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Olhar Econômico

Por *Luiz Carlos Lima

ACERVO DA COLUNA
Publicado sexta-feira, 12 de julho de 2024 às 0:00 h | Autor:

A energia do pensamento

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Desde os primórdios da humanidade até os dias de hoje, o universo é um grande mistério. Os fenômenos da natureza e da vida são enigmas, alguns ainda inexplicáveis, atravessam a fronteira da ciência e entram no espectro das divindades ou da religião. Através da observação e da pesquisa, o conhecimento fez evoluir a ciência, e com ela, muitos “deuses” foram destituídos. No início do século 20, com o surgimento da “física quântica”, uma discreta e ainda frágil conexão entre Ciência e Deus começou a se desenhar.

Tudo se desencadeia a partir da teoria do físico alemão Max Planck, Nobel de Física em 1918, com a sua teoria dos pacotes de energia subatômicos, chamados de “quantum”, que saem e chegam dos corpos físicos. Em sequência aos estudos de Max, outros importantes físicos-matemáticos como Einstein, Heisenberg e Niels Bohr, em busca de elementos concretos e matematicamente demonstráveis, se depararam com a impermanência da matéria. Bohr, Nobel de Física em 1922, apresentou o princípio da complementaridade, no qual as partículas, às vezes deixam de existir como matéria e comportam-se como ondas. Adiante, o físico austríaco Erwin Schrodinger, Nobel de Física em 1933, apresentou a sua teoria da equação das ondas, na qual a realidade, tal qual é vista, não existe sem a interferência da consciência humana. Em palavras simples, a matéria se transforma em ondas e vice-versa, de acordo com o olhar do observador. Pela primeira vez, a ciência apresentou uma tese fundamentada do ser consciente alterando o estado da matéria. “A nível subatômico, tudo se encontra num estado indefinido, apenas de probabilidades e possibilidades, até que seja observado”, assim definiu Schrodinger em sua tese do Colapso da Função de Ondas. Seus estudos em conjunto com inúmeros outros permitem ao homem atingir muito conhecimento sobre os estados sutis e subatômicos da natureza, mas coube especialmente ao físico austríaco, Wolfgang Pauli, Nobel de física em 1945 pela teoria do “Princípio da Exclusão”, as maiores interações conhecidas sobre os aspectos convergentes dos estudos de física quântica com a consciência humana.

Em 1932, Wolfgang morando em Zurique, envolto com problemas emocionais, seguiu uma recomendação de seu pai, indo a procura de tratamento terapêutico, com Carl Jung, psiquiatra e psicólogo suíço, fundador da escola de Psicologia Analítica. De paciente, tornou-se amigo e durante mais de 20 anos trocaram idéias sobre as intrigantes convergências entre os conhecimentos da física quântica e da psique humana. Os diálogos desses dois gênios da humanidade, ajudaram Jung no desenvolvimento das suas teorias da causalidade, sincronicidade e dos estudos dos arquétipos humanos (os pensamentos do indivíduo e da coletividade em que habita). O livro publicado por Jung & Pauli em 1952, intitulado “A Interpretação da Natureza e da Psique” retrata a influência das conversas deles sobre a complementariedade do observador e do objeto, numa visão, ainda atual, do universo sob essa perspectiva.

Da física para psicologia e desta para religião ainda há uma grande distância, pois trata-se de um ambiente polêmico e estruturalmente complexo da sociedade. Porém, atentos aos aspectos da energia que move a vida dentro e fora dos corpos humanos, a questão do momento é qual a energia que cada um de nós coloca para transformação do mundo num ambiente sustentável e saudável à humanidade no futuro. Energia começa na mente, no observador atuando em nível sutil no seu entorno. Se a física quântica demonstra que o mundo é energia e energia é o mundo, o homem, ou seja, nós somos uma parte relevante desse círculo, sem começo nem fim. Cuidar dos pensamentos para desejar um ambiente melhor para si e para o coletivo é o princípio de uma energia limpa e sustentável. O sol, o vento, o reaproveitamento dos resíduos e as cachoeiras transformadas em hidroelétricas, são também fontes limpas e inesgotáveis de energia, mas a principal delas está dentro de nós. Cuidado no pensar, nas palavras e principalmente nas atitudes em casa, na cidade e com o meio ambiente. Diante de tantas notícias de catástrofes, guerras e desastres, não seria bom reservar um momento diário ou mesmo semanal, recorrente, para uma faxina na energia dos pensamentos?

*Engenheiro eletricista, especialista em Gestão e Comercialização de Energia Elétrica

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