São Roque espera o estaleiro. Por enquanto só bandidos chegaram
Confira a coluna de Levi Vasconcelos deste sábado, 16

Como cerca de 20 homens fortemente armados chegam de barco em São Roque do Paraguaçu e saem pelas ruasdando tiros, inclusive em lojas?
Simples: brigas entre facções criminosas. Mas como, se a volta do estaleiro ainda é uma promessa e o lugar está esvaziado diante do que já foi?
Também é simples. Facções criminosas que lá entraram em guerra em fins de 2023 aquietaram, mas não saíram. Ou melhor, segundo moradores, cautelosos que são ao falar, se identificar nem pensar: uma das facções ficou lá, também esperando a volta do estaleiro, mas se comporta tipo ninguém mexe com ninguém, e a outra veio avisar que está de olho.
A sensação coletiva em São Roque do Paraguaçu, povoado de Maragogipe, onde moram pouco mais de cinco mil pessoas, é péssima. Como disse um deles: ‘Aqui, só não vai embora quem não tem para onde ir’.
NAVIOS – Conta o deputado Radiovaldo Costa (PT), que lá esteve recentemente e é um dos arautos da retomada do estaleiro Enseada do Paraguaçu, que a JBS, dona do Friboi, contratou como Estaleiro Enseada, da Novonor, a antiga Odebrecht, a construção de 20 barcaças.
Isso emprega 350 pessoas, muito abaixo dos 5.500 que tinha até 2015, quando decaiu, vítima da Lava Jato.
–Há a esperança nos navios que a Petrobras licitou, em torno de 20. O Enseada está em recuperação judicial e estamos tentando viabilizar uma linha de crédito pelo BNDES para restaurar o fôlego. Está nisso. Presença forte só dos bandidos.
Zó quer manga na merenda para enfrentar o efeito tarifaço
Nascido em Xique-Xique e criado em Juazeiro, o deputado estadual Crisóstomo Antonio Lima, o Zó (PCdoB), ou Zó do Sertão, como prefere, está fazendo uma pelo a Jerônimo para que adote o consumo de manga na merenda escolar.
É uma forma de enfrentar o tarifaço de Trump, que atingiu em cheio os produtores da fruta e vem causando muitos prejuízos.
– Juazeiro é o nosso maior produtor de manga. Sem o tarifaço a manga era exportada por US$ 7 a caixa, agora vai para US$ 11. Antes uma manga custava R$ 4, agora é R$ 1 ou R$ 2 no máximo.
Zó diz que a região produz 258 mil toneladas, gerando R$ 350 milhões em dinheiro, dos quais R$ 111 milhões são em Juazeiro. No conjunto, são 150 mil empregos diretos.
– Não é pouca coisa. Aqui entre nós a pancada do tarifaço foi forte.
Republicanos, o aniversário
O Republicanos celebra hoje pela manhã no CECBA (Costa Azul) os seus 20anosde fundação. O presidente, o deputado federal Márcio Marinho, diz que a trajetória da sigla merece festa, já que, com 570 mil filiados, é o 6º maior partido do Brasil.
Até 2014 o partido era aliado do PT, mas rompeu com o então governador Rui Costa e passou para a oposição. ACM Neto e Bruno Reis estarão lá hoje.
Ponto Novo quer instalar a 1ª faculdade municipal
Fabiane Azevedo (PSD), prefeita de Ponto Novo, município da região de Jacobina com menos de 20 mil habitantes, encaminha esta semana à Câmara de Vereadores lá, o projeto de lei que cria a Faculdade Municipal. Fabiane é médica e também esposa do antecessor dela, o também médico Thiago Gileno, que em abril do ano passado renunciou para se candidatar a deputado ano que vem. Agora, ele é o secretário de Educação, que corre para viabilizar o projeto. Ela diz que toda a documentação já foi enviada ao MEC e a quem de direito.
– Estamos fazendo história. A primeira faculdade municipal é um exemplo para a Bahia.
POLÍTICA COM VATAPÁ
Validade vencida Conta Valério Mesquita, da Tribuna do Norte, de Natal, que Djalma Marinho, sete vezes deputado federal (entre 1951 e 1979) após ter sido estadual duas vezes, avô de Rogério Marinho, atual ministro do Desenvolvimento Regional, virou lenda no Rio Grande do Norte, muito pelas posições independentes, tipo ‘ao rei tudo, menos a honra’, como fez contra a cassação do ex-deputado Márcio Moreira Alves na ditadura militar.
E eis que lá um dia Djalma estava em sua terra natal, a cidade de Nova Cruz, quando foi assistir o concurso de ‘Miss Nova Cruz’.
Após o resultado ele subiu no palco, abraçou e beijou a vencedora, os fotógrafos de máquina em punho registrando tudo. Quando as fotos circularam, deu tititi. E lá um dia alguém chega pra ele e conta a fofoca do dia:
– Djalma, tome cuidado. Seus adversários estão dizendo que vão mostrar a foto a D. Linda (esposa dele).
E Djalma, sorrindo:
– Diga a eles que podem mostrar. Linda não acredita em ressurreição.
COLABOROU: MARCOS VINICIUS
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