Relações Humanas na Bahia: Desafios e Possibilidades
Confira a coluna Made in Bahia

O mercado de trabalho baiano reflete as transformações globais na gestão de pessoas, mas com características próprias. Se por um lado somos um estado rico em diversidade cultural, criatividade e capacidade de construir conexões de valor, por outro enfrentamos desafios que testam a maturidade das nossas organizações e lideranças.
Entre os principais desafios, destacam-se: a saúde mental como uma epidemia silenciosa, somente nos últimos dez anos, os afastamentos por transtornos mentais cresceram mais de 200% na Bahia, segundo dados do INSS, passando de 5.020 afastamentos em 2014 para 15.189 em 2024 (Bahia Econômica). Apenas no último ano, foram mais de 4.500 afastamentos por ansiedade e 3.300 por depressão, colocando a Bahia como líder do Nordeste nesses indicadores (iBahia). Outro ponto é o baixo engajamento das equipes: segundo a Gallup, apenas 31% dos trabalhadores brasileiros se dizem engajados, índice que, apesar de acima da média global (23%), ainda mostra que a maioria das pessoas não está plenamente conectada ao propósito e desempenho das organizações. Soma-se a isso a limitada maturidade em gestão de cultura organizacional e desenvolvimento de lideranças, fatores que reduzem a competitividade e aumentam a rotatividade e o êxodo de talentos para outros estados.
Mas o cenário não é apenas de dificuldades. As forças do nosso ecossistema são marcantes: a competência de construir relações humanas sólidas; o empreendedorismo que se reinventa mesmo em contextos adversos; a criatividade que faz da Bahia um berço de inovação; e a natural vocação para estabelecer conexões genuínas, tão necessárias em tempos de mudança.
Nesse ambiente, surgem oportunidades claras: posicionar a gestão de pessoas como eixo estratégico das empresas; adotar tecnologias de forma humanizada para ampliar eficiência sem perder a essência; e desenvolver programas de diversidade, equidade e inclusão que reflitam a pluralidade do povo baiano como vantagem competitiva.
Essas reflexões revelam um ponto essencial: não basta falar em Recursos Humanos. É hora de evoluirmos para Relações Humanas, onde o RH assume o papel de integrador das múltiplas inteligências: emocional, tecnológica, cultural, estratégica, social e geracional.
É com esse olhar que a ABRH Bahia propõe a construção da Era de Ouro do RH Baiano. Um tempo em que fortalecer as relações humanas se torna o motor para transformar empresas, comunidades e a própria sociedade.
Todos esses temas serão aprofundados com foco em soluções práticas no 20º BahiaRH – Integrando Inteligências, que reunirá especialistas e líderes para redesenhar o presente e o futuro da gestão de pessoas no nosso estado, nos dias 16 e 17 de Outubro no Centro de Convenções de Salvador.
*Vitor Igdal Wagner Sá é Presidente da ABRH Bahia
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