Equidade de gênero poderia aumentar quase 40% do PIB baiano | A TARDE
Atarde > Colunistas > Made In Bahia

Equidade de gênero poderia aumentar quase 40% do PIB baiano

Confira a coluna Made In Bahia

Publicado terça-feira, 09 de abril de 2024 às 00:00 h | Autor: Maiara Liberato*
Maiara Liberato, CEO da EQWETI
Maiara Liberato, CEO da EQWETI -

Nas últimas décadas, as mulheres vêm empreendendo uma revolução silenciosa em diversas áreas, inclusive a de empreendedorismo e negócios. Atuando com protagonismo e estratégias específicas para corrigir as assimetrias oriundas de um modelo social com forte herança patriarcal, os desafios e as oportunidades são significativos.

Mesmo somando 51,5% da população brasileira e 51,7% da população baiana, de acordo com o censo de 2022 (IBGE), a representatividade feminina e o seu potencial de impacto e transformação social e econômico ainda são subestimados e invisibilizados. 

Nos últimos anos, organismos internacionais têm se dedicado a estudar os desdobramentos de uma maior presença feminina nas diversas instâncias de poder social, seja ela política, econômica e laboral, dentre outras. As mulheres são os motores da economia global, independente da carreira que ocupem. Elas são responsáveis por mais de 80% das intenções/ decisões de compra e movimentam, atualmente, cerca de U$ 20 trilhões. Outra pesquisa do Fundo de População das Nações Unidas, de 2017, analisou que se houvesse equidade de gênero, o impacto na economia global seria de U$ 28 trilhões até 2025.

Trazendo o foco para o Brasil, a McKinsey (2021) demonstrou que se não houvesse desigualdade de gênero entre homens e mulheres no nosso país, haveria US 850 bilhões a mais em circulação, ou seja, um aumento de 30% do PIB nacional, que foi de R$ 10,9 trilhões, em 2023.Representando 3,85% (R$ 420,3 bilhões) do Produto Interno Bruto brasileiro, o Estado da Bahia poderia abocanhar mais de R$ 165 bilhões como desdobramento de uma maior equidade de gênero. Infelizmente, as pautas acerca do tema pouco discorrem sobre o recorte do impacto econômico e financeiro em nosso país, em nosso estado e nas organizações como resultado de um maior poder aquisitivo para as mulheres.

Para contribuir com uma maior uma maior compreensão sobre como trabalhar essa temática do avanço feminino na cultura organizacional, sem gerar tantas resistências masculinas nem aumento dos casos de assédio/ demissões/ causas trabalhistas, a EQWETI oferece consultoria empresarial já tendo atendido organizações como Electrolux, Gerdau, Symrise, SESI, FIEB, Vinci, dentre outras e atuado em 10 países. 

De acordo com o Sebrae Bahia, no 4º trimestre de 2023, as mulheres representavam 633,36 mil (32,94%) empreendedoras formais e informais, percentual próximo ao índice nacional, que foi de 33,89%. Ainda de acordo com a instituição, as empreendedoras têm um rendimento mensal médio de 16% menor que os homens. Nas organizações, elas ganham cerca de 22,1% a menos que o público masculino quando desempenham a mesma função laboral. Quando analisamos a alta liderança, essa diferença salarial pode atingir até 38% de diferença.

Maiara Liberato é CEO da EQWETI

Publicações relacionadas