Zó ataca a invasão do forró, agora com a participação das emendas
Confira a coluna de Levi Vasconcelos desta quinta

Antonio Crisóstomo Lima, o Zó do Sertão, ou simplesmente Zó, no terceiro mandato de deputado estadual, sempre foi uma voz em defesa da cultura nordestina, que tem o forró como o seu grande arauto, mas repica um velho protesto, a invasão das tradições juninas por opções alienígenas.
– A Lei da Zabumba é daquelas que existem, mas nunca é cumprida. Deveria resgatar a nossa cultura. Não funcionou.
Ele refere-se à Lei nº 13.368/2015 estabelecendo que 60% dos recursos para festas sejam destinados a artistas que expressam a cultura baiana e regional. No caso do forró, é mais explícita ainda, tem que imperar a sanfona.
PIORA – Além de tal lei ter sido jogada num canto desde que foi promulgada, dez anos atrás, nos festejos atuais há um ingrediente novo.
– Deputados irrigam prefeituras com emendas parlamentares e ao invés disso ajudar a turbinar a cultura, amplia o leque de distorções.
Em pronunciamento na Assembleia esta semana, Zó leu uma carta aberta divulgada por Sérgio do Forró, sanfoneiro, cantor e compositor que há 55 anos chama a atenção para a crescente perda de espaço para estilos musicais distintos.
Um trecho da carta: ‘As grandes festas juninas, que sempre foram a expressão mais viva da nossa cultura, estão perdendo espaço para atrações que pouco ou nada têm a ver com a essência do São João’.
Zó lembrou que apesar do xote, o xaxado, o baião e o arrasta pé estarem perdendo espaço, sempre vai gritar.
– O que está em jogo é uma bela manifestação cultural muito nossa, nordestina.
Adolfo, viagens e perigo na rota
Habituado a viajar pelos quatro cantos do mundo ao lado da esposa Denise, incluindo o que ele chama de ‘rotas alternativas’, o deputado Adolfo Menezes (PSD), ex-presidente da Alba, notou que o perigo anda rondando seus caminhos.
Em abril de 2015 estava no Nepal, quando um terremoto castigou a capital Katmandu. Em fevereiro de 2022 estava na Georgia quando a Rússia atacou a Ucrânia e em meados de maio estava em Pasárgada diante do túmulo de Ciro, no Irã, e duas semanas depois Israel começou a disparar mísseis contra Teerã, a capital do país.
Dizem os amigos que ainda bem que o problema é lá fora. Se fosse cá, a Bahia já tinha sumido do mapa.
Bufa Pinga, a brincadeira surreal em Corte de Pedra
Corte de Pedra, povoado de Tancredo Neves, na região do cacau, tem no seu mix de atrativos para os festejos junino o quebra pote, uma tradição centenária, e o Bufa Pinga, esse aí uma coisa única no planeta. Um grupo de amigos, em torno de 100, sai de casa em casa dançando e farreando com o acompanhamento de um caixão de defunto. O primeiro que tomba vítima do licor e cia, é colocado no caixão e deixado no cemitério. Julival Firme, o Alegria, empresário, um dos fundadores do Bufa, diz que a festa embalou, alguém do comércio doa o caixão. – Pouco tempo atrás o pau quebrou quando uma ‘viúva’ achou isso uma ofensa. Faz parte.
REGISTROS
Salários no forró
Enquanto Débora Régis (UB),prefeita de Lauro de Freitas, resolveu antecipar metade do 13º para turbinar o forró, Murilo Franca (PSB), de Irecê, optou por outro viés,antecipou o salário de junho. Já Zé Ronaldo (UB), de Feira de Santana, já disse,nada vai antecipar, a Prefeitura não está bem.
Dirceu, Rui e Wagner
Em entrevista à Globo News, José Dirceu, ex-ministro e um dos históricos do PT, citou como opções de presidenciáveis para 2026 os baianos Rui Costa e Jaques Wagner. Ambos, ao lado de Jerônimo, integram a chamada chapa puro-sangue, que o PT tenta emplacar cá.
Pausa em Portugal
Hildécio Meirelles (UB), prefeito de Cairu, passou o cargo para a vice-prefeita Cíntia Rosemberg (Pode). Vai a Portugal ver uma filha que mora lá. Cíntia é ex-esposa de Hildécio e em 477 anos, é a primeira mulher a assumir o poder lá.
Noite das Lanternas
Jerônimo participa hoje (10h) das celebrações de Corpus Christiem Rio de Contas,na Chapada Diamantina. Além da missa na Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento, tem a tradicional procissão da Noite das Lanternas, que ilumina as ruas do centro histórico.
COLABOROU: MARCOS VINICIUS