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Doguinhos também podem curtir o lado lúdico do Carnaval

Creches e hotéis para pets aproveitam a data para atividades à fantasia de enriquecimento ambiental

Publicado domingo, 07 de janeiro de 2024 às 06:00 h | Autor: HIlcélia Falcão
Espaços aproveitam as datas para usar os eventos como tema de atividades
Espaços aproveitam as datas para usar os eventos como tema de atividades -

Excesso de barulho e cães são incompatíveis. Afinal, a espécie possui uma audição cerca de quatro vezes maior que a dos humanos. O que dizer então de uma festa altamente musical como o Carnaval? A regra é semelhante a dos fogos de artifício durante o São João e Reveillon: o melhor é protegê-los e evitar o excesso de sons. Mas será então que eles não podem aproveitar nada destes eventos humanos? Creches e hotéis para pets apostam que sim, bichos podem curtir um “Carnaval animal”.

É tanto que estes espaços aproveitam as datas para usar os eventos como tema de atividades específicas para os animais. É assim na Creche Club do Focinho (@clubdofocinho), em Piatã, que todos os anos promove eventos no período do Carnaval. É na época de festas, que o espaço, que também oferece hospedagem, realiza os eventos. “A gente faz caça petisco temático, festa à fantasia, coloca serpentinas e serve ‘quitutes’ próprios para eles”, explica a sócia diretora da creche Camila Boto, 34 anos. As atividades incluem até um concurso de fantasia com direito a premiação.

No Hotel Doce Lar Pets (@hotel.It.docelar10), as festinhas com os bichinhos são tradição. “Além da hospedagem usual é época de fazermos o Bailinho de Carnaval Doce Lar - eles são fantasiados de acordo com a aceitação de cada um”, explica Constança Costa, sócia gerente do Hotel Doce Lar Pets e presidente da ONG Doce Lar. No dia a dia, eles brincam na piscina de bola com os cuidadores e participam de gincanas e competições. No período de festas, como o Carnaval, a fantasia é mais um item na atividade de enriquecimento ambiental.

Maior procura

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Na alta estação, espaços de hospedagem para pets registram maior procura. Daí a necessidade da realização de ainda mais atividades de interação e enriquecimento ambiental. Muitos tutores inclusive investem numa hospedagem qualificada para justamente proteger os bichos do agito das festas humanas. O custo pode ser um pouco “salgado”, mas o resultado de ter o bicho protegido de barulhos e agitação costuma valer.

No caso do Club do Focinho, o valor da hospedagem varia de R$ 85 (baixa temporada) a R$ 105 (alta temporada) a diária. Os pacotes de 10 diárias custam R$ 760, na baixa temporada, e R$ 860, na alta. Já a diária avulsa na creche custa R$ 60. Existem planos mensais que vão de R$ 170 (uma vez por semana) a R$ 510 (5 vezes por semana).

O protocolo de acesso inclui, além das rotinas habituais como o cartão de vacinas em dia e castração, a solicitação de resultados de exames, fase de adaptação do animal e perfil do indivíduo. Animais com ansiedade de separação e dificuldades de socialização só são aceitos depois de um processo de tratamento com um comportamentalista (caso o tutor assim decida). Por conta disto, as reservas devem ser feitas com bastante antecedência justamente para haver tempo hábil de verificação.

Já no Hotel Doce Lar, os preços são um pouco mais em conta - variam de R$ 40 a R$ 80, conforme o porte - mas os critérios são semelhantes (cartão de vacinas, uso de antiparasitários e temperamento do cão). “Cães com temperamento difícil, que escalam altas distâncias e são de grande porte temos dificuldade em receber”, explica Constança que concede desconto de 25% a animais adotados do abrigo.

Humanização

Segundo o veterinário comportamentalista Luis Carlos Souza, 37 anos, o principal cuidado é não expor o animal a situações incompatíveis com a demanda canina. “A atividade lúdica tem muita importância para o cão desde que seja pensada para atender às necessidades da espécie”, explica. Para ele, não há nada de mais em aproveitar o aspecto lúdico do Carnaval para inspirar eventos para animais, uma oportunidade de socialização e enriquecimento ambiental.

Isto desde que com formatos que respeitem a espécie. Ou seja, no bailinho dos doguinhos, sons só os que eles podem suportar. Também não há nada demais em roupinhas e adereços, desde que confortáveis para os bichinhos. Promover caças aos petiscos à fantasia, como faz o Club do Focinho, pode ser também uma chance de interação e, de quebra, ter uma foto boa para rede social.

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