra o governo, mas também é de esquerda.
Ruy Barbosa, na espera da data para nova eleição
Ruy Barbosa, a terra do senador Otto Alencar (PSD), vive em clima de grande expectativa. Já que o eleito em 6 de outubro, José Bonifácio (MDB), teve a candidatura impugnada pela Justiça, quando será a nova eleição?
Bonifácio não recorreu, quer acelerar o processo ainda este ano. No novo pleito, a mulher dele, Eridan, assume a titularidade, tendo Nildo Fernandes (PL), o mesmo do pleito de outubro, como vice. Já a outra banda, a de Otto, também trocou de candidato. Marivaldo Leite (PSD), o derrotado, cedeu lugar para Dr. George, também do PSD.
A expectativa é que a Justiça marque a nova eleição para dezembro. Até lá, fica valendo o tititi. O pessoal de Bonifácio diz que ganha.