Axé Music: 40 anos de um movimento Made in Bahia
Confira a coluna Made In Bahia
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Em 2025 comemoramos 40 anos do movimento que passou a ser a chamado de “Axé Music”. Embora esse movimento cultural tenha vários fatos, compositores e artistas que contribuíram para a sua origem, é considerado a origem desse movimento a música “Fricote”, gravada pelo grande Luiz Caldas em 1985. No entanto, suas raízes são bem mais profundas, sendo ligado aos ritmos percussivos que ecoavam nas ruas de Salvador na década de 80, aos blocos afro, de trio, afoxés. A partir daí, esse ritmo musical começou a ser tocado nas rádios baianas, e a cultura baiana passou a ser exportada, através de seus artistas, inicialmente nos “Carnavais Fora de Época”, e depois nas rádios e TVs do Brasil, chegando a ser o ritmo de maior sucesso no Brasil.
Artistas como Ivete Sangalo, Daniela Mercury, Carlinhos Brown, Bell Marques, Durval Lélys, Saulo Fernandes, Netinho, Olodum, Chiclete com Banana, Asa de Águia, Banda Eva, Timbalada e tantos outros, além de grandes compositores, fizeram do gênero um fenômeno popular e uma vitrine global da música baiana. E todos eles moram e investem aqui.
Não podemos deixar de ressaltar a grande importância para o “Axé” de Wesley Rangel e seu estúdio WR, que possibilitaram aos artistas baianos gravarem aqui suas músicas, que tanto encantaram o Brasil.
Nesses 40 anos, o “Axé” tornou-se um dos maiores patrimônios culturais e econômicos da Bahia, levando música e cultura baianas para o Brasil e o Mundo, e consolidou Salvador como uma das capitais mundiais da música, fomentando um segmento que movimenta muito a economia baiana.
O Axé não é apenas música, tendo um grande significado socioeconômico para nossa terra. O Carnaval de Salvador, sua maior vitrine, movimenta cifras bilionárias. Em 2025, a festa deve gerar mais de R$ 2 bilhões na economia local e 250 mil empregos diretos e indiretos, impactando ambulantes, técnicos, costureiras, produtores, taxistas, seguranças, bares e restaurantes, hotéis, e serviços de transporte, etc e várias empresas que têm parte de sua receita e empregos gerados advindos dele. E o “Axé Music” é um dos grandes responsáveis por isso.
O impacto do Axé também transcendeu fronteiras. Na década de 1990, o gênero invadiu o Brasil e o Mundo, conquistando países como Portugal, Itália, Espanha, entre outros.
Com o passar dos anos, o gênero passou por desafios. As mudanças no mercado musical e a era digital trouxeram questionamentos sobre o futuro do Axé. Mas, como sempre, a música baiana encontra formas de se reinventar. O movimento segue vibrante em carnavais, micaretas, festivais e nos novos artistas que carregam a essência do Axé para a geração do streaming.
Os 40 anos do Axé Music são uma celebração de resistência e inovação. Que venham mais 40!