Sete estaduais querem virar federais, o desafio ficou maior
Confira a coluna de Levi Vasconcelos deste domingo, 28

E numa roda com deputados na Alba falava-se sobre os sete colegas que pretendiam voar para Brasília ano que vem, quando um disse:
– A barra este ano é bem mais pesada. As emendas federais pularam de R$ 5 milhões para R$ 50 milhões, enfrentar isso é pesado.
Outro interveio:
– E podia ser ainda bem pior se eles tivessem que encarar ladrões blindados.
Gargalhadas à parte, os sete deputados estaduais baianos que vão tentar mudar para Brasília este ano disputam com os 39 que já estão lá mais empoderados que nunca.
Politicamente, Alan Sanches (UB), Leandro de Jesus (PL), Manoel Rocha (UB), Olívia Santana (PCdoB), Raimundinho da JR (PL), Robinho (UB) e Vítor Bonfim (PV) formam um mix para todos os gostos, esquerda, direita, centro. Todos acham que dá.
Hora de seguir –Eles admitem que não vai ser fácil, mas cada um confia no lastro firmado. Alan Sanches por exemplo, é medico, foi vereador em Salvador duas vezes e está no quarto mandato estadual.
Leandro de Jesus, bolsonarista ostensivo, evangélico, vai no embalo da direita extremada. Já Manoel Rocha, duas vezes prefeito de Coribe e no primeiro mandato de estadual, herda o espaço do pai, o federal Zé Rocha, 11 mandatos consecutivos, que agora quer disputar o Senado.
Na esquerda, tem Olívia Santana, ex-vereadora em Salvador, no segundo mandato de estadual. Ela disputa espaço no PCdoB com Alice Portugal e Daniel Almeida, mas diz que está tudo bem.
– Cabe mais um. O PCdoB já teve 3. E por que não agora?
Vítor Bonfim, duas vezes vereador em Guanambi, também é herdeiro. O pai, João Bonfim, em 2014 após quatro mandatos de estadual foi para o TCE e ele já está no segundo. Acha que dá para alçar novo voo.
Carlos Robson Rodrigues Silva, o Robinho, mineiro de Nanuque, pecuarista no Pará e político na Bahia, foi duas vezes prefeito de Nova Viçosa e está no terceiro mandato de estadual.
Por último tem Raimundinho da Jr, empresário, primeiro mandato na vida, que em 2022 se elegeu pelo PL de Bolsonaro, mas sempre colou com Jerônimo e agora busca um partido.
– Eu passei a achar que Brasília é bem melhor.
Ora se é. E é por isso que todo mundo quer. Mas na tentativa, alguns sobram.
POLÍTICA COM VATAPÁ
O sal
Essa quem conta é Jânio Natal, prefeito de Porto Seguro. Geraldo Scaramussa, duas vezes prefeito de Santa Cruz Cabrália, o lugar em que Frei Henrique de Coimbra celebrou a 1ª missa no Brasil, entre 1997 e 2004, era empresário (falecido em dezembro de 2010), sempre tranquilo e sereno, sujeito afável, que durante a sua trajetória política criou uma marca, nunca dizer ‘não’ a ninguém.
Claro que nessa aí muitas vezes ele enganava o pedinte, sempre arranjando uma saída ‘diplomática’.
E eis que lá um dia estava Geraldo numa roda de conversa com amigos quando chega um cidadão.
– Sêo Geraldo, vim aqui lhe pedir uma ajuda. Minha mãe morreu e me pegou desprevenido, não tenho dinheiro para o funeral.
E Geraldo, sempre com o jeitão macio de ser.
– Meu querido, venha na próxima semana que agora também não posso.
– Então me arranje R$ 5.
– Pra que você quer R$ 5?
– Pra eu salgar ela e esperar uma semana.
Gargalhada geral.
Colaborou: Marcos Vinicius
Siga o A TARDE no Google Notícias e receba os principais destaques do dia.
Participe também do nosso canal no WhatsApp.