A economia baiana em 2025 e seus desafios
Confira a coluna Made In Bahia
A Bahia da cultura, da beleza afro, do turismo, das belezas naturais e da música, também se destaca na economia. Apesar da perda da participação relativa no PIB nordestino que caiu de 40% em1985 para 29% em 2022, o estado ainda é a locomotiva do Nordeste. Com mais de 567 mil/km2, aproximadamente 15 milhões de habitantes, e uma economia diversificada, a Bahia é um celeiro de oportunidades com vários polos de desenvolvimento.
Tendo o turismo e o serviço como carro chefe, a economia baiana também é pujante no agronegócio, na indústria e na mineração, sendo destaque nacional na geração de energia limpa e nos próximos anos o hidrogênio verde, será mais uma alternativa para o estado conquistar espaço no mercado internacional.
Com baixo patamar de endividamento, bem diferente do Brasil, estamos mantendo o equilíbrio das contas públicas e o ritmo dos investimentos, tanto com empréstimos quanto com aplicação de recursos próprios. Por outro lado, somos um estado pobre e desigual, o segundo do país com o maior número de famílias beneficiadas pelo Bolsa Família e o segundo com a maior taxa de desemprego no Brasil.
Em uma análise SWOT- Strengths, Weaknesses, Opportunities e Threats – bem simplificada, poderíamos sintetizar nossa força no turismo e serviços, a fraqueza na pobreza e desigualdade, a oportunidade na energia limpa e como principal ameaça para nosso sucesso em 2025, a incapacidade do governo federal tranquilizar os agentes financeiros.
Vem de Brasília os principais fatores de preocupação para o desenvolvimento da economia baiana no próximo ano. A ameaça de descontrole fiscal e a falta de determinação do governo, nos seus três poderes, em reduzir despesas, assombra o mercado financeiro, leva o dólar a patamares nunca visto, joga os juros na estratosfera e afugenta investimentos.
A Bahia não é uma bolha, vivemos em uma República Federativa, e as decisões do planalto afetam diretamente a economia baiana. A insegurança generalizada causada pelos sucessivos déficits e maximizada por um plano fiscal tímido, anunciado de forma equivocada, gerou pânico em investidores e despertou a desconfiança sobre o comprometimento real do executivo federal com as finanças públicas. Não adianta a Bahia estar com suas contas equilibradas, se o ente maior não consegue equalizar os seus gastos.
O Business Bahia se une a uma legião de especialistas que vem alertando os diversos agentes públicos responsáveis pela administração do país que a nossa gestão fiscal esta equivocada e que nessa situação quem mais sofre são os mais pobres. Infelizmente, nosso estado, se os rumos não forem alterados rapidamente também sofrerá, mesmo sem culpa, os efeitos dessas escolhas em 2025.
Feliz ano novo Bahia!
Carlos Sergio Falcão- presidente do Business Bahia