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Made In Bahia

Por Iran Vieira de Melo*

ACERVO DA COLUNA
Publicado terça-feira, 03 de dezembro de 2024 às 2:00 h | Autor:

Desafios da Indústria da Saúde na Bahia e Caminhos para um Modelo Sustentável

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Iran Vieira de Melo
Iran Vieira de Melo -

O setor de saúde na Bahia enfrenta desafios estruturais que refletem questões recorrentes em todo o Brasil, mas com nuances específicas da região. A concentração de grupos econômicos no segmento de saúde tem gerado implicações significativas para os prestadores de serviços, como o aumento no número de glosas e a extensão dos prazos de pagamento. Essas práticas pressionam a sustentabilidade financeira de hospitais, laboratórios diagnósticos, clínicas e profissionais de saúde, que já operam em um ambiente de custos elevados e com demanda crescente por qualidade e eficiência.

As glosas, frequentemente não justificadas por inconsistências documentais, se tornam um gargalo que afeta diretamente o fluxo de caixa dos prestadores. O aumento nos prazos de pagamento agrava ainda mais essa situação, obrigando os players a buscar soluções como empréstimos e antecipações de recebíveis, que encarecem ainda mais a operação. Esse cenário cria um ambiente de incerteza, desestimulando novos investimentos e comprometendo a capacidade de inovação no setor.

Além disso, o modelo de saúde atual está baseado em apólices de seguro – em que cada atendimento médico é tratado como um sinistro – trazendo complexidades adicionais. Esse modelo, que se inspira em práticas do setor de seguros patrimoniais, enfrenta dificuldades ao lidar com a imprevisibilidade inerente à saúde humana e com a alta frequência de atendimentos médicos.

Para que esse modelo seja viável, é necessário um alinhamento estratégico entre os stakeholders da saúde. A tecnologia é uma aliada indispensável nesse processo, possibilitando maior integração entre operadoras e prestadores, automação de processos e transparência na gestão. Sistemas robustos de auditoria e análise de dados podem reduzir glosas ao identificar previamente inconsistências, enquanto práticas de compliance e educação continuada para os prestadores podem mitigar erros administrativos.

Por fim, a Bahia precisa fomentar um diálogo mais próximo entre as operadoras, os prestadores e o governo, com vistas a políticas que incentivem práticas justas e sustentáveis. Investir na ampliação da cobertura de saúde e no fortalecimento da atenção primária pode aliviar a pressão sobre os serviços de alta complexidade, permitindo que o sistema funcione de maneira mais eficiente e colaborativa.

A construção de um sistema de saúde mais equitativo depende de inovação, colaboração e comprometimento com a sustentabilidade financeira e a qualidade no atendimento. Superar os desafios atuais exige uma abordagem integrada e um esforço conjunto de todos os atores envolvidos.

*CFO – BRA Gestão Empresarial

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