Violência no Brasil só se agrava, agora também infernizando escolas

Se o rumo das boas práticas políticas desemboca na construção de uma sociedade em que todos vivam em paz e harmonia, como dita a ciência política, é óbvia a conclusão: o alvo está tão distante que se caracteriza como uma utopia, não?

Que triste, é bem pior do estar longe disso. Com tiroteios espoucando por todos os lados, fica a sensação de que estamos involuindo, caminhando para trás, piorando um cenário que já é muito ruim.

Com um agravante da pesada: ataques em escolas estão cada vez mais frequentes, 24 nos últimos 20 anos, o penúltimo em São Paulo semana passada e o ataque a uma creche em Blumenau ontem (nesse caso, com arma branca).

Braços cruzados —Segundo a ONG Fogo Cruzado, em Salvador e Região Metropolitana foram 118 tiroteios em fevereiro com 103 baleados e 79 mortos. Em março, mês passado, piorou. Foram 136 tiroteios, 140 baleados, 110 mortos.

Mais que isso, prefeitos dos quatro cantos da Bahia queixam-se que a cada dia perdem espaços de governança para bandidos armados. Com o detalhe: pelo menos um deles passou um grande perrengue acuado por bandidos.

Ora, estatísticas são reflexos de uma realidade pulverizada. O que se vê é a situação se agravar em cidades grandes e pequenas. Mais grave ainda é saber que a nossa representação em Brasília passa a sensação de que não está nem aí.

Bolsonaro até tocou no assunto ao modo dele, ao sugerir que cada um compre o seu fuzil. E só. Como se vê, a vida está cada vez mais infernal. E quem não gostou que se dane.

A disputa em Salvador já rola nas conversas dos corredores

E eis que Daniel Alves (PSDB), vereador em Salvador (é apenas xará do craque baiano que está preso na Espanha acusado de estupro), estava ontem na Assembleia quando foi abordado: e os tucanos vão lançar candidatos aqui?

— Primeiro temos que ver como é que fica a federação. Já estamos com o Cidadania e conversando com o Podemos, que já se fundiu com o PSC. Mas temos bons nomes, como o deputado Tiago Correia.

O deputado Pedro Tavares (UB) ia passando, ouviu:

— Tiago é bom nome, mas o de Bruno Reis é melhor.

Iam passando auxiliares do PL de Bolsonaro. E João Roma vai mesmo apoiar Bruno?

— Ele até quer, mas sem essa de Bruno Reis ficar alisando Jerônimo e Lula como fez e vem fazendo. Assim, não vai dar.

Enfim, Cafu no gabinete

Edicley Souza Barreto, o Cafu Barreto (PSD), ex-prefeito de Ibititá que ano passado chegou a ser preso pela PF na Operação Rochedo (apurava fraudes em licitações da educação e saúde), eleito deputado estadual ano passado, só ontem adentrou o gabinete na Assembleia, mais de 70 dias após a posse.

Motivo: ele mandou fazer uma reforma geral que só ficou pronta anteontem. Tudo com o próprio dinheiro.

Eures diz que vai encarar a peleja 2024 em Barreiras

Duas vezes vereador em Bom Jesus da Lapa, depois deputado estadual, duas vezes prefeito e agora de novo deputado estadual, Eures Ribeiro (PSD) qualifica o cancelamento de voos para Barreiras pela Gol como um retrocesso. O agronegócio, segundo ele, sofre um baque forte, além de setores como turismo.

Eures, que teve 81 mil votos no oeste baiano ano passado, admite que vai encarar a disputa pela Prefeitura de Barreiras ano que vem.

— Barreiras é um município de ampla convivência com ‘estrangeiros’. Jusmari Oliveira não é de lá, foi prefeita, Antonio Henrique não é de lá, foi prefeito, e agora Zito Barbosa (o atual) não é de lá e é prefeito.