Zé Ronaldo até esperneou, mas conforme o previsto, deu em pizza | A TARDE
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Zé Ronaldo até esperneou, mas conforme o previsto, deu em pizza

Ex-prefeito de Feira sempre quis ser vice de Neto, mas ficou no mesmo partido, o UB

Publicado quinta-feira, 11 de agosto de 2022 às 06:15 h | Autor: Levi Vasconcelos
Ronaldo esperneou na semana passada quando foi rifado da chapa de ACM Neto, ameaçou romper, mas ninguém botou fé
Ronaldo esperneou na semana passada quando foi rifado da chapa de ACM Neto, ameaçou romper, mas ninguém botou fé -

Zé Ronaldo ganhou as seis últimas eleições municipais em Feira de Santana. Em quatro, ele próprio se elegeu prefeito, noutras duas elegeu Tarcízio Pimenta e Colbert Martins, o atual. Em compensação, na últimas cinco para governador, só ganhou em 2018, quando ele próprio foi candidato.

Ganhou com ressalvas. Teve 51,25% dos votos contra 46,34 de Rui Costa, mas mesmo assim, perdeu feio a eleição federal, 60,28% de Fernando Haddad, do PT, contra 23,41 de Bolsonaro, a quem ele apoiou. E 2022, como será?

Segundo o pessoal da imprensa em Feira, juntando a tradição, o desgaste do prefeito Colbert Martins e mais ainda o fato dele estar fora da chapa, o cenário lá indica que a briga é para abater o prejuízo de ACM Neto.

De fora —Ronaldo esperneou na semana passada quando foi rifado da chapa de ACM Neto, ameaçou romper, mas ninguém botou fé. Iria para onde, se Jerônimo, do PT, tem lá o deputado federal Zé Neto, o seu adversário de sempre, e João Roma desponta como uma alternativa sem futuro?

Ronaldo sempre quis ser vice de Neto, mas ficou no mesmo partido, o UB. Se diz que Neto, quando se interessa, põe aliados em outros partidos, como Ana Paula, a vice de Bruno Reis (e agora candidata a vice de Ciro Gomes) no PDT em 2020 e agora, a própria Ana Coelho, a vice, no Republicanos.

Por essa linha, João Roma é o que ele botou no Republicanos e agora seria o vice se não tivesse se rebelado para ser ministro. E Ronaldo nem entrou nisso, mas está tudo em casa.

Dr. Almeida, “o Doido”, cassado por ser médico e ter feito partos

O médico Cloves Roberto Almeida de Souza, o Dr. Almeida (Pros), prefeito reeleito de Canavieiras, já tinha o apelido de O Doido e desde que começou  o mandato honrou a pecha.

Bolsonarista, no começo da pandemia ganhou notoriedade ao sair na contramão do seu líder: com um carro de som andou pelas ruas conclamando o povo a ficar em casa com o lembrete: ‘Falido se restabelece, falecido não’.

Esta semana a justiça de Canavieiras cassou o mandato dele, acusado de abuso do poder econômico. O crime que gerou a decisão: durante a campanha eleitoral de 2020 ele realizou partos.

Pronto, dizem que numa das coisas em que O Doido agiu certo quem endoidou foi a justiça. A questão: e se Dr. Almeida se recusasse a fazer os partos por ser candidato, não seria isso o crime de fato?

4 pesquisas no gatilho

A partir de meados da semana que vem vão pintar quatro novas pesquisas sobre o cenário baiano, uma da Séculos, outra do Paraná, outra do Datafolha e outra do IPEC, da Globo, que vem a ser o antigo Ibope.

Se diz que com elas fecha-se o ciclo das pesquisas na pré-campanha e é a partir daí que vai se ver até que ponto a propaganda no rádio e na tevê vai influenciar nos humores do eleitorado. 

Batista Neves, o vereador, um que vai e  deixa saudade

Oscar Niemeyer, o arquiteto de Brasília, dizia que a vida é assim, “cada um chega, dá o seu recado e vai embora”. É claro, ele não disse mas é implícito que  também tem hierarquia moral. E já que assim o é, Carlos Alberto Batista Neves, médico (cardiologista), quatro vezes vereador em  Salvador, irmão de Antonio Carlos Batista Neves (secretário de Infraestrutura no primeiro governo de Jaques Wagner), nos deixou no  time dos que deram bom recado, como médico, como político e como gente. Mesmo tendo pendurado as chuteiras em 2012, em 2020 até tentou voltar à Câmara pelo DEM. Teve 1.313 votos e a aposentadoria virou definitiva. Velhos amigos brincavam com o fato da causa mortis não ter sido divulgada. “Para ele ia ficar mal se fosse infarto”.

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