Turismo vive dias de euforia. O velho normal está quase no ponto

Maurício Bacelar, secretário de Turismo da Bahia, diz que vivemos um momento de euforia. No que diz respeito ao turismo está tudo bem pertinho de outubro de 2019, o último ano sem pandemia.
Ele conta que o movimento aeroportuário está igual, o consumo de energia ainda 8% abaixo, mas em crescente visível.
— Isso é fruto de muito esforço do governo e do trade turístico, principalmente discutindo as normas de biossegurança e treinando, capacitando o pessoal.
Os sinais positivos da movimentação confirmam a tendência inicial, o turismo interno, já que viajar para o exterior pode ser problema.
Chocolate — Detalhe curioso: a movimentação aeroportuária está na média 1,6% a mais, com alguns disparates. Em Vitória da Conquista ainda está 40% abaixo, a de Porto Seguro 7% a menos, mas a de Ilhéus 40% a mais, um estrondo, segundo Maurício, por mera questão de gosto:
— É a grande procura por Ilhéus, Itacaré e Barra Grande, na Península de Maraú.
E já que na banda litorânea da região cacaueira vai tudo bem, dia 16 próximo Bacelar vai lá para dar o start na reabertura da Estrada do Chocolate, uma rota entre Ilhéus e Uruçuça que inclui passeios por antigas fazendas de cacau, no meio da mata atlântica, com direito a degustar chocolates, sucos, licores e doces da terra.
O conjunto da obra nos induz a acreditar que por cá tudo vai bem. O problema é lá fora.
Movimento em restaurantes, bares e salões de beleza cresce
Se pelos ares tudo está indo bem, em terra também. Os consumidores da Bahia estão cada vez mais frequentando bares e restaurantes, segundo dados de consumo da Credicard com base nos gastos dos cartões de crédito da marca.
Os gastos em estabelecimentos do tipo cresceram 17,5% em outubro em relação ao mês anterior, uma tendência de crescimento que vem desde o ano passado – comparando com outubro de 2020, o aumento é de 42%.
Além disso, a Bahia também está aos poucos retomando os padrões de consumo nos cuidados com beleza e bem estar, com um aumento constante ao longo de 2021.
O volume total gasto com salões de beleza, massagem e spa no estado cresceu 130% em relação a outubro de 2020, com um incremento de 10% no consumo entre setembro e outubro deste ano.
Os sinais positivos são frutos da vacina, é óbvio.
Carnaval está mais difícil
A notícia de que a unamidade dos secretários estaduais de saúde é contra a realização do Carnaval 2022 jogou uma ducha de água fria na esperança dos carnavelescos. Um político próximo do governo corrobora a tese.
— Está muito difícil, o cenário internacional conspira forte contra. A Anvisa, a OMS, todos péssimos sinais. Eu apostaria que não teremos.
De fato, o cenário já pareceu ser bem melhor. Agora, degringolou de vez.
Isidório: ‘Pai não foi feito para enterrar filho. Dói’
Ontem, 16 dias depois de ter perdido o filho, o deputado estadual João Isidório, de 29 anos, abruptamente num acidente em Madre de Deus, o deputado federal Sargento Isidório (Avante) admite que vive dias difíceis.
— Estou como todo pai ou mãe que perde um filho. Pai não foi feito para sepultar filho. É uma dor muito forte. A pior da minha vida.
João Isidório era o quinto dos sete filhos de Isidório, dois homens e cinco mulheres, pela ordem Maria José, Tancredo, Graciene, Graziela, João Isidório, Taís e Taiane.
Graciene é administradora e Taiane psicóloga, ambas hoje estudantes de medicina. E Isidório avalia se coloca Tancredo no lugar de João:
— Ele é gestor, mas não é político.
POLÍTICA
COM VATAPÁ
Plebe e massa
Essa vem da lavra do saudoso Newton Macedo Campos. Ditadura e censura são irmãs siamesas, andam irremediavelmente juntas. Início dos anos 40, a ditadura de Getúlio Vargas tinha um dos seus tentáculos na redação do jornal O Estado da Bahia, apoquentando a vida do jornalista e médico Ruy Santos, secretário de redação (depois seria prefeito de Salvador, deputado federal cinco vezes e senador). Indagava ele ao censor:
— Me explique, amigo. Por que eu não posso usar a palavra massa?
— O termo é suspeito.
— Nem numa reportagem sobre padarias?
— Em lugar algum. Massa pressupõe agitação. Se vocês pensam que me enganam com esses ardis, dançaram.
Ruy franziu o cenho, olhou o censor, ironizou:
— O nome do nosso endereço telegráfico é Plebe. Só espero que vocês não queiram tirá-lo também.
E o censor, espantado:
— Menino, eu não tinha visto isso! Até nos endereços eles se infiltram! Plebe envolve agitação, é a mesma coisa de massa! Você vai tirá-lo e é já!!